O mistério já durava 44 anos. Começou quando dois grupos de cientistas descobriram que os diminutos músculos da pulga não tinham muito a ver com a magnitude de seu salto. O responsável era, na verdade, uma espécie de "mola" interna, uma estrutura elástica feita de uma proteína chamada resilina, ligada às pernas, que conferia impulso ao salto. A descoberta não explicava, porém, como o inseto fazia força contra o chão para tornar o pulo possível. Enquanto um grupo resolveu adotar a teoria de que o segredo estava nos joelhos das pulgas, o outro responsabilizou as articulações das pernas traseiras pelo feito.
Para resolver a controvérsia, os pesquisadores de Cambridge tiveram ajuda de uma tecnologia que não existia em 1967, a câmera de gravação em alta velocidade. As imagens revelaram que o animal usa as articulações das pernas como uma alavanca e faz força contra o chão com seus dedos dos pés (tarsos, segmentos dos pés dos insetos).
Como um dos pesquisadores havia sugerido, os joelhos (trochanters) realmente tocam o chão juntamente com os tarsos na maioria dos pulos. Mas, como em 10% deles os joelhos não participam do movimento, os pesquisadores concluíram que o segredo só pode estar nos dedos.
O objetivo final do estudo, contou Gregory Sutton, um dos autores do estudo, à BBC britânica, é desenvolver um robô com saltos tão potentes quanto o do inseto.
E você? O que acha? O salto da pequena pulga que levou tanto tempo para ser desvendado, foi resultado de um projeto inteligente ou surgiu por acaso?
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