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domingo, 27 de novembro de 2011

Um antigo líquido beneficia o mundo moderno

   UM LÍQUIDO para embalagens, arquitetura, engenharia e arte! Essencial para automóveis, rádio, televisão e satélites, é também indispensável em hospitais, fábricas e lares. Pode ser tão forte como o aço, tão duro como pedras preciosas, tão pesado como ferro; ou pode ser tão frágil como a casca de ovos, macio como seda e leve como cortiça. Disponível numa abundância ultrapassada por poucos outros materiais, é o líquido da antiguidade: o vidro.
   “Vidro um líquido?” talvez pergunte surpreso. Sim, quando o vidro é fundido numa mistura incandescente de ingredientes derretidos, seus átomos e suas moléculas retêm a estrutura irregular dum líquido, embora se torne tão rígido como os sólidos comuns. Um líquido que tem aspecto, textura e comportamento igual a um sólido parece fantástico, mas as propriedades peculiares de seu estado sem igual tornam o vidro versátil e valioso.
   A fabricação do vidro é uma das indústrias mais antigas. Também é bem moderno. O homem tem usado o vidro por mais de trinta e cinco séculos, mas quase ainda “nem tocou na superfície” da sua versatilidade, até cerca de um século atrás. De fato, foi só em 1903 que se produziu a garrafa de vidro toda automaticamente, e a máquina para a produção de vidraça só se tornou realidade comercial por volta de 1916. Desde então, maior conhecimento e melhores meios de utilizar este líquido espantoso permitiram que a produção em massa transformasse o vidro de um luxo caro em algo simples.



Produção Contínua

   Uma vez que se iniciou o processo, ele continua dia e noite, semana após semana, até que consertos ou mudanças na fórmula obriguem a uma interrupção. A massa é continuamente introduzida numa extremidade do forno, ao passo que o vidro maleável, misturado e refinado, livre de bolhas e de impurezas, é retirado na outra extremidade. O líquido incandescente está então pronto para ser estirado, prensado ou soprado, para o seu uso.



Diversidade de Usos


   O vidro fornece recipientes para tudo, desde para alimentos de bebês até os para ácidos corrosivos. 
   Vidro artístico e belos utensílios de mesa são produtos da sopragem manual. As técnicas desta profissão clássica remontam a centenas de anos atrás. Quando Veneza era capital da indústria do vidro, no século quatorze, seus sopradores de vidro podiam ser punidos com a morte caso revelassem os segredos desta arte. Mais tarde, por volta dos meados do século dezessete, desenvolveu-se na Inglaterra um vidro lustroso, transparente, especialmente próprio para a sopragem manual. Conhecido como cristal ou vidro de chumbo, é o tipo mais em demanda para os modernos tesouros de vidro.
   O tamanho, o formato e a grossura dependem da quantidade de ar soprada no vidro, do ângulo em que se segura a cana (instrumento de sopro) e da proporção em que se deixa o vidro esfriar. De tempos em tempos, o vidro precisa ser devolvido ao forno de recozimento, para mantê-lo suficientemente quente a fim de ser maleável, numa temperatura de cerca de 980 graus centígrados!
   O gravador talha desenhos rasos que têm aparência de baixo-relevo. A qualidade brilhante do vidro captura a luz e a reflete através da obra-prima do gravador. Tais itens do antigo líquido, em formas estéticas, podem valer milhares de dólares, lembrando-nos de que o vidro ainda pode ser contado em valor comparável às pedras preciosas, assim como se deu há 3.500 anos atrás. — Bíblia em Jó capítulo 28, versículos 15-19.
   O grau em que as qualidades do vidro podem ser variadas e controladas é tão grande que se produziram mais de 100.000 fórmulas para usos diferentes. Diversas variações do vidro de chumbo fornecem isoladores para circuitos elétricos, luzes néon e lentes ópticas de precisão. O puro vidro silicioso produz espelhos para telescópios de satélites e refletores para o raio laser. Vidro especial que suporta o calor da reentrada e do frio do espaço é utilizado em veículos espaciais com janelas.
   Combinações de fórmulas especiais e de tratamento especial produzem painéis de vidro colorido, tijolos de construção e de isolamento para decorar e proteger edifícios modernos. Os vidros temperados e quimicamente endurecidos aumentaram a sua segurança. 
   Este notável líquido da antiguidade é o seu servo moderno em mil formas, pedindo em troca apenas uma limpeza ocasional, para que o seu brilho possa continuar luminoso...

   Texto baseado na Revista Despertai! de 8 de julho de 1970 p. 21-24

* Imagem: Google






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