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domingo, 13 de maio de 2012

Eventos que estão prestes a ocorrer

Profecia 1. A Bíblia diz que as nações farão uma importante declaração de "paz e segurança". Elas talvez pensem que estarão prestes a resolver alguns dos maiores problemas da humanidade. Mas, os eventos que ocorrerão depois dessa declaração não serão nada pacíficos - Bíblia em 1ª Tessalonicenses capítulo 5, versículos do 1 ao 3.

Profecia 2. A seguir, vários governos decidirão atacar as organizações religiosas do mundo. Na Bíblia, esses governos são simbolizados por uma fera; e as religiões falsas por uma mulher que monta nessa fera (Bíblia em Revelação capítulo 17, versículos 3 e do 15 ao 18) Sem perceber, a fera simbólica fará a vontade de Deus, por destruir as religiões que afirmam falsamente representar a Deus.

Profecia 3. Após esse ataque bem-sucedido contra a religião falsa, Satanás conduzirá as nações numa batalha contra os que adoram a Jeová Deus - Bíblia em Revelação capítulo7, versículo 14 e Mateus capítulo 24, versículo 21.

Como isso afetará você?

   Se ainda não teve a oportunidade de fazer um estudo mais profundo da Bíblia, talvez ache difícil acreditar que os eventos mencionados ocorrerão. Mas há boas razões para confiar que cada detalhe se cumprirá, e que esses acontecimentos estão próximos. O extenso registro de profecias bíblicas que já se cumpriram dá essa garantia. Para isso contate as Testemunhas de Jeová quando passarem em sua casa ou mande um e-mail para franklin_n_tj@hotmail.com, dizendo que dia, horário e lugar são convenientes para você fazer um estudo particular gratuito da Bíblia. Não se preocupe seus dados jamais serão publicados. E não importa aonde você more, será feita uma programação para que você seja visitado. Para nós Testemunhas de Jeová é um prazer fazer isso. ((•)) Ouça este artigo

Quando ocorrerá a guerra do Armagedom?

'Eu vi, e, eis uma grande multidão, que nenhum homem podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas,sair da grande tribulação.' 
- Bíblia em Revelação (Apocalipse) capítulo 7, versículos 9 e 14.

   O cenário está montado para a guerra do Armagedom. Como assim?
   Já existe uma associação mundial que serve a Jeová e vive de acordo com os elevados padrões de moral da Bíblia. Com o apoio de Deus, milhões de pessoas de todas as nações, tribos e línguas estão unidas, formando uma fraternidade harmoniosa. Essa fraternidade existe entre as Testemunhas de Jeová - Bíblia em João capítulo 13, versículo 35.
   Em breve Satanás reunirá seus exércitos e lançará seu maior ataque contra pessoas pacíficas e aparentemente indefesas (Bíblia em Ezequiel capítulo 38, versículos do 8 ao 12 e Revelação capítulo 16, versículos 13, 14 e 16). Como podemos ter certeza disso? A Bíblia fala de acontecimentos específicos que nos ajudam a saber quando ocorrerá a batalha do Armagedom. Muitos desses eventos já estão se cumprindo.

Eventos que estão se cumprindo hoje

   Os discípulos de Jesus lhe perguntaram como as pessoas saberiam quando a "terminação do sistema de coisas", começaria (Bíblia em Mateus capítulo 24, versículo 3). Ao responder Jesus apontou para uma época no futuro em que 'nação se levantaria contra nação e reino contra reino, e haveria escassez de víveres e terremotos num lugar após outro'. Depois ele disse: "Todas essas coisas são um princípio das dores de aflição" (Bíblia em Mateus capítulo 24, versículos 7 e 8). O apóstolo Paulo chamou esse período de "últimos dias" e disse que seriam "tempos críticos, difíceis de manejar (Bíblia em 2ª Timóteo capítulo 3, versículo 1). Você não acha que essas profecias descrevem o que está acontecendo em nossos dias?
   Porque esse período seria tão difícil? O apóstolo João explica o motivo. Ele predisse que haveria "um curto período" em que as atividades de Satanás e seus demônios se restringiriam à Terra. A Bíblia diz que durante esse tempo Satanás teria "grande ira" (Revelação capítulo 12, versículos do 7 ao 12). Você não percebe um espírito de ira e violência hoje, não apenas em um lugar, mas no mundo inteiro?
   Jesus disse também que durante esse tempo de grandes dificuldades uma notável obra seria realizada. "Estas boas novas do reino [de Deus] serão pregada em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim" (Bíblia em Mateus capítulo 24, versículo 14). Hoje, em mais de 235 terras, as Testemunhas de Jeová pregam as boas novas do Reino de Deus em mais de 500 línguas. As duas revistas bíblicas que elas produzem , A Sentinela e Despertai!, são as mais amplamente distribuídas no mundo. Elas também traduziram a Bíblia em cerca de 100 línguas. A obra das Testemunhas de Jeová é realizada por voluntários e é mantida inteiramente por donativos. Será que essa impressionante campanha de pregação cumpre a profecia de Jesus? 
   A Bíblia também destaca os eventos que levarão diretamente à guerra entre Jeová Deus e os que se opõem a ele. Veja três profecias que em breve se cumprirão.
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quinta-feira, 26 de abril de 2012

A VERDADE sobre o Armagedom - Parte 4 - Que efeito esse confronto terá sobre a terra e seus habitantes?


   A guerra do Armagedom salvará a vida de milhões de pessoas. Na verdade, será o começo de um período de paz na Terra - Bíblia em Revelação capítulo 21, versículos 3 e 4.
   O livro de Revelação fala sobre uma incontável "grande multidão" que sobreviverá a esse conflito ( Bíblia em Revelação capítulo 7, versículos 9 e 14). Sob orientação divina, eles ajudarão a fazer com que a Terra volte a ser o Paraíso, como era o propósito original de Deus.
   É possível saber quando esse ataque ao povo de Deus ocorrerá?
   Confira aqui. ((•)) Ouça este artigo

A VERDADE sobre o Armagedom - Parte 3 - Porque Deus se envolve?

   Jeová instrui os que o adoram a ser pacíficos e a amar os seus inimigos (Bíblia em Miqueias capítulo 4, versículos do 1 ao 3; Mateus capítulo 5, versículos 43 e 44; e capítulo 26, versículo 52). Por isso eles não pegaram em armas quando esse terrível ataque começar. Se Deus não intervisse para salvar seus servos, eles seriam exterminados. Portanto, o nome de Jeová Deus, ou sua reputação, estará em jogo. Se os agressores conseguissem eliminar Seu povo, Jeová pareceria desamoroso, injusto ou incapaz. Isso jamais poderia acontecer! - Bíblia em Salmo 37, versos 28 e 29.


   Deus não deseja destruir ninguém, por isso ele avisa com bastante antecedência o que vai fazer (Bíblia em 2ª Pedro, capítulo 3, versículo 9). Por meio dos relatos preservados da Bíblia, todos são lembrados de que no passado, ele agiu em defesa de seu povo (Bíblia em 2ª Reis, capítulo 19, versículo 35). A Bíblia também avisa que no futuro, quando Satanás e suas marionetes humanas atacarem o povo de Deus, Jeová intervirá novamente e usará sua força contra os agressores. Sim, a Palavra de Deus predisse muito tempo atrás que  Deus destruirá os perversos (Bíblia em Provérbios capítulo 2, versículos 21 e 22; 2ª Tessalonicenses capítulo 1, versículos do 6 ao 9). Naquele tempo, seus inimigos não terão dúvidas de que se envolveram numa luta contra o próprio Todo-poderoso - Bíblia em Ezequiel capítulo 38, versículos do 21 ao 23.
   Que efeito essa guerra terá para a Terra e para nós? ((•)) Ouça este artigo

A VERDADE sobre o Armagedom - Parte 2 - Quem começa a guerra?

  A guerra do Armagedom não é um ato de agressão de Deus. Pelo contrário, ele defenderá as pessoas boas dos que querem destruí-las. Os agressores nesse conflito são os "reis de toda a terra habitada", os líderes mundiais. Por que eles farão esse ataque? Porque Satanás manobrará as organizações governamentais e militares como se fossem marionetes, induzindo-as a lançar um ataque total contra os que adoram a Deus - Bíblia em Revelação capítulo 16, versículos 13 e 14; e capítulo 19, versículos 17, 18.
   Lembrando da ênfase que se dá à liberdade de expressão e de religião em alguns países hoje, a ideia de governos reprimirem ou até mesmo tentarem acabar com qualquer movimento religioso, pode parecer irrealista. Mas, ataques desse tipo ocorreram no século 20 e estão ocorrendo hoje, como por exemplo, o Holocausto, e a repressão religiosa Russa ocorrida entre 1917 e 1991. Mesmo assim, há pelo menos duas grandes diferenças entre esses ataques e o ataque associado ao Armagedom.
   Primeiro, ele será em escala global. Segundo, a reação de Jeová Deus será num grau muito maior do que qualquer ação que ele tenha tomado no passado (Bíblia em Jeremias capítulo 25, versículos 32 e 33). A Bíblia descreve esse confronto, como "a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso.
   Mas porque Deus se envolve nela?

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sexta-feira, 20 de abril de 2012

A VERDADE sobre o Armagedom - Parte 1

Armagedom escrito em hebraico antigo
e hebraico atual (com caracteres ocidentais
 - preservando a pronúncia)

   "Espíritos de demônios . . . se dirigem aos reis do mundo inteiro . . . Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom." - Bíblia em  Revelação (Apocalipse), capítulo 16, versículos 14 e 16.

   Armagedom é o nome de um lugar. Então, porque a palavra "Armagedom" é tantas vezes associada a um evento, como por exemplo guerra? Qual é o verdadeiro significado dessa palavra?

Ajuntados no lugar chamado Armagedom

   A palavra hebraica original Har-Magedon significa literalmente "Monte de Megido" Embora nunca tenha existido um monte com esse nome, existe um lugar chamado Megido. Ele fica num cruzamento estratégico no noroeste da região que habitada pela antiga nação de Israel. Muitas batalhas decisivas foram travadas perto desse local. Assim, o nome Megido ficou associado a guerra (Associar um lugar com guerra não é incomum. Por exemplo, a cidade japonesa de Hiroshima, que foi dizimada por uma bomba atômica, é agora um símbolo da ameaça de guerra nuclear). 
   Mas, a real importância do nome Megido não tem a ver com que batalhas foram travadas ali, mas sim por que elas foram travadas. Megido fazia parte da Terra Prometida que Jeová deu aos israelitas (Bíblia em Êxodo, capítulo 33, versículo 1; e Josué capítulo 12, versículos 7 e 21). Ele jurou àquele povo que os defenderia contra seus inimigos, e foi isso o que ele fez (Bíblia em Deuteronômio capítulo 6, versículos 18 e 19). 
   Por exemplo, foi em Megido, que Jeová de maneira milagrosa, defendeu os israelitas contra as forças invasoras do rei cananeu Jabim e do chefe de seu exército, Sísera (Bíblia em Juízes capítulo 4, versículos do 14 ao 16).
   Portanto, a palavra "Armagedom" tem um grande significado simbólico. Está associada a um confronto em que duas poderosas forças se enfrentam.
   A profecia em Revelação fala de um tempo no futuro próximo em que Satanás e os demônios induzirão os governos a ajuntar seus exércitos, lançando assim um desafio contra os interesses de Deus. Esse ataque resultará na morte de milhões de pessoas, quando Deus - Bíblia em Revelação capítulo 19, versículos do 11 ao 18.
   Porque Deus, descrito na Bíblia como "misericordioso, vagaroso em irar-se e abundante em benevolência", causaria a morte de tantas pessoas? (Bíblia em Neemias capítulo 9, versículo 17). Para entender as ações de Deus, precisamos responder a três perguntas: (1) Quem começa a Guerra? (2) Porque Deus se envolve nela? (3) Que efeito permanente esse confronto terá sobre a Terra e seus habitantes?
   

   Texto extraído da Revista A Sentinela de 1º de Fevereiro de 2012 p. 5 e 6. 
   


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sábado, 14 de abril de 2012

1. O Armagedom é um desastre causado pelo homem?

   Jornalistas e pesquisadores muitas vezes usam a palavra "Armagedom" para definir catástrofes causadas pelos humanos. Por exemplo, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial já foram chamadas de Armagedom. Depois dessas guerras, a humanidade temia que os Estados Unidos e a União Soviética usassem armas atômicas um contra o outro. A mídia chamou aquele possível confronto de "Armagedom termonuclear". Hoje, pesquisadores que temem que a poluição causem mudanças drásticas no clima da Terra alertam sobre um iminente "Armagedom climático".
   O que essa definição dá a entender: Que os humanos tem pleno controle do futuro da Terra e de toda forma de vida nela. Se os governos não agirem com sabedoria, a Terra sofrerá danos permanentes.
   O que a Bíblia ensina: Que Deus não permitirá que os humanos destruam a Terra. A Bíblia garante que Jeová (nome pessoal de Deus) não criou a Terra "simplesmente para nada". Pelo contrário, ele a formou "para ser habitada". (Bíblia em Isaías capítulo 45, versículo 18) Em vez de permitir que a Terra seja totalmente arruinada pelos humanos, Deus vai "arruinar os que arruínam a terra". - Bíblia em Revelação capítulo 11, versículo 18.


   Texto baseado na Revista A Sentinela de 1º de fevereiro de 2012 p. 4. 




   Será que o Armagedom é um desastre natural?

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2. O Armagedom é um desastre natural?


   Os jornalistas às vezes usam a palavra "Armagedom" para descrever grandes catástrofes naturais. Por exemplo, em 2010, uma reportagem usou a expressão: "'Armagedom' no Haiti". Ela falava sobre a perda de vidas, o sofrimento e os prejuízos causados pelo terrível terremoto que abalou aquele país. Repórteres e produtores de filmes aplicam esse termo não apenas a eventos que já ocorreram mas também a eventos que temem para o futuro. Por exemplo, eles têm usado a palavra "Armagedom" para descrever os possíveis efeitos da queda de um asteroide na Terra.
   O que essa definição dá a entender: Que o Armagedom é um evento casual que mata indiscriminadamente vítimas inocentes. Não há muito o que você possa fazer para se proteger.
   O que a Bíblia ensina: Que o Armagedom não é um evento que destrói pessoas a esmo. Pelo contrário, durante o Armagedom, apenas as pessoas más serão eliminadas. A Bíblia promete que em breve "o iníquo não mais existirá". - Salmo 37: 10.

Fonte do texto: Revista A Sentinela de fevereiro de 2012 p. 4

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3. Deus destruirá a Terra no Armagedom?

   Muitos religiosos creem que haverá um confronto final entre o bem e o mal e que isso resultará no fim do planeta. Um estudo realizado por um centro de pesquisa de Princeton, Estados Unidos, constatou que 40% dos adultos entrevistados acreditam que o mundo acabará numa "batalha no Armagedom.
   O que essa definição dá a entender: Que os humanos não foram feitos para viver na Terra para sempre, nem a Terra foi projetada para durar indefinidamente. Deus criou os humanos com a intenção de que morressem mais cedo ou mais tarde.
   O que a Bíblia ensina: A Bíblia diz claramente que Deus "fundou a terra sobre os seus próprios lugares estabelecidos; não será abalada, por tempo indefinido ou para todo o sempre". (Bíblia no Salmo 104, versículo 5) A Bíblia diz o seguinte a respeito dos habitantes da Terra: "Os próprios justos possuíram a terra e residirão sobre ela para todo o sempre." - Bíblia no Salmo 37: 29.
   Fica claro que a Bíblia desmente muitos dos conceitos populares sobre o Armagedom. Então, qual a verdade sobre esse assunto?


   Fonte do Texto: Revista A Sentinela de 1º de fevereiro de 2012 p. 4-5 ((•)) Ouça este artigo

Armagedom - O que alguns dizem que ele é?



“Eles os ajuntaram no lugar chamado em hebraico
Armagedom.” — REVELACÃO (APOCALIPSE) 16:16,
Versão Brasileira.

   O que lhe vem a mente quando houve a palavra "Armagedom"? Provavelmente imagens de uma grande catástrofe. Embora essa palavra apareça apenas uma vez na Bíblia, ela é muitas vezes mencionada pela mídia e por líderes religiosos.
   Será que os conceitos populares sobre o Armagedom se harmonizam com o que a Bíblia ensina? É importante saber a resposta? Por quê? Porque a verdade sobre o Armagedom pode libertar você de temores infundados, fazer com que tenha uma visão mais positiva do futuro e influenciar o que você pensa sobre Deus.
   Foi feita uma enquete no Salada de Frutas, e com os três conceitos mais comuns sobre Armagedom. Confira o resultado:


   Armagedom. O que é? Observação: Imagens meramente ilustrativas.
 
 
 


   Analise esses conceitos e compare com o que a Bíblia realmente ensina sobre o Armagedom.




  Começando por: Será que o Armagedom é um desastre causado pelo homem?
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quarta-feira, 28 de março de 2012

A roupa de casamento


   Interessante costume que certa vez prevalecia no Oriente Médio esclarece as palavras de Jesus na Bíblia em Mateus capítulo 22, versículos do 11 ao 13, onde ele fala de os convidados a um casamento receberem roupas de casamento. Antes de a influência ocidental modificar certos costumes, os viajantes nas terras bíblicas relataram que recebiam roupas de casamento quando compareciam a festas de casamento. Tais roupas eram longos mantos com mangas soltas para pôr por cima de suas vestes.
   Certo nativo sírio relata que o pai do noivo fornecia tais roupas que eram feitas de material barato, porém de cores alegres. Fazia-se isto prevendo-se o caso de algum homem pobre vir sem ter a roupa apropriada para adornar-se. Se qualquer conviva deixasse de colocar esta roupa, o governador da festa podia repreendê-lo.

Texto baseado na Revista Despertai! de 8 de abril de 1971 p. 31

   Então podemos ver que não é de hoje que em casamentos gasta-se dinheiro para a cerimônia... Você é de algum país oriental, ou conhece alguém que seja? Pode nos dizer se onde você mora, ou onde mora seu conhecido no Oriente, ainda tem esse costume? Obrigado. Você que não é do Oriente, já conhecia esse costume? Se ainda não conhecia, nos diga, o que achou? Pode entender agora o relato bíblico de Mateus que foi considerado?

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O que o quarto mandamento - de se guardar o sábado - significa para os cristãos


    O QUARTO dos Dez Mandamentos dados aos filhos de Israel por meio de Moisés diz assim: “Lembrando o dia de sábado para o manteres sagrado, deves prestar serviço e tens de fazer toda a tua obra por seis dias. Mas o sétimo dia é um sábado para Jeová, teu Deus. Não deves fazer nenhuma obra.” — Êxodo capítulo 20, versículos do 8 ao 11.
   Alguns dentre aqueles judeus foram a extremos de fanatismo em sua guarda deste dia. Os saduceus proibiam relações sexuais na noite de sábado. Josefo relata que a seita dos essênios considerava ir à privada uma violação do sábado. E os fariseus ficaram irados porque Jesus Cristo realizou obras de cura no sábado. — Marcos capítulo 3, versículos do 1 ao 6.
   Instruções adicionais dadas àqueles antigos israelitas serviram para elucidar este requisito do sábado. “Não deveis acender fogo em nenhum dos vossos lugares de morada no dia de sábado.” (Êxo. 35:3) Antes disso, já fora dito: “Ninguém saia do seu lugar no sétimo dia.” (Êxo. 16:29) Assim, restrições definidas foram impostas aos filhos de Israel. Portanto, se alguém hoje afirma estar guardando literalmente esse sábado, deve cumprir com todos os seus requisitos.
   E é um fato que muitas das igrejas da cristandade afirmam estarem sob o Quarto Mandamento. No entanto, é notável que não se pautam por todos os seus termos. Mais do que isso, a maioria delas o observam no dia errado, o primeiro dia da semana, embora a Lei Mosaica exigisse que o sétimo fosse o dia de descanso. Assim, o que devemos pensar?
   Sob inspiração divina, o apóstolo Paulo declara que os seguidores de Jesus Cristo ‘não estão debaixo de lei, mas debaixo de benignidade imerecida’, que eles foram “mortos para com a Lei, por intermédio do corpo de Cristo”. (Romanos capítulo 6, versículo 14 e capítulo 7, versículo 4) Embora fossem assim libertos dos requisitos da Lei Mosaica, devemos lembrar que alguns dos excelentes decretos contidos nos Dez Mandamentos, tais como os que proibiam o adultério e a idolatria, são também declarados como aplicando-se aos cristãos. (1 Coríntios, capítulo 5, versículos do 11 ao 13; Atos capítulo 15, versículos 28 e 29) No entanto, nenhuma menção é feita da guarda semanal do sábado.
   Em parte alguma dos escritos dos inspirados discípulos de Jesus encontramos qualquer exigência de os cristãos guardarem um sábado semanal. Isto não quer dizer que não seja boa coisa ter um dia semanal de descanso em cada sete. E, certamente, não há nada de errado em usar tal dia para a adoração e o serviço a Deus. Mas, os cristãos não se acham sob o requisito de observar literalmente aquele dia sabático judaico.
Mais que isso, o apóstolo Paulo, referindo-se às observância literais da Lei Mosaica, declara que Deus “apagou o documento manuscrito que era contra nós, que consistia em decretos e que estava em oposição a nós; e Ele o tirou do caminho por pregá-lo na estaca de tortura [de Cristo]”. Daí, passa a dizer aos cristãos: “Nenhum homem vos julgue . . . com respeito a uma festividade ou à observância da lua nova ou dum sábado; pois estas coisas são sombra das coisas vindouras, mas a realidade pertence ao Cristo.” — Colossenses capítulo 2, versículos 13, 14, 16 e 17.
   Assim, se a pessoa insistir em apegar-se à observância do sábado literal, deixa de aceitar o sacrifício de Cristo Jesus na estaca de tortura e, assim, rejeita o perdão de pecados que esse sacrifício torna possível. É como se insistisse em oferecer sacrifícios animais depois de Jesus se ter oferecido, o único sacrifício pelos pecados, para sempre.
   Mas, significa isto que o Quarto Mandamento não tenha significado algum para os cristãos? De jeito nenhum. Para eles, aponta a um sábado muito maior — a realidade e não apenas a sombra. Em Gênesis capítulo 2, versículo 2, aprendemos que, desde o término do sexto dia ou período criativo, desde que nossos primeiros pais humanos foram criados, Deus tem descansado de suas obras criativas no que se refere à nossa terra. Os filhos de Israel deixaram de entrar no descanso de Deus por causa, de sua falta de fé e falta de obediência. (Salmo 95, versos do 7 ao 11) Mas, para os cristãos, afirma o apóstolo Paulo: “De modo que resta um descanso sabático para o povo de Deus. Porque o homem que entrou no descanso de Deus descansou também das suas próprias obras, assim como Deus das suas. Façamos, portanto, o máximo para entrar naquele descanso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência [dos judeus].” — Hebreus capítulo 3, versículo 19 e capítulo 4, versículos do 9 ao 11.
   Assim como o descanso de Deus tem sido contínuo, assim é o dos verdadeiros cristãos. Descanso do quê? De suas “próprias obras”, suas obras anteriores de tentarem justificar-se. Não mais crêem que podem granjear a aprovação de Deus e obter a vida eterna simplesmente por seus próprios esforços de cumprirem certas regras e observância. Não acreditam mais que Deus não possa lhes tirar Sua bênção, apenas porque supostamente cumprem uma Lei. Esse foi o erro dos judeus sem fé que, por ‘buscarem estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus’. — Romanos capítulo 10, versículo 3.
   Os verdadeiros cristãos reconhecem que é pelo sacrifício de Cristo Jesus que seus pecados são removidos. E descansam no conhecimento de que a fé em Cristo e a obediência a seu ensino são o que traz a aprovação de Jeová e a vida. Antes de ficarem satisfeitos, como alguns ficam, de afirmar: “Eu sou honesto, eu não roubo nem minto, nem pratico coisas imorais, de modo que com certeza isso basta!”, os verdadeiros seguidores de Cristo procuram aplicar todos os ensinos de Jesus em suas vidas.
   Há muitos, até mesmo entre os cristãos professos, que crêem que têm direito inato à vida e a outras bênçãos. É difícil para eles admitir que nasceram pecadores, sem o direito à vida, e, portanto, dependem totalmente da provisão de Deus para obterem a vida. Tendem a recusar conselhos e repreensões, mesmo quando oferecidos com amor. São muito relutantes em admitir que fazem erros. Sua grande preocupação é a justificação de si mesmos. Não descansaram nem desistiram de suas próprias obras egoístas, de modo que não guardam o sábado de Deus. Felizes são os que descansam deveras de suas “próprias obras” e entram no sábado de descanso de Deus, porque esplêndido futuro os aguarda.
   Por cerca de seis mil anos agora, Deus tem observado seu dia de descanso. O período de mil anos que está tão próximo, é descrito na Bíblia como o milênio da regência de Cristo. (Revelação capítulo 20, versículo 4) Também será como um grandioso Sábado, muito superior a qualquer sábado guardado pelos judeus, pois, durante aquele tempo, a paz e a prosperidade serão estabelecidas de forma permanente. — Revelação capítulo 21, versículos do 2 ao 4.
   Assim, o sábado semanal do Quarto Mandamento é representativo do grandioso Sábado, do qual Cristo Jesus se declarou o Senhor. (Mateus capítulo 12, versículo 8) Aqueles que se reconhecem quais pecadores, dependendo do mérito do sacrifício de Cristo Jesus a fim de obterem paz e uma boa posição perante Deus, podem até mesmo agora descansar ou desistir de seus próprios labores egoístas. Cada um que respeita o sábado de sete mil anos de Deus agora, e que continuar a fazê-lo, terá o privilégio de usufruir as bênçãos do Sábado milenar do reinado de Cristo sobre toda a terra.
  Observação: O que está entre parênteses, e no fim de alguns parágrafos, são textos da Bíblia, para que você possa confirmar as informações na Bíblia. Se você não tiver uma Bíblia disponível quando estiver lendo esse artigo, consulte uma em www.watchtower.org.

Texto baseado na Revista Despertai! de 22 de fevereiro de 1971 p. 27-29
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Amor romântico — a porta para o casamento feliz?

 
   O CASAMENTO pode trazer recompensas cada vez mais satisfatórias e imensa felicidade. Em geral, os solteiros, quer jovens quer não tão jovens, aguardam a felicidade no casamento. Mas em muitos casos, isso não acontece. Muitos casamentos terminam algum tempo depois, as vezes, tempo rápido demais para amigos, parentes e até ao próprio casal.

Aquela Sensação Maravilhosa!

   Por que tantos casamentos deixam de trazer a felicidade? Sem dúvida, em muitos casos, isso se dá porque ao se unirem, a força da atração sexual desempenhou o papel predominante. Não há dúvida de que apaixonar-se ou amar pode ser uma sensação maravilhosa. Mas, a respeito do amor romântico, certo dicionário nos diz que “é uma emoção que tem pouco haver com a realidade, tende mais a ser fruto da imaginação da pessoa, conforme formada pela literatura, arte, sonhos ou coisas semelhantes”.
   O amor romântico, tendo base na atração que os membros do sexo oposto exercem mutuamente, pode-se dizer, é uma reação química; isso é, deve-se à força dos hormônios sexuais. A genuína felicidade, porém, envolve muito mais do que uma reação química.
   O Criador implantou nos sexos forte ânsia mútua, de modo que a raça humana pudesse continuar a ser frutífera e se tornar numerosa. Aconselha também o homem a exercer o domínio de si quanto a isso. O amor romântico pode ser a porta para o casamento feliz somente se for mantido em seu lugar. —  Bíblia em Gênesis capítulo 1, versículo 28.
   Se isso não for feito, há mais probabilidade de que o casamento multiplique problemas, ao invés de resolvê-los. O amor romântico faz com que os jovens esperem demais. E, quando descobrem que não atingem seu ideal, tendem a ver seu casamento como um fracasso. No entanto, os humanos não têm personalidades perfeitas. Não podem exercer um julgamento perfeito, assim, como podem esperar um casamento perfeito?
   Além disso, o amor romântico, às vezes tenta os jovens a serem desonestos, levando-os ainda mais à frustração. A mulher jovem talvez recorra a inúmeros artifícios, como o de dizer o que ela sabe que ele quer ouvir, ao invés do que ela realmente pensa. E, não contente com tingir o cabelo e maquiar-se, talvez recorra também a enchimentos extras para lhe dar formas atraentes. Por outro lado, o homem jovem talvez fique sobrecarregado de dívidas e não a informe disso, ou talvez afirme ganhar mais do que realmente ganha.
   Os jovens tendem a desperceber que o amor romântico não significa necessariamente verdadeira afeição. Com efeito, é mais provável que seja egoísta do que altruísta, embora a pessoa não se dê conta disso, pois “nada [é] mais ardiloso . . . que o coração” humano. (Bíblia em Jeremias, capítulo 17, versículo 9).
   O amor romântico com freqüência não leva ao casamento feliz; por outro lado, o casamento feliz é inteiramente possível sem o amor romântico. O amor romântico pode ser assemelhado a uma sobremesa duma refeição. Ao passo que a  pessoa talvez anseie guloseimas, seria tolo pedir refeições apenas à base da sobremesa que as acompanha, ou tentar viver apenas de sobremesas. A saúde física requer algo mais substancial. E, assim também, para o bem-estar emocional no casamento, requer-se mais do que o amor romântico.

A Armadilha da Fascinação

   Outro motivo pelo qual o amor romântico talvez não seja necessariamente a porta do casamento feliz é que pode facilmente fingir-se de afeição sincera quando se trata realmente de fascinação. Qual é a diferença? A fascinação é definida como “forte e desarrazoado apego, em especial a algo indigno de tal apego”.
A fascinação em geral se baseia em forte atração física, com desconsideração de outros fatores essenciais. Por exemplo, pode-se dizer que o Rei Davi se deixou fascinar por Bate-Seba porque, como afirma o relato, “a mulher tinha aparência muito boa”. Mas, tratava-se de fascinação, pois ele não levou em conta que ela pertencia a outro homem, sendo esposa de Urias, um dos guerreiros mais capazes do Rei Davi, e que ele a movia a cometer adultério. Nem levou ele em conta as más conseqüências que se seguiram, para grande pesar e arrependimento de Davi. — Bíblia em 2ª Samuel, capítulo 11, versículo 1, até o capítulo 12, versículo 23.
   A fascinação pensa só nos prazeres do presente ou do futuro imediato. É extremamente míope. Tem sido descrita como ‘pressa de casar-se’, e, no máximo, é apenas temporária. A verdadeira afeição, não é míope. Considera as coisas em seu aspecto a longo prazo e dispõe-se a negar-se as coisas menos importantes hoje, de modo a poder ter as coisas maiores e melhores amanhã.
   Há um ditado que diz que ‘o amor é cego’. Mas, o amor guiado por princípios não é cego. Tem olhos para ver qualidades e possibilidades que os outros não vêem. Não é nem cego às faltas, de outra forma a Bíblia não diria que o “amor cobre uma multidão de pecados.” (1ª Pedro capítulo 4, versículo 8) Para cobri-los, o amor tem de estar cônscio deles. É a fascinação que é cega. Vê só o que quer ver, e, assim, atribui virtudes a quem não tem virtudes e altruísmo a quem é egoísta.
   Outro sinal da fascinação é que inclina-se a ignorar o conselho ou as vontades dos outros. A pessoa dotada de verdadeira afeição está disposta a ouvir outros e a tirar proveito de seu julgamento e conselho. Assim, as estatísticas nos contam que, quando os pais aprovam um casamento, há muito maior probabilidade de felicidade no casamento do que quando desaprovam. O mesmo se dá com os amigos íntimos.

Necessários Tanto a Cabeça Como o Coração

   O Dr. Hines, professor de sociologia, em seu livro, So You’re Thinking of Marriage (Então Pensa em Casar-se), escreveu: “Ao encarar o problema de encontrar um cônjuge, é muito importante que os jovens reduzam ao mínimo que possam seu romantismo. É completa tolice supor que em alguma parte do mundo há aquele cônjuge perfeito. Qualquer homem normal pode, com adequada pesquisa, encontrar muitas pessoas capazes de se ajustarem mutuamente a ele num casamento feliz e satisfatório. ”
 
A Posição da Bíblia

   A Palavra de Deus, a Bíblia, não condena o amor romântico em si. Ela até mesmo cota um belo caso real de amor romântico. O de Jacó, de 77 anos, pela linda virgem Raquel, “bela de figura e bela de semblante”. Enamorou-se dela e seu amor era tamanho que os sete anos em que serviu ao pai dela, Labão, por ela, “se mostraram aos seus olhos como apenas alguns dias”. — Bíblia em Gênesis, capítulo 29 versículos do 11 ao 20.
   Mas, ao mesmo tempo, a Palavra de Deus avisa da idolatria, e o amor romântico pode facilmente resultar na idolatria de uma criatura, se não for controlado. Daí, então, sob o encanto do amor romântico ou da atração física, os jovens tendem a minimizar as habilitações mentais e espirituais mais importantes.
   Dar ouvidos à Palavra de Deus, a Bíblia, poupará você de desilusões, de desapontamentos, de frustrações que costumam resultar do amor romântico. Temperando o idealismo e entusiasmo da juventude que anseia a felicidade marital, há as palavras sóbrias da Bíblia, de que aqueles que se casam “terão tribulação na sua carne”. (Bíblia em 1ª Coríntios, capítulo 7, versículo 28).
   O amor romântico pode ser algo belo e pode ser a porta para o casamento feliz. Mas, a menos que seja acompanhado do raciocínio, do domínio de si e do bom juízo, é bem mais provável que seja a porta para a infelicidade. Não superestime o amor romântico. Talvez não seja a porta para o casamento feliz, e, com certeza, não é a única porta para a felicidade no casamento.

Texto baseado na Revista Despertai! de 22 de fevereiro de 1971 p. 3-7

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sábado, 7 de janeiro de 2012

O pastor amoroso

   Certo observador que mirava os pastores com seus rebanhos nas encostas do Mt. Hermon, no Oriente Médio, fala do cuidado amoroso deles para com as ovelhas sob sua supervisão. “Cada pastor vigiava de perto seu rebanho, para ver como passava. Quando achava um cordeiro recém-nascido, punha-o nas dobras de sua aba, ou grande casaco, visto que era fraquinho demais para seguir a mãe. Quando seu seio já se achava repleto, punha os cordeiros sobre os ombros, segurando-os pelas patas, ou numa sacola ou cesta sobre uma mula, até que os pequeninos pudessem seguir as mães.” Jeová usou tal cena tocante da vida pastoral para nos ajudar a avaliar seu amoroso cuidado com Seu povo, conforme declarado na Bíblia em Isaías capítulo 40, versículos 10 e 11.

Fonte:

*Texto: Revista Despertai! de 22 de outubro de 1970 p. 22

*Imagem: Google

   Veja também: As ovelhas conhecem a voz de seu pastor

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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Vendo as coisas pelos olhos dum pavão



Do correspondente de “Despertai!” na Índia

 
   TUDO começou quando furei a bicadas a casca do ovo e saltei para o domínio da vida como ave. Ali estava eu, pestanejando sob a luz tropical, atônito. Tudo era tão estranho, tudo era tão atemorizante. Instintivamente, eu conhecia minha mamãe. Aconcheguei-me a ela, sob a asa protetora dela. Ali estava seguro, era amado. Para mim, a mamãe me parecia tão forte, tão confiante, isso me fez sentir seguro.
Assim passei os primeiros dias de minha vida. Embora não compreendesse naquela época, era um pavãozinho, e tinha duas irmãzinhas e dois irmãozinhos. De modo que éramos uma família mediana de pavões, visto que há, em geral, de quatro a seis ovos no ninho da pavoa.
   E, falando de ninhos, notei que o ninho de onde provim era uma depressão escavada no solo, no meio de densa massa de vegetação rasteira localizada em aberta área rural selvagem. Estava forrado de raminhos, folhas e grama — muito confortável e bem escondido dos inimigos à espreita. Pela observação, mais tarde aprendi que a mamãe deve ter posto ali seus cinco ovos lustrosos, de cor creme pálida, cada um tendo cerca de seis centímetros de comprimento. Solicitamente, sentou sobre eles por vinte e oito dias até que eu surgi em cena.
   Compreendo que, durante minha incubação, ocorreu um incidente que talvez resultasse em eu não ser chocado de jeito nenhum. Nosso ninho se localizava perto de campos de painço e cevada, em crescimento, perto de pequeno tributário do Rio Jamuna. Próximo havia também um trecho de terreno não cultivado, cheio de pedras e coberto de capim selvagem e vegetação silvestre. Pontilhavam o terreno arbustos de mirta selvagem e acácias. A tarde já findava, à medida que o sol iniciara seu rápido ocaso. Tudo estava parado e muito quieto.
   Subitamente, um movimento furtivo nos arbustos silvestres fizeram com que mamãe desse sua plena atenção. Com olhos alertas, penetrando pela vegetação rasteira, ela viu um gato selvagem à espreita. Ela ficou congelada no ninho, por assim dizer, ao passo que a criatura de cara faminta se aproximava. A plumagem da mamãe se fundia com a vegetação de fundo; parecia invisível. O gato passou, correndo em direção aos campos de cereais. Caso mamãe tivesse sido vista, talvez bem que poderia ser o fim dela e o nosso, pois as pavoas recusam-se a abandonar o ninho até mesmo em face do mais grave perigo.

Costumes dos Pavões

   Nós, pavõezinhos, aprendemos depressa. Logo aprendemos que a mamãe não era a única consorte do papai. Havia cinco delas! Em resultado, um pavão talvez tenha até uns vinte e cinco filhotes por ano — questão normal quando vista pelos olhos do pavão.
   Nossa família pertence a um pequeno bando de pavões que vivem numa seção do deserto de Rajasthan, do norte da Índia, não muito distante de Jaipur. Tenho inúmeras tias e tios e, sendo gregários por natureza, gostamos de andar juntos. Não raro, várias famílias compartilham a mesma árvore qual poleiro. Entretanto, durante a época do acasalamento, todos os meus tios se desviam em busca de consortes para si mesmos.
   Os pavões estão bem despertos já nas primeiras luzes da aurora, mas, ao invés de voarmos para o solo de imediato, preferimos tomar tempo, descendo de galho em galho, acabando com o silêncio matutino com nossos altos pupilos que soam como “mei-ô”. Logo nos interessamos pelo nosso desjejum de cereais. Mamãe nos ensinou a procurar nossos requintes favoritos. Alimentamo-nos principalmente de grama e de cereais. Não raro passamos dias inteiros devastando os campos de cereais. Por causa de nossa condição “sagrada” aqui, contudo, os lavradores da aldeia suportam nossa devastação com firmeza estóica. Bifes de insetos suculentos e gordos também figuram em nosso cardápio, havendo aqui e acolá um tenro lagarto. Papai e mamãe até jantam cobrinhas! Provavelmente não é uma idéia apetitosa, se não vir as coisas pelos olhos do pavão.
   Quando termina o dia, em fins da tarde, jantamos cedo e então voltamos a nossos poleiros no processo inverso, subindo vagarosamente os “degraus” até que alcancemos um poleiro satisfatório. Temos reputação de brigar bastante e fazer muito barulho ao nos acomodarmos para passar a noite.


Os Pais Pavões Partilham as Responsabilidades

   Dentre meus genitores, papai era de longe a personalidade mais interessante. Mamãe, por outro lado, sabia como misturar as cores, também. Ela escolheu um vestido que se fundia com as cercanias ao passo que cuidava de seu ninho e seus ovos. Provavelmente se mantinha tão ocupada fazendo ninhos, pondo ovos, chocando-os e cuidando dos filhotes que achou que era imprática um bonito vestido de plumas. Papai, que não compartilhava os deveres de incubação, dispunha de mais tempo para trajar sua cauda linda de plumas e andar pavoneado.

 
   Todavia, devo admitir, papai era guia esperto de seu rebanho. Contrário à aparência, às vezes, sempre vigiava com diligência possíveis inimigos — gatos do mato, águias e homens. Seus olhos e ouvidos são tão fenomenalmente aguçados que é raro que os pavões sejam apanhados. Dentre toda a população do mato, papai usualmente é o primeiro a detectar a aproximação de um leopardo. Em tais épocas de perigo, nem sequer voamos, embora possamos voar rápido e por longas distâncias. Antes, preferimos correr rapidamente pelo solo.
   A menção de inimigos me faz lembrar de algo que sucedeu quando só tinha seis meses. Alguns de nós, pavõezinhos brincávamos na sombra. Um dos machinhos estava fazendo-se de ridículo, tentando fazer uma corte prematura. Esquilos rasteiros corriam em redor e a pequena distância um gaio solitário azul se empoleirava quietamente numa amargozeira. Numa figueira de bengala próxima, um grupo de acridóteros imitavam sons da selva. Alguns pavõezinhos lutavam por um lagarto que um deles capturara. Abruptamente, papai soltou um pupilo penetrante que deixou-nos todos parados. Perigo! Espalhamo-nos em todas as direções. Sem se saber de onde, surgiu uma águia, mas, graças ao cuidado atencioso do papai, não houve nenhum dano.

Plumagem do Pavão

   Nos primeiros meses, dificilmente me diferençava de minhas irmãs. Nossas plumas da cauda eram as mesmas. Com oito meses chegou o tempo, sob o sistema do pavão, de deixar meu lar e cuidar de mim mesmo. Isto dava a mamãe um descanso, antes de sua tarefa seguinte de criar uma família. Por volta dessa época, eu desenvolvia minhas características plumas da cauda que crescem por acima das reais plumas da cauda. É um processo vagaroso. Não foi senão em meu quarto ano de vida que podia esperar alcançar as plenas plumas dum macho.
   Gradualmente, ao se passarem os meses, adquiri um terno imaculado de penugens e plumas. Tornei-me adulto, pesando quase cinco quilos, e tinha quase dois metros e dez centímetros da cabeça à cauda. A cobertura de minha cauda superior apenas tinha um metro e meio de comprimento. Eu tinha amadurecido, e gozava a perspectiva de viver até a boa idade de doze anos. Podia olhar para a frente, então, para a mudança anual de veste, e talvez até mesmo a ser admirado pelas criaturas humanas que levassem câmaras em vez de espingardas.
   Quem dera que pudesse me dar uma boa olhadela! Começando com a minha cabeça, tenho uma crista de plúmulas eretas, com pequena mancha branca de cada lado. Meus olhos também estão postos em uma pequena mancha branca. Meu pescoço comprido está coberto de plumagem brilhante verde metálica e azul, dissolvendo-se em verde malhado sob minhas plumas das asas. Elas se tornam quase que pretas em meu estômago. Note que minhas asas, em contraste, são cinzas, pontilhadas de preto. Minhas reais plumas da cauda, que não pode ver, são de cor amarronada.
   As plumas superiores da minha cauda, não um metro e meio para trás, são verde e azul bronzeado. Estas plumas superiores da cauda desenvolvem membranas do tipo de ramagem miúda em que se notam os familiares “olhos” reluzentes ou ocelos. É só querer e eu consigo levantar verticalmente as mesmas por cima das minhas costas, como um leque, e posso mantê-las ali, apoiadas pelas reais plumas da cauda. Posso fazer uma exibição e tanto.

 
   Mas, esta exibição não visa primariamente o prazer dos admiradores humanos. É meu modo de conquistar consortes. Quando começa nosso período procriativo anual, eu procuro meus prospectivos consortes. Logo que acho um, exponho-lhe todos os meus encantos. Exibo uma espécie de dança diante dela. Com peito para fora e as plumas superiores da cauda bem elevadas, pavoneio-me de um lado para o outro, inclinado para a frente. Ao mesmo tempo, solto um pupilo duro e rouco, que para o leitor não é nada musical, mas que a deixa ficar sabendo que estou interessado nela. No clímax de minha exibição, vibro minhas plumas inferiores da cauda, que, por sua vez, dão às plumas da cauda uma aparência bruxuleante ao acompanhamento de um som farfalhante. E dá certo, pois na época do acasalamento, de janeiro a outubro, consigo usualmente conquistar quatro ou cinco fêmeas. Daí, sinto-me como o marajá cheio de jóias, passeando no meio de seu harém.
   Por certo, minha plumagem brilhante pode constituir também um perigo. Com todo este equipamento extra, como se pode fugir dos caçadores e dos comercialistas que estão dispostos a me comer ou roubar minhas plumas? Na verdade, há legislação que restringe a caça e a morte da minha espécie, mas sempre há aqueles dispostos a ignorar a lei. Pode imaginar quão difícil me é eu me manter afastado do dano?
Há uma coisa que posso fazer para reduzir o perigo. Cada ano, por trocar as plumas da cauda, posso deixar estas belas lembranças no chão para que os colecionadores as encontrem e as levem embora. Daí, também, apesar de meu empecilho de plumas, disponho da habilidade de deslizar silenciosamente pela mata espessa com a agilidade de uma cobra. Também, para muitas pessoas, sou objeto de reverência. Têm-me como espécie de ave “sagrada”. De modo que os caçadores de pavão não ousam levar a cabo seu trabalho nefasto muito às claras.

História dos Pavões

   Mas, minha estória não ficaria completa sem um pouco da história dos pavões. Suponho que já sabe que pertencemos à família de aves fasiânidas. Não obstante, temos tantos primos entre os faisões que os peritos nos classificaram sob o termo “Pavo cristatus”. Provável é que isto se deva à nossa crista nos diferençar de nossos primos distantes. Quando meus ancestrais saíram da arca de Noé, por fim se estabeleceram na Índia. Aqui, por milhares de anos, minha espécie tem servido de ave ornamental nas cortes reais e nas propriedades aristocráticas. Até mesmo no exterior, servem como embaixadores plumosos nos palácios estrangeiros.
   Foi um grande dia na história dos pavões quando alguns de meus distintos ancestrais desceram dos navios fenícios no solo egípcio e foram levados para a corte de Faraó, onde em plenos ornamentos pavonais, apresentaram suas plumosas “credenciais”. A história bíblica nos conta de os pavões constituírem algumas das valiosas importações feitas pelo Rei Salomão. Assim, há três mil anos, o esplendor do palácio real de Sião era destacado pelos pavões ornamentais vivos. (Bíblia em 1 Reis capítulo 10, versículos 22 e 23) Séculos depois, Alexandre da Macedônia levou para a Europa duzentos pavões.
   Em toda a nossa história, sempre tivemos dificuldades em entender as coisas do ponto de vista humano. Por exemplo, por milênios na Índia nós, os pavões, temos sido considerados aves sagradas e, às vezes temos sido até adorados. Figuramos em algumas de suas antigas lendas religiosas. Ainda hoje, em partes da Índia se considera um crime matar um pavão. Todavia, os antigos romanos incentivavam o uso de pavões como aves para a mesa. Na Europa medieval, um banquete entre os ricos não ficava completo sem um prato de suculento pavão. Pode ver, então, quão perplexo isso tem sido, visto pelos olhos do pavão.
   Agora, antes de concluir, há apenas um mal-entendido comum, com o que me preocupo. Essa expressão “orgulhoso como um pavão” tem espalhado a idéia de que o pavão simboliza o orgulho e a vanglória. Como acha que isso me faz sentir? E será realmente verdade? Acha que o nosso Criador todo-sábio implantaria tais qualidades indesejáveis em uma de suas criações ininteligentes? Mas, então, para avaliar plenamente as qualidades do pavão, é preciso ver as coisas pelos olhos dum pavão.

Fontes:
*Texto: Revista Despertai! de 8 de setembro de 1970 p. 20-23

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Embalsamação dos mortos

   Os visitantes de vários museus modernos ficam fascinados com a antiga prática egípcia de embalsamar os mortos, que era tão eficiente que os corpos de pessoas ficaram preservados em condição notavelmente boa por bem mais de 3.000 anos. A Bíblia comenta esta antiga prática: “Depois, José ordenou aos seus servos, os médicos, que embalsamassem seu pai. De modo que os médicos embalsamaram Israel [Jacó], e levaram com ele quarenta dias inteiros, pois levam costumeiramente tantos dias para o embalsamamento, e os egípcios continuavam a verter lágrimas por ele, por setenta dias.” — Bíblia em Gênesis capítulo 50, versículos 2 e 3.

Texto baseado na Revista Despertai! de 8 de setembro de 1970

*Imagem: Google
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sábado, 10 de dezembro de 2011

A Bíblia se provou certa

   A BÍBLIA é inesgotável fonte de conhecimento e sabedoria. Quando uma pessoa está familiarizada com ela e a entenda, encontrará nela tanta verdade, beleza e conforto que não ficará facilmente perturbada pelos ataques feitos contra ela pelos “cientistas”, agnósticos, deístas, etc. Tal pessoa também sabe que a Bíblia não pretende ser um livro de ciência materialista, mas é científica no mais verdadeiro sentido da palavra. 
   Outro caso em que a Bíblia se provou verdadeiramente científica, muito embora fosse de encontro à opinião prevalecente, diz respeito à habilidade de a serpente ser encantada. A respeito disto, o Times de Nova Iorque, de 21 de janeiro de 1954, tinha o seguinte a dizer:
   “São as Cobras ‘Encantadas’ Pela Música? Os humoristas não raro mostram monstruoso reptil se agitando de um lado para o outro em frente dum encantador de serpentes que maneja um instrumento musical. Os zoólogos têm zombado disso. As cobras não dispõem de um sentido altamente desenvolvido de audição, alguns afirmaram. Outros mantiveram que as cobras são surdas como uma pedra. Como poderiam as serpentes ser ‘encantadas’ pela música? — perguntam.
   “O Dr. David I. Macht, pesquisador farmacólogo do Hospital Monte Sinai em Baltimore, é uma das principais autoridades do mundo sobre o veneno da naja, e no Journal da Associação Médica Estadunidense disse que, ao trabalhar com najas e o veneno da naja, familiarizou-se com diversos médicos hindus, bem instruídos e de diferentes partes da Índia. Todos concordavam que as najas reagem a certos tons musicais, de flautas ou pífaros musicais. Algumas formas de música excitam os animais mais do que outras formas, informaram os médicos. Avisa-se às crianças indianas que brincam no escuro no interior do país a que não cantem para que seus sons não atraiam najas, disse ele.
   “O Dr. Macht comentou que Shakespeare, que repetidas vezes se referiu a serpentes como surdas, (como em ‘Rei Henrique VI’, parte 2, ato 3, cena 2: ‘O que, és tu como a surda serpente de cera?’) simplesmente repetia um erro comum. Por outro lado, disse o Dr. Macht, o salmista estava certo ao dar a entender, por sentido inverso, no Salmo 58, Verso 5 [também o 4] que as serpentes podem ouvir: ‘Têm veneno semelhante ao veneno da serpente; são como a víbora surda, que tem tapados os seus ouvidos, para não ouvir a voz dos encantadores, do encantador perito em encantamentos.’
   “Contrário às afirmações de alguns naturalistas, o Dr. Macht disse que as cobras são ‘encantadas’ pelos sons e não pelos movimentos do encantador. Revisem-se os livros, recomendam os médicos.”
   Mas, não há necessidade de se revisar a Bíblia!

Texto baseado na Revista Despertai! de 22 de agosto de 1970 p. 3

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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

As ovelhas conhecem a voz de seu pastor

   O SEGUINTE relatório sobre o pastoreio no Oriente Médio lança interessante luz sobre a ilustração de Jesus que está na Bíblia em João capítulo 10, versículos 2-5, em que fala das ovelhas como conhecendo a voz do seu pastor e de lhes serem dados nomes:
   “O pastor moderno . . . tem prodigiosa memória, a qual retém o nome de cada ovelha. Os rebanhos às vezes contêm várias centenas, e, assim mesmo, cada uma tem um nome e o pastor o conhece, e chama cada ovelha pelo seu devido nome. . . . [Certo observador] diz ter observado pastores com ovelhas sobre as encostas do Monte Hermom: ‘Cada pastor . . . treina suas ovelhas para responderem à sua chamada, para irem em ordem, de duas em duas ou de quatro em quatro, em linha reta ou em círculos; uma de um círculo externo num rebanho de mil virá quando se chama o seu nome.’ É a voz do pastor que a ovelha reconhece.
   “Um estranho certa vez declarou a um pastor sírio que as ovelhas conheciam a roupa e não a voz de seu amo. O pastor disse que era a voz que elas conheciam. Para provar isto, trocou de roupa com o estranho, que se meteu entre as ovelhas com a roupa do pastor, chamando as ovelhas imitando a voz do pastor, e tentando guiá-las. Elas não reconheceram sua voz, mas, quando o pastor as chamou, embora estivesse disfarçado, as ovelhas correram de imediato em resposta à sua chamada.” — Orientalisms in Bible Lands, de E. W. Rice, págs. 159-161.

Texto baseado na Revista Despertai! de 22 de julho de 1970 p. 23

*Imagem: Google


   Veja também: O pastor amoroso
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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Têm seus sonhos um significado oculto?

   HOUVE época em que esta questão não poderia surgir, simplesmente porque quase todo o mundo então cria que os sonhos tinham significado especial. “Os babilônios depositavam tamanha confiança nos sonhos que, na véspera de importantes decisões, dormiam em templos, esperando conselho. Os gregos que desejavam instruções quanto à saúde dormiam em santuários de Esculápio, e os romanos nos templos de Serapis. Os egípcios prepararam livros elaborados para interpretação de sonhos.” — Harper’s Bible Dictionary, 7.a ed., 1961, p. 141.
   Agora, com maior entendimento do fenômeno dos sonhos, muitas pessoas (mas nem todas, de forma alguma) afirmam que os sonhos não têm significado oculto. Os outros não estão tão certos. O que acha o leitor?

As Pessoas Dormem em Ciclos

   Os pesquisadores, com a ajuda de muitos instrumentos engenhosos, descobriram coisas interessantes sobre o assunto de sonhos. Por exemplo, sabia que, normalmente, todo o mundo dorme em ciclos, indo de quatro a seis por noite? Cada ciclo talvez consista em três fases: primeira, de sono leve, daí de sono profundo, acompanhada do que tem sido chamado de “sono paradoxal”. Esta última fase foi assim chamada devido a que certas condições físicas do corpo e da mente se assemelham ao estado de despertamento, todavia, a pessoa está bem adormecida. Um aparelho registrador ligado à pessoa mostra que, à medida que cai em sono leve, e aí em sono profundo, as batidas do coração e a respiração diminuem de passo, cai a temperatura do corpo, e descontrai-se a tensão muscular. Mas, daí, à medida que a pessoa passa para a terceira fase do ciclo, a atividade física do cérebro se acelera, enquanto os músculos corpóreos permanecem descontraídos.
   É durante esta terceira fase de cada ciclo que ocorrem a maioria dos sonhos, inclusive pesadelos, sonambulismo, e assim por diante. Tem-se também observado que o movimento do globo ocular por baixo das pálpebras fechadas se torna muito ativo durante o terceiro estágio. É este rápido movimento de olhos (abreviado RMO) que pode ser seguido, e assim avisa aos observadores de que a pessoa que dorme está sonhando. Cada sonho talvez dure de quinze a vinte minutos, atingindo de uma a duas horas por noite o tempo de sonhos. Outras duas a quatro horas são de sono profundo, e o restante duma noite de sono normal de sete ou oito horas é gasto em sono leve.
    Os homens e as mulheres têm mais ou menos a mesma quantidade de sonhos. Ambos vêem o mesmo tipo de imagens grotescas, tanto coloridas como em preto e branco, embora a sensação de cor seja uma das primeiras modalidades esquecidas. A ocupação e a educação parecem não ter influência alguma, mas parece que a idade é um fator — os mais jovens sonham mais que os mais idosos.
   Muitas pessoas, contudo, insistirão teimosamente que é raro sonharem, se chegarem a sonhar alguma vez. Isto se dá porque é muito curto o período de memória dos sonhos, e, a menos que a pessoa seja despertada quer pela excitação do sonho mesmo, quer por uma influência externa, na manhã seguinte muito pouco, se é que alguma coisa, será lembrado do sonho. — Jó 20:8.

Função Natural da Mente

   O ciclo rítmico do sono, com sua fase RMO de sonhos equivalente a cerca de 20 por cento do período total de descanso, parece ser, segundo demonstrado, uma experiência natural na vida de toda pessoa normal. Até mesmo quando uma pessoa adormecida se lembra de nomes de pessoas presumivelmente há muito olvidados, ou quando resolve os problemas que afligem o cérebro, e que não pôde resolver quando desperto, isto também nada mais é do que um aspecto especial da mente natural. Mostra que certas partes do cérebro se empenham num grande grau de atividades enquanto outras partes dormem. Isto não se dá por revelação divina ou por inspiração de deuses supernaturais, como muitos afirmam.
    A maioria dos sonhos comuns, contudo, são bizarras demonstrações de fantasia e de imaginação, distanciando muito do mundo real. Pessoas conhecidas assumem aparências estranhas. Os animais falam. Rochas e pessoas flutuam no meio do ar com a maior das facilidades. Ambientes e situações esquisitas, completamente distorcidas e diferentes da realidade, e em desafio às leis familiares, seguem-se continuamente umas às outras em rápida sucessão. E, ainda assim, nada neste mundo de sonhos às avessas parece desarrazoado, desnatural ou fora de foco para o sonhador, isto é, até que ele acorda. Será esta, também, apenas uma função da mente natural? Sim, pois quando os centros nervosos da razão e da lógica no cérebro, bem como a faculdade da memória, estão adormecidos, não há nenhum controle sobre as seções mais profundas do cérebro em que se realizam tais dramas loucos de sonhos.
   Os sonhos também revelam uma origem física, no sentido de que pensamentos, experiências e atividades diárias os influenciam grandemente. Uma pessoa faminta talvez sonhe que está comendo, o sedento que está bebendo água, mas ambos acordam dessatisfeitos. (Isa. 29:7, 8) Certas drogas talvez provoquem sonhos paradisíacos. O álcool pode dar origem a sonhos desagradáveis e atemorizantes, em especial de cobras e animais grotescos. As condições físicas, tais como uma deficiente circulação do sangue, a indigestão e a respiração inadequada, provocam sonhos atemorizantes. Se as crianças se tornarem excitadas demais antes de irem dormir, isto, também talvez faça que tenham terríveis pesadelos. Mas, nem todos os sonhos são experiências atemorizantes. Alguns são lindos e muitíssimo agradáveis. Outros são simplesmente situações incomodativas que o sonhador usualmente “resolve” dos modos mais ridículos.
   A suscetibilidade da pessoa que sonha a influências externas também mostra a natureza física dos sonhos. Um cachorro que late, um choro de criança, ou um barco ou trem que apite talvez seja incorporado no texto do sonho à medida que este progride. O zumbido dum mosquito se torna o zunido dum barco de corrida ou dum avião. Uma súbita dor na cabeça faz com que o sonhador grite, pois imagina que caiu e bateu com a cabeça no chão. Uma dor intestinal devido a gases se torna um chute no estômago na luta imaginária do sonhador contra um bandido. De início, a sonhadora pensa que está sendo perseguida por um garoto, mas, subitamente, este se torna um tigre. A caça se intensifica à medida que o sonho atinge alto nível de ansiedade. Por fim, a vítima é apanhada pelo braço e não pode escapar. Tudo é tão real, tão realíssimo, com efeito, que a sonhadora acorda, vindo porém a verificar que o braço dela ficou enroscado no lençol.
   Bem, será que devemos concluir disto que todos os sonhos sejam apenas exercícios mentais, produtos de causas naturais? O que dizer dos muitos casos na Bíblia em que Deus falou a homens por meio de sonhos?

Sonhos Significativos de Origem Divina
 
   Aquele que fez o cérebro do homem em primeiro lugar poderia de modo bem fácil dar à pessoa visões de Sua vontade e Seu propósito, em forma de sonhos. Não faria diferença se a pessoa era ou não adorador devotado de Jeová. (Juí. 7:13, 14) Quaisquer sonhos assim, naturalmente, seriam muito significativos. Poderiam ser grandes profecias de eventos vindouros, ou avisos importantes, ou talvez fossem dados como instruções e orientação.
   Deus avisou Abimeleque, rei de Gerar, num sonho, para que não tocasse na esposa de Abraão, Sara, resultando em que ela permaneceu imaculada. (Gên. cap. 20) Obedecendo ao ‘aviso divino num sonho’, os astrólogos que visitaram Jesus não voltaram ao Herodes assassino. (Mat. 2:11, 12) Em resposta à instrução angélica contida em sonhos, José tomou Maria como sua esposa legal, muito embora ela estivesse grávida, e, depois de a criança nascer, fugiu para o Egito com a família. Num sonho posterior, disse-se a José que voltasse do Egito, e se fixou em Nazaré, sendo isto cumprimento da profecia: “Ele [Jesus] será chamado Nazareno.” — Mat. 1:18-25; 2:13-15, 19-23.
   Alguns sonhos da parte de Deus foram dados para assegurar a Seus servos o favor divino que os apoiava, e para ajudá-los a entender como Ele os usava, como se deu no caso de Abraão. (Gên. 15:12-16) Em Luz (Betel), e de novo em Arã, Jacó recebeu similares sonhos divinos de instruções. — Gên. 28:10-19; 31:11-13.
  Como jovem, o filho de Jacó, José, teve sonhos proféticos que ele viveu para ver cumpridos. (Gên. 37:5-11; 42:1-3, 5-9) Mais tarde, lá no Egito, enquanto José estava encarcerado injustamente, teve oportunidade de indicar ao chefe dos copeiros e ao chefe dos padeiros de Faraó que só Deus podia interpretar os sonhos especiais que ele tivera. Esta experiência, por sua vez, serviu para trazer José à atenção de Faraó como alguém que tinha o espírito de Deus. — Gên. cap 40; 41:9-16.
    Os avisos e o elemento profético se combinavam em dois sonhos que o Faraó dos dias de José teve numa só noite. No primeiro, viu sete vacas gordas serem devoradas por sete vacas magras, e abatidas. No segundo sonho, sete espigas de cereais cheias e boas apareceram em apenas uma haste, vindo estas, porém, a serem engolidas por sete espigas de cereais murchas, mirradas, assoladas pelo vento. José atribuindo a Deus a interpretação, explicou corretamente que ambos os sonhos prediziam que sete anos de abundância seriam seguidos por sete de fome. (Gên. cap. 41) Era a forma de Deus de salvar a muitos da inanição, e, especialmente, a vida dos descendentes de Abraão, em cumprimento de Sua promessa feita àquele homem de fé. — Gên. 45:5-8.
   O Rei Nabucodonosor, de Babilônia, também teve dois sonhos proféticos da parte de Deus. Um foi de certa imagem de vários metais que foi destruída por uma pedra cortada duma montanha sem se usar as mãos. (Dan. 2:29-45) No outro, o rei contemplou grande árvore ser derrubada e seu toco ser cingido por uma “banda de ferro e de cobre” até terem passado “sete tempos”. — Dan. cap. 4.
Daniel foi outro que teve sonhos divinos. Em um deles, contemplou quatro enormes animais que saíam do mar, tais animais representando governos humanos. Em outro sonho, Daniel teve uma visão do Antigo de Dias, do qual “alguém semelhante a um filho de homem” recebeu “domínio, dignidade, e um reino”. — Dan. 7:1, 3, 13, 14, 17.
   Quando Jesus Cristo se pôs diante de Pôncio Pilatos para ser julgado, a esposa do governador romano lhe enviou uma mensagem sobre Jesus: “Não tenhas nada que ver com esse homem justo, pois eu sofri hoje muito, num sonho, por causa dele.” (Mat. 27:19) A Bíblia não declara que o sonho era de origem divina, mas, a evidência circunstancial indica que sim. Vindo naquele momento, era poderoso aviso para Pilatos de que lidava com situação especial e que precisava ser cuidadoso a fim de evitar ser culpado. E aconteceu que Pilatos preferiu ignorar a evidência, bem como o aviso, e, ouvindo o clamor da turba, entregou o homem inocente à morte.

Não Devem Ser Usados Quais Presságios
 
Desde os tempos apostólicos e o encerramento do cânon da Bíblia, não há evidência de que Deus tenha usado o veículo dos sonhos, como relatado acima, para se comunicar com a humanidade. Por outro lado, a influência demoníaca sobre o gênero humano tem aumentando, em especial desde que Satanás e seus demônios foram degradados à terra nestes “últimos dias”. (Rev. 12:7-12) A Bíblia avisa sobre a influência demoníaca manifesta por meio de “profetas de sonhos falsos”. (Jer. 23:25-32; 27:9, 10) A adivinhação por meio de sonhos, conhecida como oniromancia, é ‘fútil’, algo detestável a Jeová. (Zac. 10:2) Até mesmo se tais sonhadores de sonhos inspirados pelos demônios fornecerem um sinal, e mesmo que “se cumpra o sinal ou o portento”, ainda assim, sob o arranjo da Lei, tais pessoas deveriam ser mortas. — Deu. 13:1-5.
   Em vista da intensificada influência demoníaca atualmente, é muitíssimo perigoso atribuir significados a sonhos, como se fossem presságios e, então, tentar relacioná-los com o futuro. Procurar presságios é uma prática que a Bíblia liga ao espiritismo, que é detestável a Deus. (Deu. 18:10-12) Aqueles que brincam com o espiritismo ou que voluntariamente aceitam objetos de espíritas, segundo se tem sabido, sofreram influências adversas em seus sonhos. Certa senhora aceitou objetos dum espírita e começou a ter sonhos em que se via num caixão, e isso chegava cada vez mais perto, de modo que ela queria pular fora dele. Em resultado de tais sonhos, ela quase chegou a cometer suicídio. Obteve alívio quando livrou-se de todos os objetos recebidos da pessoa espírita.
Em vista de tais ocorrências, é insensato nos dias atuais buscar ver qualquer significado nos sonhos da pessoa. Não devem ser usados como presságios.
   Mas, por que as pessoas normais e saudáveis chegam a sonhar? Ao procurar a resposta, a ciência tem verificado que qualquer interferência no padrão de sonhos que Deus forneceu ao homem apenas produz resultados prejudiciais. Durante a fase RMO de sonhos, dá-se vital reação química no cérebro — há aumento do metabolismo, no fluxo do sangue, na temperatura, e na produção de hormônios e outras substâncias químicas do corpo — tudo o que é necessário para o bem-estar físico e mental. Como Edwin Diamond comenta: “Há evidência que sugere que é o estado de sonho — e não o próprio sono — que recupera as energias gastas e ajuda a assegurar o bem-estar físico e a saúde mental do homem acordado.” — Times Magazine de Nova Iorque, de 12 de fev. de 1967.

Fontes:


Texto: Revista Despertai! de 8 de janeiro de 1970 pp. 5-8.

Imagem: Google

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