Pesquise no blog

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Amor romântico — a porta para o casamento feliz?

 
   O CASAMENTO pode trazer recompensas cada vez mais satisfatórias e imensa felicidade. Em geral, os solteiros, quer jovens quer não tão jovens, aguardam a felicidade no casamento. Mas em muitos casos, isso não acontece. Muitos casamentos terminam algum tempo depois, as vezes, tempo rápido demais para amigos, parentes e até ao próprio casal.

Aquela Sensação Maravilhosa!

   Por que tantos casamentos deixam de trazer a felicidade? Sem dúvida, em muitos casos, isso se dá porque ao se unirem, a força da atração sexual desempenhou o papel predominante. Não há dúvida de que apaixonar-se ou amar pode ser uma sensação maravilhosa. Mas, a respeito do amor romântico, certo dicionário nos diz que “é uma emoção que tem pouco haver com a realidade, tende mais a ser fruto da imaginação da pessoa, conforme formada pela literatura, arte, sonhos ou coisas semelhantes”.
   O amor romântico, tendo base na atração que os membros do sexo oposto exercem mutuamente, pode-se dizer, é uma reação química; isso é, deve-se à força dos hormônios sexuais. A genuína felicidade, porém, envolve muito mais do que uma reação química.
   O Criador implantou nos sexos forte ânsia mútua, de modo que a raça humana pudesse continuar a ser frutífera e se tornar numerosa. Aconselha também o homem a exercer o domínio de si quanto a isso. O amor romântico pode ser a porta para o casamento feliz somente se for mantido em seu lugar. —  Bíblia em Gênesis capítulo 1, versículo 28.
   Se isso não for feito, há mais probabilidade de que o casamento multiplique problemas, ao invés de resolvê-los. O amor romântico faz com que os jovens esperem demais. E, quando descobrem que não atingem seu ideal, tendem a ver seu casamento como um fracasso. No entanto, os humanos não têm personalidades perfeitas. Não podem exercer um julgamento perfeito, assim, como podem esperar um casamento perfeito?
   Além disso, o amor romântico, às vezes tenta os jovens a serem desonestos, levando-os ainda mais à frustração. A mulher jovem talvez recorra a inúmeros artifícios, como o de dizer o que ela sabe que ele quer ouvir, ao invés do que ela realmente pensa. E, não contente com tingir o cabelo e maquiar-se, talvez recorra também a enchimentos extras para lhe dar formas atraentes. Por outro lado, o homem jovem talvez fique sobrecarregado de dívidas e não a informe disso, ou talvez afirme ganhar mais do que realmente ganha.
   Os jovens tendem a desperceber que o amor romântico não significa necessariamente verdadeira afeição. Com efeito, é mais provável que seja egoísta do que altruísta, embora a pessoa não se dê conta disso, pois “nada [é] mais ardiloso . . . que o coração” humano. (Bíblia em Jeremias, capítulo 17, versículo 9).
   O amor romântico com freqüência não leva ao casamento feliz; por outro lado, o casamento feliz é inteiramente possível sem o amor romântico. O amor romântico pode ser assemelhado a uma sobremesa duma refeição. Ao passo que a  pessoa talvez anseie guloseimas, seria tolo pedir refeições apenas à base da sobremesa que as acompanha, ou tentar viver apenas de sobremesas. A saúde física requer algo mais substancial. E, assim também, para o bem-estar emocional no casamento, requer-se mais do que o amor romântico.

A Armadilha da Fascinação

   Outro motivo pelo qual o amor romântico talvez não seja necessariamente a porta do casamento feliz é que pode facilmente fingir-se de afeição sincera quando se trata realmente de fascinação. Qual é a diferença? A fascinação é definida como “forte e desarrazoado apego, em especial a algo indigno de tal apego”.
A fascinação em geral se baseia em forte atração física, com desconsideração de outros fatores essenciais. Por exemplo, pode-se dizer que o Rei Davi se deixou fascinar por Bate-Seba porque, como afirma o relato, “a mulher tinha aparência muito boa”. Mas, tratava-se de fascinação, pois ele não levou em conta que ela pertencia a outro homem, sendo esposa de Urias, um dos guerreiros mais capazes do Rei Davi, e que ele a movia a cometer adultério. Nem levou ele em conta as más conseqüências que se seguiram, para grande pesar e arrependimento de Davi. — Bíblia em 2ª Samuel, capítulo 11, versículo 1, até o capítulo 12, versículo 23.
   A fascinação pensa só nos prazeres do presente ou do futuro imediato. É extremamente míope. Tem sido descrita como ‘pressa de casar-se’, e, no máximo, é apenas temporária. A verdadeira afeição, não é míope. Considera as coisas em seu aspecto a longo prazo e dispõe-se a negar-se as coisas menos importantes hoje, de modo a poder ter as coisas maiores e melhores amanhã.
   Há um ditado que diz que ‘o amor é cego’. Mas, o amor guiado por princípios não é cego. Tem olhos para ver qualidades e possibilidades que os outros não vêem. Não é nem cego às faltas, de outra forma a Bíblia não diria que o “amor cobre uma multidão de pecados.” (1ª Pedro capítulo 4, versículo 8) Para cobri-los, o amor tem de estar cônscio deles. É a fascinação que é cega. Vê só o que quer ver, e, assim, atribui virtudes a quem não tem virtudes e altruísmo a quem é egoísta.
   Outro sinal da fascinação é que inclina-se a ignorar o conselho ou as vontades dos outros. A pessoa dotada de verdadeira afeição está disposta a ouvir outros e a tirar proveito de seu julgamento e conselho. Assim, as estatísticas nos contam que, quando os pais aprovam um casamento, há muito maior probabilidade de felicidade no casamento do que quando desaprovam. O mesmo se dá com os amigos íntimos.

Necessários Tanto a Cabeça Como o Coração

   O Dr. Hines, professor de sociologia, em seu livro, So You’re Thinking of Marriage (Então Pensa em Casar-se), escreveu: “Ao encarar o problema de encontrar um cônjuge, é muito importante que os jovens reduzam ao mínimo que possam seu romantismo. É completa tolice supor que em alguma parte do mundo há aquele cônjuge perfeito. Qualquer homem normal pode, com adequada pesquisa, encontrar muitas pessoas capazes de se ajustarem mutuamente a ele num casamento feliz e satisfatório. ”
 
A Posição da Bíblia

   A Palavra de Deus, a Bíblia, não condena o amor romântico em si. Ela até mesmo cota um belo caso real de amor romântico. O de Jacó, de 77 anos, pela linda virgem Raquel, “bela de figura e bela de semblante”. Enamorou-se dela e seu amor era tamanho que os sete anos em que serviu ao pai dela, Labão, por ela, “se mostraram aos seus olhos como apenas alguns dias”. — Bíblia em Gênesis, capítulo 29 versículos do 11 ao 20.
   Mas, ao mesmo tempo, a Palavra de Deus avisa da idolatria, e o amor romântico pode facilmente resultar na idolatria de uma criatura, se não for controlado. Daí, então, sob o encanto do amor romântico ou da atração física, os jovens tendem a minimizar as habilitações mentais e espirituais mais importantes.
   Dar ouvidos à Palavra de Deus, a Bíblia, poupará você de desilusões, de desapontamentos, de frustrações que costumam resultar do amor romântico. Temperando o idealismo e entusiasmo da juventude que anseia a felicidade marital, há as palavras sóbrias da Bíblia, de que aqueles que se casam “terão tribulação na sua carne”. (Bíblia em 1ª Coríntios, capítulo 7, versículo 28).
   O amor romântico pode ser algo belo e pode ser a porta para o casamento feliz. Mas, a menos que seja acompanhado do raciocínio, do domínio de si e do bom juízo, é bem mais provável que seja a porta para a infelicidade. Não superestime o amor romântico. Talvez não seja a porta para o casamento feliz, e, com certeza, não é a única porta para a felicidade no casamento.

Texto baseado na Revista Despertai! de 22 de fevereiro de 1971 p. 3-7

*Imagens: Google
((•)) Ouça este artigo
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...