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sábado, 12 de novembro de 2011

O Gorila das Montanhas

   Comecemos com o gorila das montanhas, que foi descoberto nas grandes elevações das florestas do oeste da África, em 1847. Sua enorme força e o isolamento de sua habitação têm estimulado a imaginação do homem e criado um pouco de mistério, suscitando o interesse popular e científico.
   A expedição para investigar os primatas africanos partiu em fevereiro de 1959 para esclarecer o mistério. Alcançar seu objetivo envolveu percorrer as florestas e subir às montanhas encobertas por nevoeiros. Por fim, em janeiro de 1961, chegaram ao lugar de morada do gorila das montanhas, cuja população supostamente soma no total entre 5.000 e 15.000. Durante as 466 horas que passaram em plena vista destas criaturas poderosas, aprendeu-se e registrou-se muita coisa.
   Ao todo, os membros da expedição tiveram a oportunidade de estudá-los em 314 encontros separados. Imagine um destes enormes animais aproximar-se a cinco metros de distância de você — podendo chegar ainda mais perto... Esta foi a experiência de um dos membros do grupo visitante.
   Os gorilas levantam cedo, por volta das 6 horas da manhã, e se recolhem por volta das 18 horas. O desjejum pode durar umas duas horas, sendo que seus corpos maciços se locomovem de um petisco para outro. Aproximadamente das 10 às 14 horas, ficam ociosos. Depois começam novamente a buscar alimento — alimento em maior variedade do que qualquer zoológico proveria. Comem até 100 plantas diferentes.
   Os observadores notaram que estas criaturas possuem um total de umas vinte e duas pronunciações ou vocalizações distintas, oito delas ocorrendo com bastante frequência. Há um murmúrio suave — indício seguro dum gorila contente. Uma série de grunhidos abruptos serve para manter o grupo unido. Um grito estridente indica que um filhote tem medo de ser deixado para trás. A mamãe, sem dúvida, responde logo.
   Mas que dizer daquele gesto notório dos gorilas, de baterem no peito? Para isso terá que ter paciência, pois não acontece frequentemente. Mas uma vez que começa, presencia um verdadeiro espetáculo! Começa com uma série de sons semelhantes à buzina, após os quais o animal, ‘buzinando’ num ritmo mais acelerado, se levanta nas pernas traseiras como uma montanha de pêlo, lança algumas plantas ao ar, dá pontapé com uma perna e no auge bate no seu peito maciço diversas vezes com as mãos em concha. Daí corre lateralmente, batendo e arrancando a vegetação, e finalmente bate no chão com palma pesada. Estas batidas no peito foram gravadas; seus urros de alta intensidade são provavelmente os sons mais explosivos em todo o reino animal!
   Um exame mais de perto destes brutos poderosos, que pesam até 270kg, revela que, quanto à vista, ao ouvido e ao olfato, são aproximadamente iguais às do homem. Locomovem-se quase sempre de quatro. O mais longe que se viu um deles andar ereto foi a distância de vinte metros. É também interessante que durante todas as horas de observação nem uma única vez se viu um gorila usar qualquer espécie de instrumento.
   Os membros mais jovens do grupo se entregam a uma série de brincadeiras: seguir a um líder em fila indiana, correr, deslizar e brincar de balança. Levam uma vida relativamente pacífica. Raras vezes se ouvem brigas.
   O banho de sol é uma das suas principais formas de descanso. Deitam-se de costas, com o peito peludo exposto aos raios quentes do sol. Sempre que chove, qualquer árvore oferece abrigo, ou podem simplesmente ficar sentados juntos, com os ombros encurvados, ao ar livre, esperando pacientemente que passe a tempestade.
   Outros habitantes das montanhas são os camelos.

Texto baseado na Revista Despertai! de 8 de julho de 1970 pp. 17-18

* Imagens: Google

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