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quinta-feira, 15 de março de 2012

A saudável e saborosa banana - quais suas características?


   A banana não cresce em árvores, pois a bananeira não tem tronco nem galhos. Falando-se estritamente, é planta herbácea, cujo caule principal se compõe de bainhas de folhas. Atinge a altura de três a sete e meio metros e leva de doze a quinze meses para produzir seu fruto. Tendo-se produzido um cacho de bananas, a planta é cortada, porque a bananeira jamais dá mais de um só cacho.
   Entre as muitas vantagens das bananas se acha sua disponibilidade o ano todo. Não requerem preparo e já vêm seladas pela natureza, o que as mantém praticamente livres de bactérias e de sujeira. (Não se precisa preocupar com inseticidas nem se foi lavada antes de comê-la!) Quando está bem madura — tendo manchas marrons — a banana é facilmente digerida, pelo menos pela maioria das pessoas, e produz bastante energia.
   As bananas contêm menos umidade do que quase toda outra fruta fresca — cerca de 75 por cento. Também contêm mais açúcar do que a maioria das frutas frescas — uns 20 por cento. Por isso, podem substituir os alimentos mais substanciais e não servem apenas como sobremesa. Quem quer emagrecer ou precisa ter cuidado com o peso, bem poderia experimentar comer umas bananas e tomar um copo de leite, ao invés de uma refeição completa. Seria especialmente bom se tais pessoas substituíssem sobremesas ou merendas entre as refeições ou à noite por bananas.
   As bananas têm alta dose de vitaminas A, B e C. Realmente, segundo certas autoridades, contêm tanta vitamina C que, no caso de criancinhas, as bananas poderão ser muitas vezes a fonte principal desta vitamina. Quanto aos minerais, as bananas contêm notável quantidade de cálcio, cobre, ferro, magnésio, fósforo e enxofre. As bananas têm também o poder de ajudar a regenerar a hemoglobina nos glóbulos vermelhos do sangue.
   Em virtude de sua dose baixa de proteína, se recomendam bananas para quem sofre de doenças dos rins. Nas bananas bem maduras, o amido se transforma em frutose, e, por isso, são recomendadas para os diabéticos que não podem tolerar o açúcar de cana ou de beterraba (sacarose). Acharam-se úteis as bananas em muitos casos de úlceras pépticas. Estranho como pareça, as bananas servem de alimento para os obesos, bem como para os magros demais, auxiliando na correção de ambas as condições, assim como são de ajuda em curar tanto a diarréia como a prisão de ventre. Não há dúvida de que, quando o Criador fez a banana, ele deu ao homem uma dádiva esplêndida, tanto nutritiva como apetitosa.

Fontes:

*Texto: Revista Despertai! de 22 de março de 1971 p. 27, 28.

*Imagens: Google

   Você gosta de banana? Gosta de comer ela acompanhada? De quê?
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segunda-feira, 12 de março de 2012

Entenda o que é Esquizofrenia, como é o tratamento e como conviver com essa doença

   É muito difícil ou até impossível responder a essa pergunta. Seria melhor perguntarmos: “como acontece?”. 
   No contexto em que as pessoas com esquizofrenia estão inseridas, entendemos que há quatro visões distintas: a da pessoa que tem esquizofrenia, a de seus familiares, a dos profissionais e a da comunidade onde se vive. É importante frisar que cada uma delas é correta com base no próprio ponto de vista.
   A esquizofrenia é uma doença que se caracteriza pela dificuldade que a pessoa apresenta de diferenciar a realidade e suas crenças e percepções muito incomuns. A esquizofrenia é uma doença que altera o funcionamento do cérebro e, portanto, o tratamento com remédios é fundamental. Os sintomas causam muitas dificuldades para a pessoa e para os familiares. Neste tópico apresentaremos os principais sintomas de maneira que possam ser compreendidos.
    A pessoa passa a acreditar que a realidade se apresenta de uma maneira diferente, suas idéias e pensamentos apresentam conteúdos que para ela são verdade, mas que não estão realmente acontecendo. Por exemplo, ela pode acreditar que está sendo perseguida, que está sendo filmada, em conseqüência, que tem poderes especiais ou uma missão muito importante no mundo. Estas crenças são uma convicção para a pessoa e não se desfazem com nenhuma argumentação. Elas são chamadas pelos médicos de delírios.
   As percepções dos cinco sentidos também ficam modificadas, a pessoa passa a ter percepções sem que haja o estímulo externo. Por exemplo, ouvir vozes que comentam o seu comportamento ou dão ordens, e não há ninguém falando. Também pode sentir cheiros e gosto diferentes em alimentos saudáveis; pode ter visões sem os objetos reais; e pode ter formigamento e outras sensações no corpo. Estas percepções recebem o nome de alucinações.
   Os pensamentos podem ficar confusos. A pessoa pode ter a sensação que seus pensamentos podem ser lidos por outras pessoas; pode ter a sensação que seus pensamentos foram roubados ou que podem ser controlados; e ainda que pensamentos estranhos foram colocados em sua cabeça. Esta confusão dos pensamentos se expressa na forma como a pessoa se comunica, para as outras pessoas parece que ela fala coisas sem sentido ou em alguns casos o que diz parece uma salada de palavras. Os médicos chamam estas vivências de alterações do pensamento.
   A pessoa passa a ter uma perda da vontade para realizar suas atividades. Em parte por uma perda do prazer em realizá-las e em parte por dificuldades novas, que antes não tinha, como por exemplo, dificuldades de memória e organizar-se para realizar tarefas com começo, meio e fim. Isto pode acontecer com as atividades mais corriqueiras. Estas dificuldades são chamadas de perda da vontade e déficits cognitivos.
   Há uma dificuldade em expressar os sentimentos e emoções, passando a impressão de que perdeu estas capacidades. Na realidade a pessoa tem sentimentos e emoções e é angustiante para ela não conseguir demonstrá-las. É como se a pessoa estivesse alheia ao que se passa à sua volta e a vida fosse um filme monótono em branco e preto. Estas dificuldades são chamadas de alterações do afeto.
   É preciso lembrar que os sintomas acontecem ao mesmo tempo, mudando o comportamento da pessoa o que confunde muito a família e os amigos.
   Também é importante saber que a esquizofrenia acontece através de crises agudas e períodos de remissão. As crises agudas se bem tratadas podem ser controladas em torno de um mês. Os períodos de remissão se bem tratados podem durar anos, durante os quais a pessoa tem a possibilidade de redesenhar o seu caminho de vida. A esquizofrenia é um transtorno mental crônico, isto é, precisa de tratamento por tempo indeterminado. Geralmente as crises ocorrem porque a pessoa abandona os tratamentos, por isso seguir os tratamentos é fundamental.
QUAIS SÃO AS PESSOAS ATINGIDAS?
   A esquizofrenia tem início na adolescência e começo da vida adulta (15 a 25 anos). Embora a freqüência seja igual entre os sexos, pode começar mais tardiamente nas mulheres. Raramente os sintomas aparecem antes dos 12 anos de idade ou depois dos 40. A esquizofrenia é uma doença relativamente comum. Afeta em torno de 1% da população mundial.

O QUE CAUSA A ESQUIZOFRENIA?

   Ainda não se conhecem as causas exatas da esquizofrenia. Sabe-se que a hereditariedade é um fator importante, pois pessoas que têm um familiar com esquizofrenia têm maior chance de desenvolver a doença, mas ainda não se conhecem os genes envolvidos. Em gêmeos idênticos, se um dos irmãos tem a doença, em 50% dos casos o outro irmão também a terá. Isto mostra a importância dos fatores genéticos, mas também que apenas a carga genética não é suficiente para a manifestação da doença.
   Alguns pesquisadores acreditam que a esquizofrenia é resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Certas pessoas nascem com essa tendência, mas o problema só aparece se forem expostas a determinados fatores ambientais. Não existe um consenso sobre quais seriam os fatores ambientais envolvidos, mas estudos sugerem que infecções durante a gravidez e complicações no parto podem contribuir para que uma criança nasça com uma vulnerabilidade para a esquizofrenia e venha a desenvolver a doença mais futuramente.
   Em décadas passadas foi dada uma importância muito grande a teorias que sugeriram ser a esquizofrenia resultante de relações familiares (mais especificamente mãe-filho) doentias. Estas teorias nunca foram comprovadas, mas contribuíram para estigmatizar as famílias e influenciaram negativamente as relações entre profissionais e familiares gerando barreiras de comunicação e impedindo a criação de estratégias de colaboração no contexto de tratamento.
COMO SE MANIFESTA A ESQUIZOFRENIA?

   Os sintomas são variados e podem aparecer subitamente, mas comumente a doença leva meses ou anos para se manifestar. Inicialmente os sintomas podem não ser evidentes e muitas vezes são confundidos com oscilações próprias da adolescência ou com outras doenças psiquiátricas como, por exemplo, depressão.
   Os indivíduos começam a perceber que há algo estranho, mas muitas vezes são incapazes de contar para seus familiares.

   Alguns sintomas podem ser:
* Aumento da tensão,
* Dificuldade de concentração
* Dificuldade para dormir
* Tendência a isolar-se das pessoas -- não conseguir mais ficar com os amigos e parar de estudar ou trabalhar.
   Com a progressão da doença, aparecem os sintomas mais característicos. Estes são usualmente denominados sintomas agudos ou psicóticos e envolvem alterações específicas do pensamento, da percepção sensorial e do comportamento.
SINTOMAS COMUNS DA ESQUIZOFRENIA

Transtornos do Pensamento

Delírios - São crenças não verdadeiras, mesmo tendo provas e evidências contrárias.  A pessoa pode sentir que seus pensamentos são influenciados, controlados, inseridos ou transmitidos para fora da cabeça. Os eventos normais do dia-a-dia passam a ter significado diferente. Pessoas com delírios podem acreditar que estão sendo perseguidas ou que têm dotes ou poderes especiais. Os delírios podem ser fantásticos ou bizarros, como por exemplo, acreditar ser capaz de controlar o tempo ou se comunicar com extraterrestres.
Alucinações - A pessoa pode ver, ouvir e sentir coisas que não estão realmente ali. As alucinações podem ser auditivas, visuais, táteis, olfativas, gustativas ou uma combinação de todas.
o    Auditivas - são as mais comuns em esquizofrenia e podem ocorrer na forma de barulho, músicas ou vozes. Estas vozes podem ser sussurradas, ou claras e distintas, podem falar entre si ou ser uma única voz. Podem comentar o comportamento da pessoa e às vezes podem dar ordens.
o    Visuais - podem ser simples ou complexas, podendo envolver fachos de luz, pessoas ou coisas.
o    Olfativas e gustativas - ocorrem em geral juntas, como cheiros ou gostos ruins, em coisas que a pessoa antes achava ser boas, por exemplo, uma pessoa que costumava gostar de beber café, agora não bebe mais, porque sente o café com gosto e cheiro ruins.
o    Táteis – a pessoa tem a sensação de ser tocado ou picado, ou ainda sensações elétricas como se insetos estivessem rastejando sobre a pele, ou picando a pessoa.

Distúrbios formais do pensamento


   Os pensamentos saltam de um tópico a outro, às vezes sem conexão aparente. A pessoa pode criar palavras novas, substituir palavras por sons, rimas e repetir sílabas. Podem ocorrer interrupções na seqüência de pensamentos (bloqueios de pensamento). Quando o pensamento fica muito desorganizado ou fragmentado a fala torna-se incoerente e incompreensível.

Alterações no comportamento

   Apresentam-se como diminuição de iniciativa, transtornos motores e alterações no comportamento social. A pessoa pode ficar parada por um longo período de tempo ou engajar numa atividade repetitiva e aparentemente sem finalidade, como por exemplo, ficar estalando os dedos ou batendo palmas. Os extremos podem incluir o estupor catatônico - situação na qual o paciente fica imóvel por um período longo, ou o excitamento catatônico, onde o indivíduo apresenta atividade motora incontrolável e sem objetivo. Outras alterações motoras são estereotipias (movimentos repetidos sem objetivo aparente) e maneirismos (atividades normais, mas fora de contexto).
   Geralmente a deterioração do comportamento social ocorre junto com o isolamento social. Algumas pessoas com esquizofrenia comportam-se de forma estranha ou transgridem regras sociais (por exemplo, tiram a roupa em público). Podem fazer gestos estranhos, expressões faciais impróprias ou caretas e assumir posturas estranhas sem qualquer objetivo aparente. Podem ser encontradas nas ruas marchando, falando alto e gesticulando. 
Os indivíduos podem negligenciar seus cuidados pessoais, vestir roupas sujas ou inapropriadas, e descuidar de seus pertences. Esse descuido com a higiene pessoal e comportamentos excêntricos podem dificultar ainda mais a aproximação de familiares, amigos e estranhos. Os esquizofrênicos sentem que as pessoas não gostam deles, e ao terem essas mudanças comportamentais, as pessoas em volta muitas vezes se afastam, daí, na mente do esquizofrênico, fica confirmado que ninguém gosta dele.


Alterações no afeto

   A diminuição da resposta emocional já foi considerada um sintoma característico da esquizofrenia. Em casos mais graves, os indivíduos tornam-se indiferentes ou apáticos, evitam o contato com olhar, não modulam a voz. A expressão facial, os movimentos espontâneos e os gestos expressivos podem diminuir. Perdem a capacidade de sentir prazer e podem descrever-se como vazios de emoção.

Falta de interesse e de iniciativa
  
A esquizofrenia pode reduzir a motivação de tal forma que os portadores tornam-se menos capazes de trabalhar ou participar de atividades livres. Podem perder o interesse por atividades diárias e em casos extremos, são incapazes de cuidar de sua higiene pessoal ou de se alimentar. Indecisão, negativismo, e passividade podem aparecer misturadas com impulsos súbitos.

Reações dos Portadores aos Sintomas

   A pessoa com esquizofrenia altera seu entendimento do mundo na tentativa de explicar o que está vivendo. Como as experiências são incomuns, as explicações freqüentemente também são estranhas. É difícil explicar para alguém o fenômeno de ouvir vozes, a sensação de estar vazio ou de ser inexistente.
   As pessoas que já apresentavam dificuldades de relacionamento antes da doença ficam mais isoladas e muitas vezes envolvidas em suas fantasias. Podem imaginar que outras pessoas tentam prejudicá-las, que não estão interessadas nelas ou querem criticá-las.
   A experiência de estar "louco" é uma das mais dolorosas e solitárias. Quando os pensamentos tornam-se desorganizados, as decisões estão bloqueadas e emoções estranhas e inesperadas afloram. A pessoa afligida por essas vivências costuma sentir que a mente está preparando armadilhas.
   A experiência de perda de controle da própria mente é assustadora e  faz com que a pessoa mude o conceito a respeito de sua própria mente e passe a duvidar de seu pensamento, de suas sensações ou a temer o próprio comportamento, mesmo quando tudo volta ao normal durante o tratamento. Uma pessoa que tenha tido alucinações auditivas, por exemplo, poderá, temporariamente ou permanentemente, não ser capaz de reagir normalmente aos sons estranhos e ocasionais que podem ser ouvidos em locais e horas não esperados, mesmo que tenha consciência de que aquelas vozes que escutou são sintomas de uma doença e podem ser controladas.


COMO SE DIAGNOSTICA A ESQUIZOFRENIA?
   Não existe um exame laboratorial que seja capaz de identificar a esquizofrenia. O diagnóstico permanece inteiramente dependente do julgamento clínico médico, através de uma entrevista psiquiátrica cuidadosa com o paciente e seus familiares. Como não existem sintomas específicos da esquizofrenia, os médicos se baseiam em critérios diagnósticos para estabelecer o diagnóstico. No Brasil, utilizamos principalmente os critérios estabelecidos pela CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) da Organização Mundial da Saúde.
O diagnóstico da esquizofrenia pode levar algum tempo para ser efetuado. É preciso que o médico seja cuidadoso e certifique-se de que não se trata de alguma outra doença. Outras causas possíveis para os sintomas apresentados devem ser investigadas.

QUAL É O TRATAMENTO DA ESQUIZOFRENIA?

   O tratamento da esquizofrenia deve envolver vários profissionais trabalhando em equipe.
É muito importante assegurar que o paciente faça o tratamento. Muitos pacientes abandonam o tratamento devido às idéias de perseguição, à falta de consciência sobre a doença e ao desconforto com os efeitos colaterais das medicações.
Outro fator que contribui para o abandono do tratamento é a desesperança, a vergonha e o preconceito decorrentes do estigma associado à doença.

Tratamento Medicamentoso

A medicação é o alicerce principal do tratamento da esquizofrenia. Ela tanto controla a crise como ajuda a prevenir recaídas. A medicação prescrita atua nos sintomas, por isso os medicamentos mais importantes para o tratamento da esquizofrenia são os antipsicóticos (antes chamados de neurolépticos).

Antipsicóticos Típicos ou de primeira geração

   Os antipsicóticos "típicos", ou de primeira geração, são medicações desenvolvidas entre 1955 e 1980. Eles atuam principalmente sobre os chamados "sintomas positivos" (alucinações e delírios). Os antipsicóticos de primeira geração mais comuns são: Haloperidol (Haldol), Tioridazina (Melleril), Trifluoperazina (Stellazine) e Pimozida (Orap).

Antipsicóticos Atípicos ou de segunda geração

   São os medicamentos desenvolvidos após 1990. É um grupo heterogêneo de drogas antipsicóticas que produzem pouco ou nenhum efeito colateral. Parece que também atuam nos sintomas negativos, melhorando a socialização e a afetividade. Isto ocorre porque eles são mais seletivos - agem na parte do cérebro que causa os sintomas psicóticos e não na parte que controla os movimentos musculares normais. Clozapina (Leponex), Risperidona (Risperdal), Olanzapina (Zyprexa), Quetiapina (Seroquel) e Ziprasidona (Geodon) são os antipsicóticos atípicos atualmente em uso no Brasil.

   O tratamento medicamentoso da esquizofrenia tem duas fases importantes e distintas: aguda e manutenção ou profilática.
 
Aguda

   Envolve a tentativa de aliviar os delírios, alucinações, alterações formais do pensamento e do comportamento. Após a remissão dos sintomas, diminui-se a dose e avalia-se a necessidade de tratamento de longo prazo com antipsicóticos.
Se a medicação for suspensa, o médico deve estar atento a algum sinal de recaída e, em caso de nova crise psicótica, a medicação deve ser introduzida por tempo indefinido.
 
Manutenção

   A maioria das pessoas com esquizofrenia necessitará de cuidados médicos e medicação pelo resto de suas vidas. As medicações antipsicóticas não curam a esquizofrenia, somente controlam os sintomas da doença. Ou seja, se o paciente deixar de tomar a medicação pode sofrer uma recaída.
   Algumas pessoas, mesmo tomando a medicação regularmente, podem ter uma recaída dos sintomas psicóticos. É muito importante que elas possam reconhecer que estes estão voltando, e procurar ajuda imediatamente. Antes do aparecimento de sintomas como delírios ou alucinações, é comum aparecerem sintomas menos específicos como irritabilidade, insônia e depressão. Os familiares devem estar atentos a mudanças sutis que possam ocorrer com seu familiar doente, pois a intervenção médica precoce pode impedir a recaída.
   Enquanto esta necessidade de tratamento por longo tempo é bem reconhecida pelo médico, isto freqüentemente não é bem aceito pelo paciente. Por essa razão, eles podem ser inconstantes em relação à medicação. Interrompem porque se sentem bem e não vêem motivo para continuar tomando o remédio, já que não se sentem doentes. Muitas vezes também interrompem a medicação porque os efeitos colaterais são muito desagradáveis.
   Em alguns casos, a introdução dos antipsicóticos de ação prolongada, de uso injetável, é uma alternativa para possibilitar maior adesão dessas pessoas ao tratamento.

Hospitalização

   Uma pessoa não deve ser necessariamente hospitalizada porque tem esquizofrenia. Ela pode e deve ser tratada em outros locais tais como hospitais-dia, ambulatórios e consultórios particulares. A evolução da doença pode ser melhor se as perdas e a desarticulação social, que resultam da internação, forem evitadas.

Acompanhamento

   A possibilidade de tratar os portadores na comunidade fez com que os familiares se tornassem os principais envolvidos em seu cuidado. Embora a internação seja hoje uma opção de tratamento menos freqüente e, quando necessária, mais breve, os programas e serviços de tratamento na comunidade são ainda bastante inadequados ou insuficientes. Com isso, muitos portadores recebem apenas o tratamento médico, ficando para a família a tarefa de encontrar maneiras de ajudar na sua recuperação. Muitos não atingem uma melhor adaptação por falta de acesso aos tratamentos psicossociais.
   Os tratamentos psicossociais são importantes por duas razões principais: Primeiro, porque as medicações têm um impacto limitado na recuperação do funcionamento social; e segundo, porque uma vez estabilizado, o portador provavelmente precisará de ajuda para lidar com as mudanças na sua vida. De maneira geral, os portadores precisam de ajuda para voltar a estudar ou trabalhar, para organizar atividades da vida diária, e às vezes até para seu autocuidado.
O QUE SÃO TRATAMENTOS PSICOSSOCIAIS?
   Os tratamentos psicossociais são vários tipos de intervenções destinadas a melhorar a qualidade de vida dos portadores e de seus familiares, através de intervenções terapêuticas e de apoio que visam a recuperação do funcionamento social.
     As intervenções psicossociais devem oferecer informação, apoio e terapia através de vários tipos de serviços e técnicas, tais como: Psicoterapia individual ou em grupo, terapia ocupacional, grupos de convivência, suporte vocacional, programas de trabalho e moradia assistidos, intervenções familiares. Assim como a medicação, o tipo de tratamento psicossocial deve ser indicado de acordo com as necessidades do indivíduo. Esta necessidade depende da fase da doença, do paciente, de sua condição familiar e de sua moradia.
QUAL A PERSPECTIVA A LONGO PRAZO?
   O curso e a evolução da doença não são estabelecidos no início da doença. Na avaliação do prognóstico considera-se a presença de fatores que possam facilitar ou impedir a recuperação do indivíduo.
   Os fatores mais citados como influentes nos cursos e evolução da esquizofrenia são: Fatores genéticos e orgânicos, eventos que ocorrem na infância e adolescência, desenvolvimento e funcionamento psicossocial   pré-mórbido (antes da doença), classe social e fatores sócio-culturais, estado civil, tipo e idade de início da doença, fator precipitante, sintomatologia, tratamento e ambiente familiar.
   O sexo feminino parece estar associado ao melhor prognóstico na esquizofrenia. As mulheres necessitam de doses menores de medicação antipsicótica, são menos hospitalizadas, passam menos tempo internadas, têm menos recaídas e um melhor funcionamento social.
   No curso da doença é freqüente a pessoa apresentar depressão e isto se torna preocupante quando não está na fase aguda da psicose e pode pensar com clareza e compreender melhor o que está acontecendo. O risco de suicídio aumenta muito neste período e é uma causa de morte importante na esquizofrenia. Aproximadamente 18% a 55% dos portadores de esquizofrenia tentam o suicídio, e 4% a 10% efetivamente se suicidam.

ENVOLVENDO A FAMÍLIA, AMIGOS E SOCIEDADE NO TRATAMENTO
   Familiares e amigos são a principal rede de apoio de portadores com esquizofrenia. Em geral, são os primeiros a notar que algo está errado com a pessoa doente. A família e amigos dos indivíduos com esquizofrenia têm que se adaptar e lidar com o parente doente no dia-a-dia, desenvolvendo estratégias para cada situação diferente. Não existe um padrão de conduta a ser adotado e nem um modo "normal" de reagir. Cada família desenvolve individualmente maneiras de funcionar com a doença e cada indivíduo da família se adaptará diferentemente.
   Os familiares também necessitam de ajuda e suporte para si mesmos. A tarefa de cuidar e viver com alguém com esquizofrenia não é fácil e pode ser muito desgastante. Conhecer ou conversar com pessoas que também estejam passando por situações semelhantes reduz o isolamento, possibilita troca de experiências e, conseqüentemente, proporciona maior apoio e conforto.

*Adaptação de texto da Associação Brasileira de Familiares Amigos e Portadores de Esquizofrenia.

  *As imagens ilustram o que uma pessoa esquizofrenica sente... E não adianta falar o contrário, a pessoa esquizofrênica está vendo, ouvindo e sentindo coisas como as que vemos nas imagens. Para entender melhor a esquizofrenia, sugiro que assista ao filme “Uma mente brilhante”, que descreve vividamente a doença.

Ainda bem que está muito próximo o dia em que Jeová Deus cumprirá o que diz a Bíblia em: Isaías  capítulo 33, versículo 24: "E ninguém dirá: estou doente." A Esquizofrenia e todas as outras doenças deixaram de existir.
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quinta-feira, 8 de março de 2012

Como lidar com a disfemia ou gagueira?

   “Quando gaguejo, fico nervoso e daí gaguejo ainda mais. É como se eu estivesse num poço e não conseguisse sair. Certa vez, procurei uma psicóloga. Ela disse que eu precisava arrumar uma namorada para fazer sexo, pois isso aumentaria minha autoestima. Nem é preciso dizer que não voltei mais lá. Eu só quero que as pessoas me aceitem como eu sou.” — Rafael, 32 anos.
 
   Imagine como seria sua vida se você empacasse nas palavras, repetindo certos sons e sílabas. A simples tarefa de pedir uma passagem de trem já seria motivo de extrema ansiedade. Essa é a realidade de cerca de 60 milhões de gagos no mundo, ou seja, 1 em cada 100 pessoas. Eles costumam ser ridicularizados e discriminados. Talvez sejam até considerados menos inteligentes porque substituem palavras difíceis por outras mais simples, que conseguem articular.
   Qual é a causa da gagueira, ou disfemia? Existe cura? O que a pessoa que tem esse problema pode fazer para melhorar sua fluência? Como outros podem ajudar?

Quais são as causas?

   No passado, algumas pessoas acreditavam que a gagueira era causada por espíritos maus que tinham de ser exorcizados. Durante a Idade Média, a língua era considerada a culpada. O “remédio”? Ferro quente e pimenta! Séculos mais tarde, cirurgiões passaram a remover nervos e músculos da língua e até as amígdalas para curar a gagueira. Mas nenhum desses métodos agressivos alcançou seu objetivo.
   Pesquisas modernas sugerem que a gagueira pode ter mais de um fator contribuinte. Um deles pode ser o modo como a pessoa reage ao estresse. Outro fator talvez seja genético, visto que 60% das pessoas que gaguejam têm parentes com esse problema. Além disso, pesquisas com uso de neuroimagens indicam que o cérebro de alguém que gagueja processa a linguagem de uma forma diferente. Alguns “talvez comecem a falar antes de o cérebro dizer como as palavras devem ser articuladas”, comentou o Dr. Nathan Lavid em seu livro Understanding Stuttering (Compreendendo a Gagueira).
   Assim, a principal causa da gagueira não é necessariamente psicológica, como se acreditava. “Em outras palavras, melhorar da gagueira não depende apenas de pensamento positivo ou de incentivo psicológico de outra pessoa”, diz o livro No Miracle Cures (Não Existem Curas Milagrosas). Mas as pessoas que gaguejam podem desenvolver problemas psicológicos. Por exemplo, talvez sintam medo de certas situações, como falar em público ou ao telefone.

Ajuda para os que gaguejam

   É interessante que, de modo geral, essas pessoas gaguejam pouco ou nada quando cantam, sussurram, falam sozinhas ou em coro, conversam com seus animais de estimação ou imitam outras pessoas. Além disso, com o tempo, 80% das crianças que gaguejam se recuperam sem tratamento. Mas que dizer dos 20% restantes?
   Hoje, existem programas de terapia fonoaudiológica que podem melhorar a fluência. Algumas técnicas incluem relaxar o maxilar, os lábios e a língua, além de respirar usando o diafragma. Os pacientes também podem aprender uma técnica chamada “início suave”, que envolve fazer tomadas curtas de ar usando o diafragma e expirar pouco ar antes de começar a falar. Além disso, eles talvez sejam aconselhados a prolongar o som das vogais e de algumas consoantes. O ritmo da fala aumenta gradualmente à medida que a fluência melhora.
    Desenvolver essas habilidades pode levar apenas algumas horas. Mas conseguir usar essas estratégias em situações de muito estresse pode exigir milhares de horas de prática.
   Quando se deve começar esse treinamento? Será que é sábio esperar e ver se a criança supera a gagueira por si mesma? Pesquisas indicam que só 18% das crianças que gaguejam por cinco anos se recuperam por si mesmas. Por isso, o livro No Miracle Cures diz: “Aos 6 anos, é improvável que a criança se recupere sem tratamento.” Assim, “crianças que gaguejam devem ser levadas a um fonoaudiólogo o mais breve possível”, acrescenta o livro. Dos 20% das crianças que continuam a gaguejar até a vida adulta, estima-se que o tratamento funcione para 60% a 80% delas.

Seja realista

   Segundo o fonoaudiólogo Robert Quesal, que também tem problema de gagueira, a fluência perfeita em todas as circunstâncias não é um objetivo realista para a maioria dos gagos. Rafael, já mencionado, não conseguiu superar seu problema por completo, embora sua fluência tenha melhorado. Ele diz: “Meu problema fica mais evidente quando preciso ler ou falar em público ou quando estou diante de uma moça bonita. Eu costumava ficar constrangido porque as pessoas zombavam de mim. Ultimamente, porém, tenho tentado me aceitar como sou e rir de mim mesmo. Então, quando uma palavra me faz gaguejar, talvez eu dê risada, mas depois tento relaxar e continuar.”
   Os comentários de Rafael estão de acordo com o que diz a Fundação Americana da Gagueira: “Superar a gagueira geralmente é mais uma questão de perder o medo de gaguejar do que de se esforçar muito [para parar de gaguejar].”
   Muitos que lutam com a gagueira não foram privados de uma vida significativa. Algumas pessoas famosas, como o físico Sir Isaac Newton, o estadista britânico Winston Churchill e o ator americano James Stewart eram gagas. Outras desenvolveram habilidades não verbais, como tocar um instrumento musical, pintar ou aprender língua de sinais. Quem não tem esse problema deve valorizar o grande esforço feito pelos que gaguejam. Então, é importante dar a eles todo incentivo e apoio possível.

Observações:

   * Mais de 80% dos gagos são homens.
   * As teorias atuais sobre as causas da gagueira e os tratamentos apropriados, embora tenham elementos em comum, nem sempre concordam entre si. Despertai! não recomenda nenhum conceito ou tratamento específico.
   * Em alguns casos, os médicos recomendam aparelhos para gagueira que atrasam o retorno auditivo, ou medicamentos para reduzir a ansiedade relacionada com a fala.

COMO AJUDAR ALGUÉM QUE GAGUEJA?
   ● Proporcione um ambiente descontraído e calmo. O atual estilo de vida corrido e tenso costuma piorar o problema.
   ● Em vez de pedir ao gago que fale mais devagar, dê o exemplo. Ouça com paciência. Não o interrompa. Não termine as frases para ele. Espere um pouco antes de responder.
   ● Evite criticar e corrigir. Por meio de contato visual, expressões faciais, linguagem corporal e comentários, mostre interesse no que ele diz, não em como ele diz.
   ● A gagueira não deve ser tratada como tabu. Um sorriso amigável e referências ocasionais e bondosas ao problema podem deixar o gago mais à vontade. Talvez você possa dizer algo como: “Às vezes, não é fácil dizer o que queremos.”
   ● Acima de tudo, deixe claro que você o aceita como ele é.

“AOS POUCOS PASSEI A GAGUEJAR MENOS”

   Víctor, que gaguejou por vários anos durante um período de grande tensão familiar, conseguiu superar sem tratamento seu problema de fala. Por ser Testemunha de Jeová, ele se matriculou na Escola do Ministério Teocrático, que é realizada semanalmente em todas as congregações das Testemunhas de Jeová. Embora essa escola não tenha por objetivo dar tratamento fonoaudiológico, ela ajuda os alunos a melhorar suas habilidades de oratória e a ganhar confiança.
   O manual usado chama-se Beneficie-se da Escola do Ministério Teocrático. No quadro “Como Lidar com a Gagueira”, o livro diz: “É importante não desistir. . . . Quando tiver de dar um discurso, prepare-se bem. Concentre-se na matéria . . . Se começar a gaguejar, esforce-se para manter a calma e controlar a voz. Relaxe a musculatura do maxilar. Use frases curtas e diminua ao máximo o uso de interjeições, como ‘é . . . ’ e ‘hum’.”
  Será que a escola ajudou Víctor? Ele recorda: “Eu me concentrava tanto no que ia dizer — e não em como ia dizer — que esquecia o meu problema. Também ensaiava muito. Aos poucos passei a gaguejar menos.”
   
Texto baseado na Revista Despertai! de maio de 2010 p. 12-14
Imagens meramente ilustrativas
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Animais "cabeleireiros" - Tiveram um projeto?

   Vamos começar pelas humildes formigas. Estes minúsculos insetos têm pentes, escovas, sabonetes e cremes que usam com freqüência. A verdade é que as formigas dispõem de pentes finos e grossos, iguais aos humanos. Estes pentes lhes estão afixados à quarta junta de patas.
Imagem meramente ilustrativa
   O Dr. McCook que estudou as formigas durante muitos anos, diz: “Este (o pente tibial), é um pente de verdade, que poderia ter servido de modelo para o inventor de nossos próprios pentes, sendo a principal diferença que está permanentemente afixado ao membro que o opera. Tem cabo curto, base rígida e fio com dentes regulares.” Os dentes são “pontudos no ponto livre e alargados na base, são rígidos, mas elásticos, e voltam-se para trás quando  curvados, como os dentes dum pente.”
   As escovas das formigas são dispositivos engenhosos e práticos. Compõem-se de pêlos ocos e macios, que segregam um lubrificante ou creme. Este lubrificante faz com que os grãos de sujeira e pó se juntem uns aos outros, tornando-se fácil removê-los.
   Se penteiam sempre ao despertarem pela manhã, mas fazem isso em outros horários, toda vez que acham necessário. É interessante que as formigas ajudam-se umas às outras a se pentear, escovar e lavar, limpando partes do corpo das outras formigas que estas não possam alcançar sozinhas. Até mesmo dão massagens.
     Márcio Cabral de Moura
   Outro exemplo é o castor. Possui um suprimento embutido de pentes e artigos de cabeleireira. A unha do segundo dedo de cada pata traseira é fendida, e o próprio dedo, sendo articulado, pode dobrar-se em qualquer direção. Assim, com este pente, o castor costuma sentar-se sobre a cauda, o que parece ajudar suas glândulas produtoras de óleo a eliminar o necessário óleo para pentear-se, e enfeita seu casaco peludo.
   Entre as criaturas aladas, os morcegos de cauda livre possuem as mais úteis escovas para cabelo. Nos dedos externos dos pés há franjas de pequenas barbas curtas que sobressaem. Pouco antes de sua ponta, estas barbas se dobram em ângulo reto. Assim, seja qual for a direção em que o Senhor Morcego mova os pés, ele pode escavar até às raízes de seu cabelo. E ele leva bastante tempo para se enfeitar. Repetidas vezes costuma usar as duas escovas de cabelo de maneira alternada. Acabada esta tarefa, os pêlos das costas se acharão partidos esmeradamente no meio.
   No mar há o pitu, criatura marinha semelhante ao camarão, têm barbas curtas que ficam eretas como as da escova para limpar garrafas. Ficam nas quelas dianteiras, e ele aplica com vigor estas escovas a toda parte do corpo, mesmo até à distância surpreendente debaixo da carapaça. Ficando sujas suas escovas, ele as limpa por simplesmente passá-las pelas mandíbulas.
   E você? O que acha? Será que esses aparelhos de higiene e beleza surgiram por acaso, ou tiveram um projeto?

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O que o quarto mandamento - de se guardar o sábado - significa para os cristãos


    O QUARTO dos Dez Mandamentos dados aos filhos de Israel por meio de Moisés diz assim: “Lembrando o dia de sábado para o manteres sagrado, deves prestar serviço e tens de fazer toda a tua obra por seis dias. Mas o sétimo dia é um sábado para Jeová, teu Deus. Não deves fazer nenhuma obra.” — Êxodo capítulo 20, versículos do 8 ao 11.
   Alguns dentre aqueles judeus foram a extremos de fanatismo em sua guarda deste dia. Os saduceus proibiam relações sexuais na noite de sábado. Josefo relata que a seita dos essênios considerava ir à privada uma violação do sábado. E os fariseus ficaram irados porque Jesus Cristo realizou obras de cura no sábado. — Marcos capítulo 3, versículos do 1 ao 6.
   Instruções adicionais dadas àqueles antigos israelitas serviram para elucidar este requisito do sábado. “Não deveis acender fogo em nenhum dos vossos lugares de morada no dia de sábado.” (Êxo. 35:3) Antes disso, já fora dito: “Ninguém saia do seu lugar no sétimo dia.” (Êxo. 16:29) Assim, restrições definidas foram impostas aos filhos de Israel. Portanto, se alguém hoje afirma estar guardando literalmente esse sábado, deve cumprir com todos os seus requisitos.
   E é um fato que muitas das igrejas da cristandade afirmam estarem sob o Quarto Mandamento. No entanto, é notável que não se pautam por todos os seus termos. Mais do que isso, a maioria delas o observam no dia errado, o primeiro dia da semana, embora a Lei Mosaica exigisse que o sétimo fosse o dia de descanso. Assim, o que devemos pensar?
   Sob inspiração divina, o apóstolo Paulo declara que os seguidores de Jesus Cristo ‘não estão debaixo de lei, mas debaixo de benignidade imerecida’, que eles foram “mortos para com a Lei, por intermédio do corpo de Cristo”. (Romanos capítulo 6, versículo 14 e capítulo 7, versículo 4) Embora fossem assim libertos dos requisitos da Lei Mosaica, devemos lembrar que alguns dos excelentes decretos contidos nos Dez Mandamentos, tais como os que proibiam o adultério e a idolatria, são também declarados como aplicando-se aos cristãos. (1 Coríntios, capítulo 5, versículos do 11 ao 13; Atos capítulo 15, versículos 28 e 29) No entanto, nenhuma menção é feita da guarda semanal do sábado.
   Em parte alguma dos escritos dos inspirados discípulos de Jesus encontramos qualquer exigência de os cristãos guardarem um sábado semanal. Isto não quer dizer que não seja boa coisa ter um dia semanal de descanso em cada sete. E, certamente, não há nada de errado em usar tal dia para a adoração e o serviço a Deus. Mas, os cristãos não se acham sob o requisito de observar literalmente aquele dia sabático judaico.
Mais que isso, o apóstolo Paulo, referindo-se às observância literais da Lei Mosaica, declara que Deus “apagou o documento manuscrito que era contra nós, que consistia em decretos e que estava em oposição a nós; e Ele o tirou do caminho por pregá-lo na estaca de tortura [de Cristo]”. Daí, passa a dizer aos cristãos: “Nenhum homem vos julgue . . . com respeito a uma festividade ou à observância da lua nova ou dum sábado; pois estas coisas são sombra das coisas vindouras, mas a realidade pertence ao Cristo.” — Colossenses capítulo 2, versículos 13, 14, 16 e 17.
   Assim, se a pessoa insistir em apegar-se à observância do sábado literal, deixa de aceitar o sacrifício de Cristo Jesus na estaca de tortura e, assim, rejeita o perdão de pecados que esse sacrifício torna possível. É como se insistisse em oferecer sacrifícios animais depois de Jesus se ter oferecido, o único sacrifício pelos pecados, para sempre.
   Mas, significa isto que o Quarto Mandamento não tenha significado algum para os cristãos? De jeito nenhum. Para eles, aponta a um sábado muito maior — a realidade e não apenas a sombra. Em Gênesis capítulo 2, versículo 2, aprendemos que, desde o término do sexto dia ou período criativo, desde que nossos primeiros pais humanos foram criados, Deus tem descansado de suas obras criativas no que se refere à nossa terra. Os filhos de Israel deixaram de entrar no descanso de Deus por causa, de sua falta de fé e falta de obediência. (Salmo 95, versos do 7 ao 11) Mas, para os cristãos, afirma o apóstolo Paulo: “De modo que resta um descanso sabático para o povo de Deus. Porque o homem que entrou no descanso de Deus descansou também das suas próprias obras, assim como Deus das suas. Façamos, portanto, o máximo para entrar naquele descanso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência [dos judeus].” — Hebreus capítulo 3, versículo 19 e capítulo 4, versículos do 9 ao 11.
   Assim como o descanso de Deus tem sido contínuo, assim é o dos verdadeiros cristãos. Descanso do quê? De suas “próprias obras”, suas obras anteriores de tentarem justificar-se. Não mais crêem que podem granjear a aprovação de Deus e obter a vida eterna simplesmente por seus próprios esforços de cumprirem certas regras e observância. Não acreditam mais que Deus não possa lhes tirar Sua bênção, apenas porque supostamente cumprem uma Lei. Esse foi o erro dos judeus sem fé que, por ‘buscarem estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus’. — Romanos capítulo 10, versículo 3.
   Os verdadeiros cristãos reconhecem que é pelo sacrifício de Cristo Jesus que seus pecados são removidos. E descansam no conhecimento de que a fé em Cristo e a obediência a seu ensino são o que traz a aprovação de Jeová e a vida. Antes de ficarem satisfeitos, como alguns ficam, de afirmar: “Eu sou honesto, eu não roubo nem minto, nem pratico coisas imorais, de modo que com certeza isso basta!”, os verdadeiros seguidores de Cristo procuram aplicar todos os ensinos de Jesus em suas vidas.
   Há muitos, até mesmo entre os cristãos professos, que crêem que têm direito inato à vida e a outras bênçãos. É difícil para eles admitir que nasceram pecadores, sem o direito à vida, e, portanto, dependem totalmente da provisão de Deus para obterem a vida. Tendem a recusar conselhos e repreensões, mesmo quando oferecidos com amor. São muito relutantes em admitir que fazem erros. Sua grande preocupação é a justificação de si mesmos. Não descansaram nem desistiram de suas próprias obras egoístas, de modo que não guardam o sábado de Deus. Felizes são os que descansam deveras de suas “próprias obras” e entram no sábado de descanso de Deus, porque esplêndido futuro os aguarda.
   Por cerca de seis mil anos agora, Deus tem observado seu dia de descanso. O período de mil anos que está tão próximo, é descrito na Bíblia como o milênio da regência de Cristo. (Revelação capítulo 20, versículo 4) Também será como um grandioso Sábado, muito superior a qualquer sábado guardado pelos judeus, pois, durante aquele tempo, a paz e a prosperidade serão estabelecidas de forma permanente. — Revelação capítulo 21, versículos do 2 ao 4.
   Assim, o sábado semanal do Quarto Mandamento é representativo do grandioso Sábado, do qual Cristo Jesus se declarou o Senhor. (Mateus capítulo 12, versículo 8) Aqueles que se reconhecem quais pecadores, dependendo do mérito do sacrifício de Cristo Jesus a fim de obterem paz e uma boa posição perante Deus, podem até mesmo agora descansar ou desistir de seus próprios labores egoístas. Cada um que respeita o sábado de sete mil anos de Deus agora, e que continuar a fazê-lo, terá o privilégio de usufruir as bênçãos do Sábado milenar do reinado de Cristo sobre toda a terra.
  Observação: O que está entre parênteses, e no fim de alguns parágrafos, são textos da Bíblia, para que você possa confirmar as informações na Bíblia. Se você não tiver uma Bíblia disponível quando estiver lendo esse artigo, consulte uma em www.watchtower.org.

Texto baseado na Revista Despertai! de 22 de fevereiro de 1971 p. 27-29
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