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quinta-feira, 8 de março de 2012

Como lidar com a disfemia ou gagueira?

   “Quando gaguejo, fico nervoso e daí gaguejo ainda mais. É como se eu estivesse num poço e não conseguisse sair. Certa vez, procurei uma psicóloga. Ela disse que eu precisava arrumar uma namorada para fazer sexo, pois isso aumentaria minha autoestima. Nem é preciso dizer que não voltei mais lá. Eu só quero que as pessoas me aceitem como eu sou.” — Rafael, 32 anos.
 
   Imagine como seria sua vida se você empacasse nas palavras, repetindo certos sons e sílabas. A simples tarefa de pedir uma passagem de trem já seria motivo de extrema ansiedade. Essa é a realidade de cerca de 60 milhões de gagos no mundo, ou seja, 1 em cada 100 pessoas. Eles costumam ser ridicularizados e discriminados. Talvez sejam até considerados menos inteligentes porque substituem palavras difíceis por outras mais simples, que conseguem articular.
   Qual é a causa da gagueira, ou disfemia? Existe cura? O que a pessoa que tem esse problema pode fazer para melhorar sua fluência? Como outros podem ajudar?

Quais são as causas?

   No passado, algumas pessoas acreditavam que a gagueira era causada por espíritos maus que tinham de ser exorcizados. Durante a Idade Média, a língua era considerada a culpada. O “remédio”? Ferro quente e pimenta! Séculos mais tarde, cirurgiões passaram a remover nervos e músculos da língua e até as amígdalas para curar a gagueira. Mas nenhum desses métodos agressivos alcançou seu objetivo.
   Pesquisas modernas sugerem que a gagueira pode ter mais de um fator contribuinte. Um deles pode ser o modo como a pessoa reage ao estresse. Outro fator talvez seja genético, visto que 60% das pessoas que gaguejam têm parentes com esse problema. Além disso, pesquisas com uso de neuroimagens indicam que o cérebro de alguém que gagueja processa a linguagem de uma forma diferente. Alguns “talvez comecem a falar antes de o cérebro dizer como as palavras devem ser articuladas”, comentou o Dr. Nathan Lavid em seu livro Understanding Stuttering (Compreendendo a Gagueira).
   Assim, a principal causa da gagueira não é necessariamente psicológica, como se acreditava. “Em outras palavras, melhorar da gagueira não depende apenas de pensamento positivo ou de incentivo psicológico de outra pessoa”, diz o livro No Miracle Cures (Não Existem Curas Milagrosas). Mas as pessoas que gaguejam podem desenvolver problemas psicológicos. Por exemplo, talvez sintam medo de certas situações, como falar em público ou ao telefone.

Ajuda para os que gaguejam

   É interessante que, de modo geral, essas pessoas gaguejam pouco ou nada quando cantam, sussurram, falam sozinhas ou em coro, conversam com seus animais de estimação ou imitam outras pessoas. Além disso, com o tempo, 80% das crianças que gaguejam se recuperam sem tratamento. Mas que dizer dos 20% restantes?
   Hoje, existem programas de terapia fonoaudiológica que podem melhorar a fluência. Algumas técnicas incluem relaxar o maxilar, os lábios e a língua, além de respirar usando o diafragma. Os pacientes também podem aprender uma técnica chamada “início suave”, que envolve fazer tomadas curtas de ar usando o diafragma e expirar pouco ar antes de começar a falar. Além disso, eles talvez sejam aconselhados a prolongar o som das vogais e de algumas consoantes. O ritmo da fala aumenta gradualmente à medida que a fluência melhora.
    Desenvolver essas habilidades pode levar apenas algumas horas. Mas conseguir usar essas estratégias em situações de muito estresse pode exigir milhares de horas de prática.
   Quando se deve começar esse treinamento? Será que é sábio esperar e ver se a criança supera a gagueira por si mesma? Pesquisas indicam que só 18% das crianças que gaguejam por cinco anos se recuperam por si mesmas. Por isso, o livro No Miracle Cures diz: “Aos 6 anos, é improvável que a criança se recupere sem tratamento.” Assim, “crianças que gaguejam devem ser levadas a um fonoaudiólogo o mais breve possível”, acrescenta o livro. Dos 20% das crianças que continuam a gaguejar até a vida adulta, estima-se que o tratamento funcione para 60% a 80% delas.

Seja realista

   Segundo o fonoaudiólogo Robert Quesal, que também tem problema de gagueira, a fluência perfeita em todas as circunstâncias não é um objetivo realista para a maioria dos gagos. Rafael, já mencionado, não conseguiu superar seu problema por completo, embora sua fluência tenha melhorado. Ele diz: “Meu problema fica mais evidente quando preciso ler ou falar em público ou quando estou diante de uma moça bonita. Eu costumava ficar constrangido porque as pessoas zombavam de mim. Ultimamente, porém, tenho tentado me aceitar como sou e rir de mim mesmo. Então, quando uma palavra me faz gaguejar, talvez eu dê risada, mas depois tento relaxar e continuar.”
   Os comentários de Rafael estão de acordo com o que diz a Fundação Americana da Gagueira: “Superar a gagueira geralmente é mais uma questão de perder o medo de gaguejar do que de se esforçar muito [para parar de gaguejar].”
   Muitos que lutam com a gagueira não foram privados de uma vida significativa. Algumas pessoas famosas, como o físico Sir Isaac Newton, o estadista britânico Winston Churchill e o ator americano James Stewart eram gagas. Outras desenvolveram habilidades não verbais, como tocar um instrumento musical, pintar ou aprender língua de sinais. Quem não tem esse problema deve valorizar o grande esforço feito pelos que gaguejam. Então, é importante dar a eles todo incentivo e apoio possível.

Observações:

   * Mais de 80% dos gagos são homens.
   * As teorias atuais sobre as causas da gagueira e os tratamentos apropriados, embora tenham elementos em comum, nem sempre concordam entre si. Despertai! não recomenda nenhum conceito ou tratamento específico.
   * Em alguns casos, os médicos recomendam aparelhos para gagueira que atrasam o retorno auditivo, ou medicamentos para reduzir a ansiedade relacionada com a fala.

COMO AJUDAR ALGUÉM QUE GAGUEJA?
   ● Proporcione um ambiente descontraído e calmo. O atual estilo de vida corrido e tenso costuma piorar o problema.
   ● Em vez de pedir ao gago que fale mais devagar, dê o exemplo. Ouça com paciência. Não o interrompa. Não termine as frases para ele. Espere um pouco antes de responder.
   ● Evite criticar e corrigir. Por meio de contato visual, expressões faciais, linguagem corporal e comentários, mostre interesse no que ele diz, não em como ele diz.
   ● A gagueira não deve ser tratada como tabu. Um sorriso amigável e referências ocasionais e bondosas ao problema podem deixar o gago mais à vontade. Talvez você possa dizer algo como: “Às vezes, não é fácil dizer o que queremos.”
   ● Acima de tudo, deixe claro que você o aceita como ele é.

“AOS POUCOS PASSEI A GAGUEJAR MENOS”

   Víctor, que gaguejou por vários anos durante um período de grande tensão familiar, conseguiu superar sem tratamento seu problema de fala. Por ser Testemunha de Jeová, ele se matriculou na Escola do Ministério Teocrático, que é realizada semanalmente em todas as congregações das Testemunhas de Jeová. Embora essa escola não tenha por objetivo dar tratamento fonoaudiológico, ela ajuda os alunos a melhorar suas habilidades de oratória e a ganhar confiança.
   O manual usado chama-se Beneficie-se da Escola do Ministério Teocrático. No quadro “Como Lidar com a Gagueira”, o livro diz: “É importante não desistir. . . . Quando tiver de dar um discurso, prepare-se bem. Concentre-se na matéria . . . Se começar a gaguejar, esforce-se para manter a calma e controlar a voz. Relaxe a musculatura do maxilar. Use frases curtas e diminua ao máximo o uso de interjeições, como ‘é . . . ’ e ‘hum’.”
  Será que a escola ajudou Víctor? Ele recorda: “Eu me concentrava tanto no que ia dizer — e não em como ia dizer — que esquecia o meu problema. Também ensaiava muito. Aos poucos passei a gaguejar menos.”
   
Texto baseado na Revista Despertai! de maio de 2010 p. 12-14
Imagens meramente ilustrativas
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Animais "cabeleireiros" - Tiveram um projeto?

   Vamos começar pelas humildes formigas. Estes minúsculos insetos têm pentes, escovas, sabonetes e cremes que usam com freqüência. A verdade é que as formigas dispõem de pentes finos e grossos, iguais aos humanos. Estes pentes lhes estão afixados à quarta junta de patas.
Imagem meramente ilustrativa
   O Dr. McCook que estudou as formigas durante muitos anos, diz: “Este (o pente tibial), é um pente de verdade, que poderia ter servido de modelo para o inventor de nossos próprios pentes, sendo a principal diferença que está permanentemente afixado ao membro que o opera. Tem cabo curto, base rígida e fio com dentes regulares.” Os dentes são “pontudos no ponto livre e alargados na base, são rígidos, mas elásticos, e voltam-se para trás quando  curvados, como os dentes dum pente.”
   As escovas das formigas são dispositivos engenhosos e práticos. Compõem-se de pêlos ocos e macios, que segregam um lubrificante ou creme. Este lubrificante faz com que os grãos de sujeira e pó se juntem uns aos outros, tornando-se fácil removê-los.
   Se penteiam sempre ao despertarem pela manhã, mas fazem isso em outros horários, toda vez que acham necessário. É interessante que as formigas ajudam-se umas às outras a se pentear, escovar e lavar, limpando partes do corpo das outras formigas que estas não possam alcançar sozinhas. Até mesmo dão massagens.
     Márcio Cabral de Moura
   Outro exemplo é o castor. Possui um suprimento embutido de pentes e artigos de cabeleireira. A unha do segundo dedo de cada pata traseira é fendida, e o próprio dedo, sendo articulado, pode dobrar-se em qualquer direção. Assim, com este pente, o castor costuma sentar-se sobre a cauda, o que parece ajudar suas glândulas produtoras de óleo a eliminar o necessário óleo para pentear-se, e enfeita seu casaco peludo.
   Entre as criaturas aladas, os morcegos de cauda livre possuem as mais úteis escovas para cabelo. Nos dedos externos dos pés há franjas de pequenas barbas curtas que sobressaem. Pouco antes de sua ponta, estas barbas se dobram em ângulo reto. Assim, seja qual for a direção em que o Senhor Morcego mova os pés, ele pode escavar até às raízes de seu cabelo. E ele leva bastante tempo para se enfeitar. Repetidas vezes costuma usar as duas escovas de cabelo de maneira alternada. Acabada esta tarefa, os pêlos das costas se acharão partidos esmeradamente no meio.
   No mar há o pitu, criatura marinha semelhante ao camarão, têm barbas curtas que ficam eretas como as da escova para limpar garrafas. Ficam nas quelas dianteiras, e ele aplica com vigor estas escovas a toda parte do corpo, mesmo até à distância surpreendente debaixo da carapaça. Ficando sujas suas escovas, ele as limpa por simplesmente passá-las pelas mandíbulas.
   E você? O que acha? Será que esses aparelhos de higiene e beleza surgiram por acaso, ou tiveram um projeto?

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