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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O que o quarto mandamento - de se guardar o sábado - significa para os cristãos


    O QUARTO dos Dez Mandamentos dados aos filhos de Israel por meio de Moisés diz assim: “Lembrando o dia de sábado para o manteres sagrado, deves prestar serviço e tens de fazer toda a tua obra por seis dias. Mas o sétimo dia é um sábado para Jeová, teu Deus. Não deves fazer nenhuma obra.” — Êxodo capítulo 20, versículos do 8 ao 11.
   Alguns dentre aqueles judeus foram a extremos de fanatismo em sua guarda deste dia. Os saduceus proibiam relações sexuais na noite de sábado. Josefo relata que a seita dos essênios considerava ir à privada uma violação do sábado. E os fariseus ficaram irados porque Jesus Cristo realizou obras de cura no sábado. — Marcos capítulo 3, versículos do 1 ao 6.
   Instruções adicionais dadas àqueles antigos israelitas serviram para elucidar este requisito do sábado. “Não deveis acender fogo em nenhum dos vossos lugares de morada no dia de sábado.” (Êxo. 35:3) Antes disso, já fora dito: “Ninguém saia do seu lugar no sétimo dia.” (Êxo. 16:29) Assim, restrições definidas foram impostas aos filhos de Israel. Portanto, se alguém hoje afirma estar guardando literalmente esse sábado, deve cumprir com todos os seus requisitos.
   E é um fato que muitas das igrejas da cristandade afirmam estarem sob o Quarto Mandamento. No entanto, é notável que não se pautam por todos os seus termos. Mais do que isso, a maioria delas o observam no dia errado, o primeiro dia da semana, embora a Lei Mosaica exigisse que o sétimo fosse o dia de descanso. Assim, o que devemos pensar?
   Sob inspiração divina, o apóstolo Paulo declara que os seguidores de Jesus Cristo ‘não estão debaixo de lei, mas debaixo de benignidade imerecida’, que eles foram “mortos para com a Lei, por intermédio do corpo de Cristo”. (Romanos capítulo 6, versículo 14 e capítulo 7, versículo 4) Embora fossem assim libertos dos requisitos da Lei Mosaica, devemos lembrar que alguns dos excelentes decretos contidos nos Dez Mandamentos, tais como os que proibiam o adultério e a idolatria, são também declarados como aplicando-se aos cristãos. (1 Coríntios, capítulo 5, versículos do 11 ao 13; Atos capítulo 15, versículos 28 e 29) No entanto, nenhuma menção é feita da guarda semanal do sábado.
   Em parte alguma dos escritos dos inspirados discípulos de Jesus encontramos qualquer exigência de os cristãos guardarem um sábado semanal. Isto não quer dizer que não seja boa coisa ter um dia semanal de descanso em cada sete. E, certamente, não há nada de errado em usar tal dia para a adoração e o serviço a Deus. Mas, os cristãos não se acham sob o requisito de observar literalmente aquele dia sabático judaico.
Mais que isso, o apóstolo Paulo, referindo-se às observância literais da Lei Mosaica, declara que Deus “apagou o documento manuscrito que era contra nós, que consistia em decretos e que estava em oposição a nós; e Ele o tirou do caminho por pregá-lo na estaca de tortura [de Cristo]”. Daí, passa a dizer aos cristãos: “Nenhum homem vos julgue . . . com respeito a uma festividade ou à observância da lua nova ou dum sábado; pois estas coisas são sombra das coisas vindouras, mas a realidade pertence ao Cristo.” — Colossenses capítulo 2, versículos 13, 14, 16 e 17.
   Assim, se a pessoa insistir em apegar-se à observância do sábado literal, deixa de aceitar o sacrifício de Cristo Jesus na estaca de tortura e, assim, rejeita o perdão de pecados que esse sacrifício torna possível. É como se insistisse em oferecer sacrifícios animais depois de Jesus se ter oferecido, o único sacrifício pelos pecados, para sempre.
   Mas, significa isto que o Quarto Mandamento não tenha significado algum para os cristãos? De jeito nenhum. Para eles, aponta a um sábado muito maior — a realidade e não apenas a sombra. Em Gênesis capítulo 2, versículo 2, aprendemos que, desde o término do sexto dia ou período criativo, desde que nossos primeiros pais humanos foram criados, Deus tem descansado de suas obras criativas no que se refere à nossa terra. Os filhos de Israel deixaram de entrar no descanso de Deus por causa, de sua falta de fé e falta de obediência. (Salmo 95, versos do 7 ao 11) Mas, para os cristãos, afirma o apóstolo Paulo: “De modo que resta um descanso sabático para o povo de Deus. Porque o homem que entrou no descanso de Deus descansou também das suas próprias obras, assim como Deus das suas. Façamos, portanto, o máximo para entrar naquele descanso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência [dos judeus].” — Hebreus capítulo 3, versículo 19 e capítulo 4, versículos do 9 ao 11.
   Assim como o descanso de Deus tem sido contínuo, assim é o dos verdadeiros cristãos. Descanso do quê? De suas “próprias obras”, suas obras anteriores de tentarem justificar-se. Não mais crêem que podem granjear a aprovação de Deus e obter a vida eterna simplesmente por seus próprios esforços de cumprirem certas regras e observância. Não acreditam mais que Deus não possa lhes tirar Sua bênção, apenas porque supostamente cumprem uma Lei. Esse foi o erro dos judeus sem fé que, por ‘buscarem estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus’. — Romanos capítulo 10, versículo 3.
   Os verdadeiros cristãos reconhecem que é pelo sacrifício de Cristo Jesus que seus pecados são removidos. E descansam no conhecimento de que a fé em Cristo e a obediência a seu ensino são o que traz a aprovação de Jeová e a vida. Antes de ficarem satisfeitos, como alguns ficam, de afirmar: “Eu sou honesto, eu não roubo nem minto, nem pratico coisas imorais, de modo que com certeza isso basta!”, os verdadeiros seguidores de Cristo procuram aplicar todos os ensinos de Jesus em suas vidas.
   Há muitos, até mesmo entre os cristãos professos, que crêem que têm direito inato à vida e a outras bênçãos. É difícil para eles admitir que nasceram pecadores, sem o direito à vida, e, portanto, dependem totalmente da provisão de Deus para obterem a vida. Tendem a recusar conselhos e repreensões, mesmo quando oferecidos com amor. São muito relutantes em admitir que fazem erros. Sua grande preocupação é a justificação de si mesmos. Não descansaram nem desistiram de suas próprias obras egoístas, de modo que não guardam o sábado de Deus. Felizes são os que descansam deveras de suas “próprias obras” e entram no sábado de descanso de Deus, porque esplêndido futuro os aguarda.
   Por cerca de seis mil anos agora, Deus tem observado seu dia de descanso. O período de mil anos que está tão próximo, é descrito na Bíblia como o milênio da regência de Cristo. (Revelação capítulo 20, versículo 4) Também será como um grandioso Sábado, muito superior a qualquer sábado guardado pelos judeus, pois, durante aquele tempo, a paz e a prosperidade serão estabelecidas de forma permanente. — Revelação capítulo 21, versículos do 2 ao 4.
   Assim, o sábado semanal do Quarto Mandamento é representativo do grandioso Sábado, do qual Cristo Jesus se declarou o Senhor. (Mateus capítulo 12, versículo 8) Aqueles que se reconhecem quais pecadores, dependendo do mérito do sacrifício de Cristo Jesus a fim de obterem paz e uma boa posição perante Deus, podem até mesmo agora descansar ou desistir de seus próprios labores egoístas. Cada um que respeita o sábado de sete mil anos de Deus agora, e que continuar a fazê-lo, terá o privilégio de usufruir as bênçãos do Sábado milenar do reinado de Cristo sobre toda a terra.
  Observação: O que está entre parênteses, e no fim de alguns parágrafos, são textos da Bíblia, para que você possa confirmar as informações na Bíblia. Se você não tiver uma Bíblia disponível quando estiver lendo esse artigo, consulte uma em www.watchtower.org.

Texto baseado na Revista Despertai! de 22 de fevereiro de 1971 p. 27-29
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