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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

   Não se apresse.
  
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Assassina Silenciosa - Parte 4

Tratamento

   O tratamento varia de pessoa para pessoa, mas basicamente consiste em controlar a taxa de açúcar no sangue. Para isso a pessoa precisa de pelo menos três coisas:

* Medicação. Pode ser injeções de insulina, remédio para estimular a produção de insulina no pâncreas da pessoa, ou os dois juntos, vai depender do tipo da doença (Diabetes tipo 1 ou Diabetes tipo 2. ?) e do estágio da doença - no caso do Diabetes tipo 2, ou seja, no começo do tratamento do Diabetes tipo 2, costuma-se comprimidos para estimular a fabricação de insulina no corpo da pessoa, mas a doença pode avançar e pessoa passar a tomar também insulina, se a doença avançar mais, a pessoa se torna insulinodependente - usa apenas injeções de insulina. Já no Diabetes tipo 1 o tratamento costuma começar já com insulina. Observação: Diabético tipo 2, não vira diabético tipo 1, ele se torna insulinodependente, é diferente. Para mais informações consulte um endocrinologista.

* Exercícios. São importantes para diminuir a glicemia (taxa de açúcar no sangue), no entanto deve-se ter moderação, pois pouca açúcar no sangue (hipoglicemia), causa mal-estar chegando ao ponto de fazer a pessoa perder a consciência, desmaiar e até morrer, por isso antes de iniciar uma rotina de exercícios é bom o diabético consultar o médico.

* Dieta. Fundamental para o controle da glicemia, como os estilos de vida variam muito (por exemplo, uma criança diabética não pode ter a mesma alimentação que um adulto que trabalhe em serviço braçal, como o de construção civil), cada pessoa deve consultar um endocrinologista e ter a sua dieta pessoal.

   Conviver com a Diabetes não é fácil, mas é possível. Se você convive com um diabético, se esforce para ter paciência para poder ajudá-lo, e lembre-se: nem tudo é teimosia, pirraça, falta de amor-próprio ou qualquer outra coisa do tipo, a própria doença pode dificultar o tratamento, por exemplo, quanto mais alta tiver a glicemia da pessoa (hiperglicemia), mas fome ela sentirá, no entanto, se comer mais, vai subir mais a glicemia...
   Ainda bem que logo o Deus Jeová intervirá nos assuntos humanos e trará um paraíso global, que dentre outras coisas vai eliminar não só a Diabetes, como todas as doenças. Então ninguém "dirá: Estou doente" (Bíblia em Isaías, capítulo 33, versículo 24).
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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Entenda e Conviva com a Fibromialgia

SENTE dores por todo o corpo? Está extremamente cansado? Quando acorda de manhã, sente-se exausto e com os músculos rígidos? Às vezes, tem problemas de memória? Esses podem ser sinais da síndrome de fibromialgia (FMS).
“Nunca me esquecerei daquela manhã em 1989, quando acordei e fiquei paralisado por 45 minutos”, conta Luís. Assim começou a luta de Luís contra a fibromialgia, que basicamente significa “dor nos tendões, ligamentos e músculos”.
Talvez um amigo ou um membro da sua família tenha FMS. Como você pode ajudar? Ou se é você quem sofre dessa doença, o que pode fazer? Estar bem-informado ajuda bastante para que se possa entender e conviver com o problema. Mas nem sempre os sintomas acima indicam que a pessoa tem FMS.
O que é fibromialgia
Segundo a Associação Americana de Reumatologia, “o diagnóstico de fibromialgia se baseia no histórico pessoal de dores crônicas generalizadas e na localização, pelo médico, de pontos dolorosos em regiões específicas”. Há ainda outros sintomas, alguns similares aos da síndrome da fadiga crônica (CFS).
De fato, muitas pessoas que sofrem de FMS também têm CFS e outras doenças. Entre as vítimas da FMS são comuns a depressão e a ansiedade exagerada, e parece que a FMS em geral é a causa e não a conseqüência desses distúrbios. A FMS pode ser agravada por fatores externos como atividade física demais ou de menos, a chegada de uma frente fria, uma noite sem dormir ou estresse excessivo.
A FMS, antes conhecida por nomes diferentes, como fibrosite, não causa deformidades nem invalidez, nem é potencialmente letal em si mesma. Embora não se possa afirmar com certeza que é hereditária, muitas vezes afeta vários membros da mesma família. Ataca milhões de pessoas, principalmente adultos de todas as idades, e atinge mais mulheres do que homens.
A causa
Existem várias teorias sobre a causa da FMS. Pode ser causada por um vírus ou por um desequilíbrio do neurotransmissor serotonina, que afeta o sono, ou de substâncias como as endorfinas, os analgésicos naturais do corpo. As pesquisas dessas ou de outras hipóteses continuam.
Pelo microscópio, os músculos de quem tem FMS parecem saudáveis, mas as partes da célula que produzem energia talvez não funcionem normalmente. Desconhece-se a causa e a cura. Em muitos casos, a pessoa relaciona um evento traumático em sentido físico ou emocional ao início dos sintomas, enquanto em outros a doença se manifesta de forma mais sutil.
Diagnóstico difícil
Visto que a maioria dos sintomas da FMS também pode indicar outras doenças, a Dra. Carla Ockley, do Canadá, diz: “A FMS não é a primeira coisa que se procura num paciente que chega ao consultório se queixando de dor nas juntas. Se o problema persistir após várias consultas, então temos de investigar mais a fundo. Quando o diagnóstico é FMS, em geral mando o paciente a um reumatologista para confirmação.”
Contudo, até recentemente não havia critérios para diagnosticar a FMS, de modo que o problema era subjetivo, isto é, perceptível apenas ao paciente; e os resultados dos exames eram normais. Assim, muitos médicos desconheciam-na. Uma mulher chamada Raquel lamenta: “Fui a médicos diferentes durante 25 anos e gastei milhares de dólares antes de se diagnosticar corretamente a FMS.”
Onde então a pessoa pode encontrar ajuda se acha que tem fibromialgia? No seu livro When Muscle Pain Won’t Go Away (Quando as Dores Musculares Não Passam), Gayle Backstrom sugere que se entre em contato com a sede local da Arthritis Foundation (Fundação para Artrite) ou consulte um reumatologista.
Tratamento
Até hoje, não existe cura comprovada para a FMS, de modo que o tratamento em geral consiste em atacar os sintomas. Um dos principais é a dor, que, como outros sintomas, difere de uma pessoa para outra e, até na mesma pessoa, varia de dia a dia.
Há um outro problema: os analgésicos e tratamentos contra dor parecem perder a eficácia com o tempo. Gayle Backstrom menciona: “Muitas vezes quando a pessoa usa-os novamente mais tarde, sente de novo resultados positivos durante algum tempo.” Naturalmente, deve-se primeiro consultar o médico. Há também o risco de efeitos colaterais e de se ficar viciado. Assim, “deve-se evitar os analgésicos muito fortes”, recomenda a Associação Americana de Reumatologia.
Um segundo sintoma principal é a falta do sono vital por causa da dor e de outros distúrbios. Márcia usa um travesseiro bem comprido para apoiar o corpo, o que alivia a dor, e um umidificador cujo zumbido abafa o ruído externo. Outras ajudas podem ser plugues para os ouvidos, uma almofada de espuma ou revestimentos de espuma para colchão, com aparência de caixa de ovos (também chamado de “casca de ovo”). O Dr. Dwayne Ayers, da Carolina do Norte, EUA, diz: “Depois de ajudar a melhorar o sono dos meus pacientes, eles reagem melhor a outros tratamentos.”
Segundo o Instituto Nacional de Artrite e Doenças Musculosqueléticas e da Pele, “os pacientes com fibromialgia podem se beneficiar duma combinação de exercícios, medicamentos, fisioterapia e relaxamento”. Outros tratamentos podem ser massagens, controle de estresse e exercícios de alongamento. Mas para quem sente dor ou fadiga constantes, fazer exercícios pode parecer impossível. Assim, alguns recomendam começar aos poucos. E não se esqueça de consultar o médico antes de iniciar qualquer programa de exercícios.
O boletim Fibromyalgia Network, de julho de 1997, citou Sharon Clark, fisióloga e pesquisadora na área de exercícios, de Portland, Oregon, EUA, que disse que, se você não consegue fazer exercícios durante 20 ou 30 minutos, “faça seis caminhadas diárias de cinco minutos cada uma e isso dará bons resultados”. Exercícios aeróbicos moderados aumentam a produção de endorfinas, melhoram o sono e oxigenam o sistema e os músculos.
Contudo, as pessoas são diferentes e podem estar em vários estágios de FMS. Eliana diz: “Para mim, ir e voltar andando pelo caminho de entrada da minha casa já é um grande feito, ao passo que uma amiga que também tem FMS consegue caminhar mais de um quilômetro e meio.” Portanto, não é o caso de “sem sacrifício nada se consegue”; a chave para melhorar é não desistir. Luís, que tem CFS e FMS, diz: “De início, eu só conseguia usar a bicicleta ergométrica uma vez por semana durante dois ou três minutos. Agora, me exercito por mais de 20 minutos, três ou quatro vezes por semana. Mas levou mais de quatro anos para eu chegar a esse ponto.”
Tem-se mencionado que tratamentos alternativos, como acupuntura, quiroprática e outros, ou o uso de ervas ou suplementos dietéticos, podem ser de ajuda. Ao passo que alguns afirmam ter melhorado por usar alguns desses, outros não melhoraram. Os pesquisadores têm estudado vários desses tratamentos, mas os resultados ainda são inconclusivos.
Às vezes, os medicamentos abrem o apetite ou a pessoa passa a comer bastante para enfrentar a ansiedade. Contudo, quanto mais peso, mais estresse os músculos sofrerão, o que resultará em mais dores. Assim, em alguns casos, os médicos recomendam perder alguns quilos.
Quando se recebe um diagnóstico de FMS, o resultado pode ser pânico e ira. Apesar disso, há métodos seguros de se lidar com esses sentimentos normais para que ninguém se machuque. Outra reação comum é a angústia. Isso é natural quando se perde algo tão importante como a saúde.
Quando afeta o trabalho
Quem sofre de FMS talvez tenha problemas no trabalho. Lin trabalhou vários anos no mesmo emprego, mas isso ficava cada vez mais difícil para ela devido à saúde. Depois de conversar com o patrão, ela conseguiu um emprego de meio período na mesma empresa, o que aliviou seu estresse. Também, para sua surpresa, recebeu um aumento no valor da hora trabalhada.
Um terapeuta ocupacional ou fisioterapeuta pode ajudar a encontrar meios de realizar o trabalho com menos estresse para o corpo. Lisa descobriu que era bom usar uma cadeira com braços. Yvonne foi aconselhada a trocar não só de cadeira como de escrivaninha. Mas se for preciso mudar de emprego, há agências que podem ser de ajuda.
Como você pode ajudar
Todos os membros da família, incluindo as crianças, devem aprender sobre a FMS e entender que, embora a pessoa que sofre dessa doença pareça saudável, ela tem uma doença crônica que causa dor e fadiga. Também é vital a boa comunicação. Janete diz: “De vez em quando temos uma conversa em família para ver como cada um pode ajudar.” Algo importante para que a pessoa conviva bem com a FMS é aprender a poupar energias e ainda assim fazer o que é preciso. Isso exige um pouco de imaginação e de cooperação de outros. Novamente, um terapeuta ocupacional pode ser de ajuda.
Pode-se ajudar um amigo com FMS por escutá-lo sem criticar. Tente manter a conversa num tom positivo, não deixando que a fibromialgia a domine. O que se deve ou não se deve dizer? Há algumas sugestões no quadro na página 23. Se você tem FMS, procure ter mais de um confidente para não desgastar a mesma pessoa com seus problemas. E lembre-se de que nem todos vão estar sempre dispostos a ouvir você falar sobre sua doença.
Adapte-se às circunstâncias
Geralmente, temos a tendência de nos irritar com mudanças, em especial se forem forçadas. Mas um fisioterapeuta que já ajudou mais de cem vítimas da FMS diz: “Procuro ajudá-las a entender que precisam aceitar sua situação. Elas também têm de fazer algumas mudanças na vida e não se deixar desencorajar por reveses temporários ou recidivas. Com autotratamento, conhecimento, entendimento e exercícios, elas podem controlar a FMS em vez de deixar que ela as controle.”
Davi, que tem FMS, diz: “Embora a tendência seja fazer mais quando a gente está se sentindo bem, pode ser mais prudente guardar as forças para o dia seguinte para não precisar passar o resto da semana na cama.” Porém, às vezes você talvez ache que vale a pena ir a um evento ou a um acontecimento especial mesmo que sofra um pouco depois. Nem sempre é bom tentar esconder a FMS, em especial de quem realmente se importa. E procure também manter o senso de humor. “Descobri que em geral durmo melhor depois de uma boa gargalhada ou depois de assistir a uma boa comédia”, diz André.
Lembre-se também de que Jeová não compara seu nível de atividade com o de outros, mas aprecia a fé e o profundo amor que você demonstra. (Marcos 12:41-44) O importante é aprender a viver dentro dos seus limites, não sendo nem superprotetor nem descuidado. Conte com Jeová Deus para lhe dar a sabedoria e a força para fazer o melhor que puder. (2 Coríntios 4:16) E tenha bem em mente a promessa de uma época vindoura em que a Terra será um paraíso em que “nenhum residente dirá: ‘Estou doente.’” (Isaías 33:24) De fato, um dia você terá saúde de novo!
Nota (s)
Alguns nomes foram mudados.
Despertai! não recomenda nenhum tipo particular de equipamento para ajudar a dormir, nem qualquer tratamento específico para a FMS.

Consolo da Bíblia
• Jeová salva quem está com o espírito esmagado. — Salmo 34:18.
• Jeová o amparará. — Salmo 41:3.
• Lance todos os seus fardos sobre Jeová; ele se importa com você. — Salmo 55:22; 1 Pedro 5:7.
• Jeová se agrada de seus esforços de toda a alma para servi-Lo, não importa quão limitados sejam. — Mateus 13:8; Gálatas 6:4; Colossenses 3:23, 24.
• Nós não desistimos. — 2 Coríntios 4:16-18.

O que dizer
• Que bom vê-lo!
• Deve ter sido necessário bastante esforço para você chegar aqui.
• Estou aqui para ajudá-lo. Eu me preocupo com você.
• Aprecio o que você consegue fazer.
O que não dizer
• Entendo o que você está passando.
• Você parece estar muito bem. Como é que pode dizer que está doente?
• Ligue para mim se precisar de alguma coisa.

(Para o texto formatado, veja a publicação)
Os pontos escuros são alguns dos pontos dolorosos procurados para diagnosticar fibromialgia
É essencial boa comunicação e conversas em família
Fonte: Revista Despertai! de 8 de junho de 1998 pp. 21-24
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Conheça o guanaco — fugidio patagônio

Do correspondente de “Despertai!” no Chile

   O CARRO faz vagarosamente uma curva na estrada de cascalhos, circundando os lagos dos Andes meridionais. Subitamente, uma das crianças aponta algo e grita com emoção: “Guanaco!” Todos olham para onde ela aponta, algo a meio caminho da encosta montanhosa cheia de árvores, e os pescoços que se esticaram e os olhos que se aguçaram são recompensados com uma visão dum pequeno grupo de manchas cor de laranja, todas em linha. No meio da palestra animada que se segue, uma voz se levanta acima das demais.

   “Mas, o que é um guanaco? Não consegui ver nada!”

   Todo o mundo olha para Joãozinho. “Está certo”, diz Suzana. Esquecemo-nos do nosso visitante do norte. Jamais viu um guanaco. Bem, basta perguntar ao vovô, Joãozinho. Ele sabe tudo a respeito deles. Costumava caçá-los.”

   “Sim”, interrompe Pedrinho, “e conte-nos como os índios os caçavam, também, vovô”.
 
    O idoso cavalheiro se ri e diz: “Esperem um pouco. Uma coisa de cada vez. Talvez Joãozinho gostasse de ver de perto um guanaco, primeiramente.”

   “Como pode fazer isso?” — pergunta Suzana. “Jamais poderíamos apanhar um. O senhor mesmo disse que nem mesmo um bom cavalo pode apanhar um.”

   “Sim, Suzana, mas eu não falava sobre um domesticado. Bem, acontece que no próximo rancho, ou estância, como o chamamos aqui, há um guanaco que serve de animal de estimação. O dono da estância é meu amigo, e estou certo de que ficará muito feliz se formos até lá para vê-lo. Gostariam de ir?”

   “Oh, claro que sim. Vamos embora”, responderam em coro os três jovens.

Em Casa na Patagônia

   Ao irem para lá, Joãozinho começa a examinar mais de perto o interior a que pouco conhece. As ovelhas pastam em amplos e dourados prados pontilhados de árvores anãs, curvadas pelo vento. Há pegos de água cheios de bambu, em que nadam patinhos e gansos selvagens. Numa hora anterior do dia, vira graciosos cisnes brancos com pescoços pretos. Aves verdes semelhantes a papagaios voaram de uma área cheia de árvores na estrada, e ele vira até mesmo flamingos rosas durante a viagem. Antes de vir a esta parte mais meridional do Chile, pensara que só veria neve e geleiras e vento. Que surpresa!
    Mas, então, o vovô já fez a curva com o carro para ir à longa picada que leva à casa do dono da estância.
   “Foi aqui que o senhor caçava guanacos?” — pergunta Joãozinho.
   “Não”, responde o vovô. “Foi perto do Rio Santa Cruz na Argentina. Sabe, pode-se achar o guanaco em toda a Patagônia. Falando-se geograficamente, a Patagônia é a parte da América do Sul que vai do Rio Negro na Argentina para o sul, para o Estreito de Magalhães. A parte que jaz a oeste das montanhas dos Andes pertence ao Chile e tem muitos lagos e enseadas rochosas. A parte a leste das montanhas pertence à Argentina e consiste em planos cortados por profundas ravinas, planícies onduladas, terra estéril em certos lugares, tendo apenas vegetação rasteira e espinhos, e, em outros lugares, apenas barro e cascalho. Todavia, o guanaco dá-se bem nesta terra um tanto inóspita. Mas, aqui estamos na casa, e ali, perto da cerca, está o Sr. Guanaco.”

“Um Animal Esquisito”

   Por volta do tempo em que o vovô fechou a porta do carro, as três crianças já haviam atravessado a cerca, familiarizando-se com seu novo amigo. ‘Veja, não tem nenhum medo de nós”, grita Pedrinho.
   “Não tem, não”, responde o vovô, chegando por trás, “ele é muito manso. Os que correm livremente são muito mais ariscos ao verem o homem. No entanto, às vezes permitem que o homem a pé ou a cavalo chegue bem perto, enquanto ficam olhando, curiosos, antes de finalmente saírem em disparada. Disseram-me que no tempo bem frio, o homem pode andar no meio deles quase sem ser notado. Naturalmente, os mais jovens são muito mais acessíveis se forem separados dos adultos. Têm sido até observados a galopar junto com um grupo de homens a cavalo.”
   Enquanto escutavam a conversa do velhinho, Joãozinho tentava fixar na memória exatamente qual era a aparência do guanaco, de modo a poder contar à sua irmã, quando voltasse para casa. Viu que o guanaco não era realmente cor de laranja, de forma alguma. Sua lã era cor de mel, tendo manchas brancas por dentro das pernas, no estômago, e na parte de cima de sua garganta. O pêlo das costas e dos lados era lanoso como o de uma ovelha, mas no pescoço e nas pernas era mais hirsuto. Possuía uma cauda pequena e engraçada, em forma de leque que ficava ereta quando ele corria saltitante. Suas orelhas ficavam em pé, e possuía bonitos olhos castanhos. “Você é certamente diferente de qualquer animal que já vi!” — pensa Joãozinho em voz alta.
   “É verdade”, diz rindo para si o vovô. “Certo senhor o descreveu da seguinte forma: ‘Você é um animal engraçado. Tem a estatura de um cavalo, a lã de uma ovelha, o pescoço dum camelo, e as patas de um veado.’”
   “Acho que é uma descrição muito boazinha”, ri o menino. “Certamente que tem um pescoço comprido.”
   “Tem, sim”, concorda o vovô. “E aquele seu pescoço comprido lhe dá um bem amplo campo de visão.                         Postando-se num pináculo, pode inspecionar toda a terra em volta dele. Por essa razão, além da imensa velocidade em que pode correr, é difícil um homem apanhá-lo. Mesmo que permita que um cavaleiro se aproxime dele, em apenas alguns saltos ele já estará fora do alcance até mesmo do cavalo mais veloz.”
O Sr. Gomez, o dono da estância, juntou-se então ao grupo. “Isso mesmo”, acrescenta, “até mesmo os filhotes de guanacos podem manter o passo dos animais mais velhos. E uma vista incomum é um grupo de guanacos correndo colina abaixo. Toda vez que suas patas dianteiras tocam o chão, mergulham a cabeça quase no chão!”
   Um grito súbito de Suzana faz com que todos se voltem para vê-la de gatinho no chão. “Ele me empurrou”, ela diz atabalhoada, apontando para o guanaco.
   “Ha! Ha!” ri-se o vovô. “É preciso vigiá-lo, Suzana. Esse é um dos seus golpes favoritos.”
   “Sim”, acrescenta o Sr. Gomez, “por mais de uma vez este camarada aqui já me fez quase perder o equilíbrio. Cuidado! Lá vem ele de novo.”
   Pareceria que havia escolhido Pedrinho como alvo, pois dirigiu-se a meio galope para ele, ergueu de novo a cabeça, e golpeou-o plenamente no ombro com o seu peito. Mas, Pedrinho apenas se ri e tenta manter seu equilíbrio. “Será que está tentando brigar conosco?” — pergunta.
   “Oh, não, está apenas brincando, acho eu”, responde o Sr. Gomez. “Embora que, quando os guanacos machos lutam, realmente batem uns contra os outros com seus peitos dessa forma. Mas, também se batem com suas patas dianteiras e mordem o pescoço de seu oponente. Muito embora a pele de seu pescoço seja bastante grossa, a maioria dos machos velhos apresentam cicatrizes profundas de suas lutas passadas. Oh, antes que eu me esqueça, diga-se de passagem que devo avisar-lhes de outro habito do Sr. Guanaco. Igual ao camelo, ele cospe. E posso dizer-lhes por experiência própria que ele tem uma excelente pontaria!”
   “Oh, espero que não se decida a nos fazer seu alvo”, diz Suzana. “Mas, vovô, o senhor prometeu contar-nos como caçava guanacos.”
   “Sim”, concorda Joãozinho. “Se são tão rápidos, como poderia chegar a aproximar-se deles?”
   “Bem, meus filhos, deixem que eu me ajuste confortavelmente sobre esta rocha, aqui, e lhes contarei como o fazia.”

Caçada aos Guanacos — Estilo Tehuelche

   Depois de uma pausa, o vovô continua. “O guanaco, como os outros animais, era às vezes caçado com rifles, mas os caçadores, em sua maioria preferiam o antigo método das ‘bolas’.”
   “Que é isso?” — pergunta Joãozinho.
   “Eu sei”, responde Pedrinho. “É algo que os índios usavam. Está certo, vovô?’’
   “Certo, Pedrinho. Sabe, Joãozinho, há muitos anos atrás havia um numeroso povo chamado ‘tehuelches’ que habitava a Patagônia. Não plantavam nada, mas viviam de caçadas. Por esse motivo, eram nômades, mudando seu acampamento de um lugar para outro ao seguirem as manadas de guanacos. Eram excelentes cavaleiros, mas, como já dissemos, um cavalo não é páreo para um guanaco em velocidade. Usavam cães rápidos para a caçada, também, mas o êxito de sua caçada dependia principalmente do uso perito das bolas. Este instrumento se compunha de três correias de couro, todas unidas numa extremidade, com uma bola coberta de couro — uma pedra lisa e redonda ou um pedaço de metal — ligada a cada uma das três extremidades livres. O caçador segurava uma das bolas em sua mão, girava as duas extremidades livres por cima da cabeça, e lançava o objeto sobre o pescoço do animal em fuga. O guanaco, naturalmente, parava e tentava tirar a correia de seu pescoço, e, assim, suas pernas ficavam enredadas nas outras correias. Daí, o caçador facilmente o pegava.”
   “Mas, ainda não compreendo como chegavam o suficientemente perto para lançar as bolas”, interrompeu-o Joãozinho.
   “Sabe, meu filho, os tehuelches não caçavam sozinhos, mas em grandes grupos. Cavalgavam em dois, espalhando-se em várias direções, destarte formando um grande círculo, acendendo fogueiras para enviar sinais, à medida que iam adiante. Os animais, naturalmente, corriam dos cavaleiros e das fogueiras. À medida que o círculo se fechava, os cavaleiros podiam facilmente lançar as bolas sobre os pescoços deles. Um cavaleiro ficava atrás, para matar o animal, enquanto que outro corria para pegar outro. Às vezes caçavam desta forma ao mesmo tempo que mudavam o acampamento. Daí, a linha mais vagarosa de mulheres e crianças formava a base, e os homens se espalhavam formando um crescente, apanhando tudo no raio de quilômetros.”
   “Devem ter comido muita carne de guanaco!” — exclama Suzana.
   “Não tanta quanto talvez pense. Embora comessem a carne, preferiam a da ema, por ter mais gordura. Mas, usavam o guanaco de muitas formas. Suas tendas, ou toldos, eram feitas de peles de animais adultos; as peles dos mais jovens ou ainda por nascer eram transformadas em mantos. A pele grossa e dura do pescoço era usada para fazer laços, correias, arreios, e assim por diante. Os tendões das costas eram usados como fios de costura. Um instrumento musical era feito do osso da coxa. A lã era usada para enchimento de acolchoados para as camas, e até mesmo usavam uma pequena pedra encontrada no estômago como algo altamente reputado por suas propriedades medicinais.”

Ainda É Popular

   “Mas, entendo que os tehuelches já desapareceram todos”, interrompe-o Joãozinho. “Por que outras pessoas caçavam o guanaco?”
   “É porque as peles ainda têm valor. Usar um manto de guanaco é excelente meio de manter-se aquecido numa fria noite patagônia, quer em terreno aberto quer dentro de casa. Além disso, os mantos são belíssimos e são muitas as orgulhosas donas de casa que apresentam uma colcha de guanaco, macia como a seda, em sua cama. Visto que apenas as peles dos animais recém-nascidos podiam ser usadas para isso, os jovens guanacos de quatro a cinco dias eram caçados. Depois disso, sua pele externa começa a ficar lanosa.”
   “O senhor os caçava em círculos, como os índios?” — pergunta Joãozinho.
   “Não. Usualmente eu ia sozinho, de modo que, naturalmente, tentava chegar tão perto deles quanto possível, sem ser percebido. Exceto em tempos de extremo frio, eles se mantêm em terrenos elevados. Visto que têm por hábito deixar seu excremento em um único lugar e chafurdar-se nas depressões do terreno próximo, quando se avista um destes lugares, sabe-se que uma manada está próxima. Não raro, o primeiro animal que se avista é uma sentinela, sobre uma rolha elevada. Quase certo é que depois dele haja uma pequena manada de seus cônjuges e seus filhotes. Ao ver um intruso, ele blatera e todos ficam alertas. Se ele correr, todos correm, usualmente para terreno mais elevado. Se alguns ficarem para trás, ele os empurrará e cuspirá neles.
   “Então, como é que o senhor os caçava, se eles começavam a correr?” — pergunta Suzana.
   “Normalmente fazem amplo círculo quando perseguidos, por fim voltando ao lugar em que começaram. O caçador tenta cruzar seu caminho, ao invés de persegui-los. Mesmo assim, era preciso que se tivesse um cavalo rápido, incansável. Eu sempre usava sete cavalos — um para cada dia.”
   “São, não apenas rápidos”, acrescenta o Sr. Gomez, “mas são também muito engenhosos em proteger seus filhotes quando são perseguidos. Subitamente agrupam-se, correndo juntos por certo tempo, e então se espalham de novo; mas, ao se espalharem, não haverá nem sequer um filhotinho à vista! Ao correrem de forma cerrada, conseguiram esconder os filhotes na grama, num buraco, ou atrás de algum arbusto conveniente! Muitos caçadores perderam sua caça dessa forma.”
   “Ainda existem muitos guanacos?” — pergunta Pedrinho.
   “Há um século atrás, manadas de mais de cem eram noticiadas. Mas, desde então seus números decresceram grandemente. Tornaram-se vítimas, não só do homem, mas do puma, da doença e do frio severo. O governo chileno proíbe agora a caça ao guanaco, no esforço de impedir que se tornem extintos.
“Bem, meus filhos, acho que temos de ir andando agora, se é que chegaremos em casa antes do anoitecer. Digam adeus ao Sr. Gomez.”
   Relutantemente, as crianças despedem-se do Sr. Gomez e de seu fascinante bichinho de estimação. Ao irem de carro pela picada que leva à estrada, todos os três se viram para trás, para dar uma última olhadela boa ao seu ímpar e novo conhecido — o Sr. Guanaco, da Patagônia.

Fontes:

* Texto: Revista Despertai! de 8 de janeiro de 1970 pp. 17-21

* Imagens: Google
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Amaryllis


   É uma bulbosa de cultivo doméstico e também profissional em quase todo o mundo. Pode ser plantada em vasos ou jardins. São muitas as cores existentes. 
Pelas suas características próprias, pode ser cultivada em qualquer solo, preferencialmente nos mais soltos e semiúmidos, cobrindo-se o bulbo de terra deixando apenas a ponta para fora. Floresce sempre na primavera/ verão espontaneamente. Amaryllis tem um rápido crescimento e floração de até um mês. Após a floração o bulbo entra em período de dormência, perdendo todas as folhas e a planta fica com aparência "sem-vida", após esse período nascem folhas e flores novamente.

Amaryllis é uma das poucas bulbosas que aceitam indução artificial de florescimento, para apresentar flores em qualquer mês do ano. Para tal utiliza-se método de armazenar os bulbos com variação térmica. 
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domingo, 25 de setembro de 2011

Como viajar e apreciar a viagem

   PELO menos cem milhões de estadunidenses viajam por prazer cada ano, e muitos viajam além da área continental dos EUA. O mesmo desejo de viajar é compartilhado por pessoas e outros países, também.
   No entanto, muitos turistas desejam fazer as malas e voltar para casa dias antes de terminar sua viagem programada. Usualmente, isto se dá por causa da frustração motivada pelas moedas estrangeiras, pelas línguas estrangeiras, pelos costumes, alimentos e pelas bebidas estranhas. Com muita freqüência, o viajante se torna suspeitoso de toda nota que lhe é apresentada. Às vezes é tapeado, mas, na maioria das vezes não está sendo. Muitos viajantes olham para seu troco em xelins, francos ou dracmas de forma atônita, quedando-se admirados se não os conta errado.
   A maioria de tais mal-entendidos poderia ser evitada, caso o turista tivesse apenas tomado o tempo para aprender algo sobre o idioma e a moeda do país antes de ir até lá. Se o turista tiver um pouco de conhecimento de uma ou duas línguas estrangeiras, leva grande vantagem.
   Esteja preparado para certa dose de demora, de confusão e de mal-entendidos, a menos que seja perito em línguas. Até mesmo na Inglaterra, é de se admirar que, com a mesma língua, haja tão marcante diferença entre o inglês do inglês mediano e o inglês dum estadunidense. Mas, isto talvez seja divertido, se considerado no feliz espírito de viajar e de descobrir coisas.
  Não obstante, as viagens serão uma das duas coisas: uma experiência profunda, rica e excelente, ou um desperdício de precioso tempo e dinheiro arduamente ganho. Muito depende do leitor, quanto a que experiência terá. Os verdadeiros valores dependem muito menos da quantidade de dinheiro que gastará do que no planejamento, na perspectiva e na madureza de seu julgamento.
   Compreenda primeiro de tudo que o turismo é um negócio altamente preparado para obter tantos de seus dólares de férias quantos seja possível. Portanto, em certo grau, pelo menos, esteja preparado para gastar algum dinheiro.
   Também, se estiver em posição de gastar algumas centenas de dólares para uma viagem ao exterior, saiba bem a razão para fazê-lo. Talvez seja um desejo de ver parentes, amigos, assistir a uma assembléia cristã, ou ver lugares de valor e interesse histórico. Uma vez que tenha estabelecido seu motivo ou seus motivos de viajar, então planeje cada passo cabalmente, tendo presente aquela idéia central. Se satisfizer tal desejo, considerará sua viagem bem digna de seu tempo e dinheiro.

Planeje Cabalmente Sua Viagem

   Embora talvez seja emocionante decidir no último minuto fazer uma viagem à Europa ou ao Oriente, raramente isto é sábio. Planejar seu itinerário no exterior e organizar seus assuntos é algo que deve ser feito com semanas, senão com meses, de antecedência.
   Agora é o tempo de planejar as coisas que deseja ver e fazer quando estiver no exterior. Muitos viajantes acham sábio alistar cronologicamente tais coisas num livrinho de viagem que levam com eles e consultam freqüentemente.
   O que poderia anotar em seu livrinho de viagem? Poderia alistar o que deseja fazer em cada dia específico. Por exemplo, 28 de julho: Partida para o Aeroporto do Galeão às 18 horas; jantar no aeroporto. Partida do avião para Londres às 21 horas. 29 de julho: Londres. Visitar a filial da Sociedade Torre de Vigia. Comparecer à assembléia. 30 de julho: Visitar o Museu Britânico; o Palácio de Buckingham — Ver a “Mudança da Guarda” às 11,30 (diariamente); As Casas do Parlamento; Torre de Londres. (Isto, por certo, é pura sugestão. Seu livrinho de viagem deve ser mais pormenorizado, alistando alternativas no caso do mau tempo, demoras e outras circunstâncias imprevistas.) O ponto é não esperar até chegar num país para decidir o que deseja ver e fazer. Saber de antemão que lugares deseja ver e as coisas que deseja fazer é assegurar-se de uma viagem mais descontraída e interessante.
   Quase todas as reservas de hotéis, para o teatro e para excursões devem ser feitas e pagas de antemão. Seu agente de viagens pode ajudá-lo a consegui-las. Leve consigo sempre suas passagens e recibos de pagamento de hotéis. Se quiser, poderá colocar sua passagem em seu livrinho de viagem na data em que o usará. Dessa forma, não lhe fugirá da memória tal compromisso.

Lembretes Sobre Ver Pontos Turísticos

   Algumas pessoas ficam muito satisfeitas de ver apenas um ou dois pontos básicos de cada país. Nesse caso, podem abranger muito território. Mesmo assim, devem assegurar-se de que estejam com boa saúde e preparadas para enfrentar dureza em certos lugares.
   Considere primeiro o tempo disponível e o programe para os lugares que deseja visitar. Escolha países agrupados geograficamente, e evite duplicar seu itinerário. Decida de antemão como deseja dividir o tempo entre assembléias, cidades, visitas a lugares turísticos, compras, e outras coisas que talvez deseje fazer.
Não conte com os amigos ou parentes para o levar a passeio ou fazer-lhe as honras da casa. Talvez tenham feito outros arranjos e assumido compromissos. Mas, se tiver realmente amigos nos países que estará visitando que o possam levar a lugares de interesse, este, por certo, é o meio ideal de ver um país. Conhecem o idioma, as vistas que talvez lhe interessem, seus gostos e suas preferências. Se este for o caso, não terá problemas. Não terá senão de gozar a companhia deles.
   Se, contudo, achar-se sozinho num país estrangeiro, talvez resulte proveitoso fazer arranjos de antemão para excursões. O seu agente de viagens pode fazer isto. Simplesmente diga ao seu agente de viagens o que deseja. Deixe-o saber o tempo livre de que dispõe em cada lugar. Talvez sugira que alugue um carro e dê umas voltas sem pressa por alguns quilômetros de estradas sossegadas, onde poderá ver povoados e pequenos vilarejos. Ou talvez sugira uma viagem colateral de trem ou de ônibus. Seja o que for que decidir fazer, não se esqueça de marcar seus arranjos finais em seu livrinho de viagem. Uma viagem cabalmente planejada é uma garantia de férias felizes. Seu tempo e dinheiro não serão desperdiçados.

Dê a Si Mesmo Ampla Margem de Tempo

   Há uma grande coisa que não deve fazer — NÃO TENTE FAZER MUITA COISA. Não sobrecarregue tanto seu programa a ponto de não saber onde se acha na metade do tempo. Muitos são os turistas que viajam ao exterior pensando que esta será sua primeira e última viagem, e, assim, querem fazer tudo em uma visita breve. O resultado é que não vêem nada de forma cabal, adquirem simplesmente um montão de impressões vagas e confusas, e, dentro em breve, estão cansados demais fisicamente para terem verdadeiro prazer nas coisas.
   Lembre-se de que nem Londres, Paris, Roma ou Nova Iorque foram feitas num dia, nem pode nenhuma delas ser toda vista em um único dia. É muito melhor concentrar-se nas coisas que o atraem mais, e sem tampouco ir demais nessa direção. Pelo menos, dê-se tempo para familiarizar-se realmente com os lugares que visitar e ter boa recordação deles.
   Se for uma das Testemunhas de Jeová que viaja para um congresso que será realizado este ano em vários países, seu interesse principal se centralizará na assembléia e nos irmãos cristãos que assistem ao congresso. Comparecer a uma assembléia lhe dará a variedade e a emoção que não poderá obter em parte alguma, além de ser espiritualmente edificante.
   Em seu livrinho de viagem, marque as horas e os dias “livres”, isto é, livres para fazer o que quiser. Esse tempo pode ser reservado para fazer o que talvez surja inesperadamente. Poderá programar novamente certo evento naquele “tempo livre”, se necessário. Mas, o que vale é que, por meio de um simples e rápido passar de olhos em seu livrinho, saberá se tem tempo para um compromisso de jantar, uma viagem com amigos ou outra coisa que talvez surja. Adira a seu programa de itinerário original tão de perto quanto possível, mas também seja o suficiente flexível para permitir o inesperado.
    Dê-se amplo tempo para fazer as malas e pegar o avião, ou ônibus. Mas, também, esteja mentalmente preparado para esperar demoras. Tente não planejar nada muito importante para o dia em que deve viajar de um país para outro. Talvez aquele dia possa ser um dia “livre” em que faz as malas sem pressa, escreve cartões, envia cartas, vê vitrinas, almoça com amigos, senta-se num parque, reflete sobre os lugares em que esteve ou onde irá. Tais momentos são seletos. Seu livrinho de viagem pode também servir de diário em que documentará experiências seletas ou impressões vívidas. Este dia proverá amplo tempo para escrever tais coisas, pensamentos escritos estes que serão prezados anos depois de a viagem ser esquecida.

Faça Uma Lista de Essenciais

   Na primeira página de seu livrinho de viagem, aliste em ordem todos os seus documentos essenciais e pertences, tais como o passaporte, os cheques de viagem, a máquina fotográfica, as passagens, bagagem, e assim por diante. Quando estiver pronto para partir do hotel a fim de ir para outro, ou de um país para outro, verifique se tem tudo consigo. Fazer uma lista leva pouco tempo, mas é uma forma segura de livrar a mente de que não se esqueceu de algo importante, o que é fácil fazer quando se viaja. Isto aumentará sua felicidade em sua viagem.
   Os turistas têm reputação de serem esquecidos. A polícia em vários países insiste que seus departamentos de achados e perdidos quase que poderiam suprir uma grande loja de departamentos com as câmaras, malas, carteiras e luvas. Esquecer as coisas não é difícil quando se está constantemente indo de uma cidade para outra e de um país para outro, aguardando-se as partidas de avião, e assim por diante. Com efeito, tendemos a esquecer quase tudo sob tais circunstâncias, se não tivermos cuidado. Certo motorista de taxi em Nápoles disse certa vez que um diretor de cinema que partia dum hotel num vendaval de pressa jogou sua mala no taxi e disse-lhe que partisse a toda pressa para o aeroporto. No meio do caminho, para o aeroporto, o homem gritou: “Esqueci a minha esposa!” No que deram meia-volta e voltaram, perdendo o avião, vindo a descobrir que a senhora estava quietamente sentada no saguão do hotel, esperando-o. Foi difícil convencer ao motorista de taxi de que esquecer a esposa não era uma ocorrência comum nos Estados Unidos.
O turista que está disposto a escutar, a observar e a compreender verificará que viajar é uma experiência altamente recompensadora; em especial se se dispuser a fazer um pouco de pesquisa antes de partir e verificar alguma coisa sobre os países que tenciona visitar. Os resultados serão esplêndidos.
   Assim, há algumas coisas fundamentais a se ter presente que talvez transformem a viagem que poderia ser uma experiência agitada em uma experiência agradável:

(1) Lembre-se de preparar-se cabalmente, a saber, de planejar sua viagem.


(2) Assegure-se de fazer arranjos e de pagar de antemão seus hotéis e suas excursões, quando isto for 
aconselhável, e leve consigo os recibos e as passagens.


(3) Dê-se bastante tempo em seu programa para coisas inesperadas.


(4) Faça uma lista de todas as coisas essenciais, e certifique-se de verificar a lista antes de cada passo principal.


(5) Mantenha um livrinho de viagem, pormenorizando a sua viagem nele, e as coisas que planeja fazer. Use o livrinho de viagem para anotar seus pensamentos e suas experiências.


(6) Familiarize-se com o sistema de câmbio monetário de cada país que planeja visitar. Também tente aprender a dizer algumas palavras e frases básicas em cada idioma.


(7) Não permita que demoras e circunstâncias imprevistas estraguem sua viagem.

Se seguir estas poucas sugestões básicas, não poderá senão passar momentos agradabilíssimos.

Fontes:


* Texto: Revista Despertai! de 8 de janeiro de 1970 pp. 13-16.


*Imagem: Google
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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Nunca fale aos gritos, abusando da intimidade com seus entes queridos.  
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terça-feira, 20 de setembro de 2011

O rio atinge seus objetivos porque aprendeu a contornar obstaculos...  ((•)) Ouça este artigo

sábado, 17 de setembro de 2011

Seja breve em qualquer pedido. ((•)) Ouça este artigo

Como as manchas solares influem sobre o lar do homem

   “AS MANCHAS SOLARES IMPÕEM CORTE RADIOFÔNICO”, declarava a manchete no Times de Nova Iorque. A notícia que se seguia afirmava:
“Um corte mundial de comunicações provocado pelas manchas solares cortou ontem os Estados Unidos da maioria das áreas na Europa e no Extremo Oriente. Os encarregados das comunicações descreveram os distúrbios atmosféricos como sendo ‘os piores que temos tido nos anos recentes’.”
   Talvez tenha visto notícias similares de vez em quando, falando das interrupções das comunicações radiofônicas internacionais. Os sinais de ondas curtas de rádio se tornam tão fracos que não podem ser transmitidos de forma eficaz. Tais distúrbios, e outros, são o resultado direto das manchas solares.
   As manchas solares são intensas tempestades na face do sol. Causam erupções que lançam gigantescas massas de matéria bem longe no espaço. Mas, o que provoca as manchas solares? Que aparência têm? O que produzem? Que efeitos têm sobre o lar do homem, a terra?
   Para encontrar as respostas a estas perguntas, precisamos primeiro examinar mais de perto o ponto de sua origem, o sol.

O Sol

   O sol é uma resplandecente bola de gases quentes. É uma estrela de tamanho médio que tem um diâmetro de cerca de 1.400.000 quilômetros, mais de 100 vezes que o da terra. O sol, estando localizado a cerca de 152.000.000 de quilômetros de distância, um foguete que viaje a pouco mais de 40.000 quilômetros por hora levará cerca de 155 dias para atingi-lo, partindo da terra. Todavia, o sol se acha relativamente próximo, pois a seguinte estrela mais próxima, chamada “Próxima Centauri” acha-se tão distante que o mesmo foguete levaria quase 115.000 anos para chegar até lá!
   O sol é a principal fonte de energia da terra. E a quantidade que produz é fantástica! Pode ser comparada a um fluxo de cerca de 84.000 cavalos-vapor continuamente para cada metro quadrado de sua superfície. A energia que vem em direção da terra em apenas um dia, diz-se, iguala a energia que poderia ser produzida por se queimar 550 bilhões de toneladas de carvão. Esse é tanto carvão quanto os Estados-Unidos ou a Rússia produziriam em cerca de 1.000 anos, segundo sua presente taxa de produção.
   O único processo até agora conhecido pelo homem que pode gerar tão tremenda energia é a fusão nuclear. Assim, realmente, o sol é uma imensa fornalha atômica. Produz a energia por fundir os átomos de hidrogênio, o elemento mais leve conhecido, em hélio, o elemento mais leve logo em seguida. Quando quatro átomos de hidrogênio se unem, ou se fundem, constituem um átomo de hélio. Mas, no processo, cerca de 1 por cento do hidrogênio se transforma em calor e em luz. É algo parecido a se meter à força uma cavilha quadrada em um buraco redondo — alguns de seus cantos são aparados.
   Calcula-se que, a cada segundo, mais de 500 trilhões de toneladas de hidrogênio são fundidas dessa forma. E, diz-se que, de cada quilo de hidrogênio “queimado”, são liberadas 200.000.000 kilowatts-hora. Todavia, não há perigo do reator atômico do sol se esgotar em breve, visto que usa apenas a menor fração do seu total.
   Esta reação nuclear dentro do sol produz temperaturas calculadas como sendo até de 20.000.000° Centígrados. Por meio de radiação, esta energia flui para fora da superfície do sol, onde a temperatura “esfria-se” a cerca de 6.000° C. E, se achar que isto deve ser um tanto frio, lembre-se que se é preciso apenas 100° C. para ferver água na terra ao nível do mar!
   Neste processo, rodopiantes colunas de gases saem do interior do sol e abrem caminho para a superfície, onde a pressão é menor. Este processo resulta no nascimento de manchas solares.

As Manchas Solares

   Se pudesse ver uma mancha solar por meio dum telescópio especial, veria uma mancha escura na superfície do sol. Mas, só parece escura porque não é tão brilhante nem tão quente como a superfície normal do sol, sendo cerca de 2.000° C. “mais fria”. Este “resfriamento” é produzido pela expansão dos gases que constituem a mancha solar. Assim, parece escura somente em contraste com as cercanias muito mais quentes.
   Uma mancha solar normal parece uma área central escura (chamada de “umbra”) cercada por uma área de sombra mais leve (chamada “penumbra”.) Parece-se muito com uma cavidade na superfície do sol. Partindo de pequeno início, o tamanho da área escura varia de poucas centenas de quilômetros em diâmetro nas manchas menores até cerca de 130.000 quilômetros ou mais de diâmetro na maior delas. E o tamanho de uma área mais clara é mais ou menos o dobro ou o triplo da área escura. A vida média de uma mancha solar é de uma ou duas semanas.
   Talvez a melhor forma de se descrever as manchas solares seja assemelhá-las a tempestades que experimentamos na atmosfera de nosso lar, a terra. Assim como um furacão ou um tornado é uma massa rodopiante de nuvens, uma mancha solar, ou tempestade solar, é uma massa de gases rodopiantes e turbulentos carregados de eletricidade.
   Os estudos relacionados ao número de manchas solares que apareceram no decorrer dos anos indicam que têm um ciclo de cerca de onze anos. Neste respeito, 1964 e 1965 foram designados anos do “sol calmo”, períodos de pouca atividade de manchas solares. Espera-se, contudo, que a atividade das manchas solares atinja um auge por volta de 1970. No entanto, outros, que usam o campo magnético do sol e suas variações como base para medições, afirmam que o ciclo atual de manchas solares tem cerca de vinte e dois anos, e apontam para aquele mesmo ano como o auge das atividades de manchas solares.

Protuberâncias Solares — Progênie das Manchas Solares

   As manchas solares dão origem a gigantescas protuberâncias solares, também chamadas explosões. Tais protuberâncias são erupções chamejantes de gás, principalmente de hidrogênio. Talvez atinjam até uns 400.000 quilômetros ou mais de distância do sol. Observou-se uma que se estendeu por cerca de um milhão e seiscentos mil quilômetros, mais do que o diâmetro do sol!
Estas protuberâncias se revestem ao redor das linhas magnéticas de energia do sol. A atração do sol usualmente as puxa de novo para a sua superfície, mas algumas partes talvez escapem da força gravitacional do sol, rompam-se e se lancem no espaço.
   Como é que surgem estas protuberâncias solares? Pensa-se que à medida que as manchas solares se movem pela superfície do sol, produzem tremendas forças magnéticas. Não raro os campos magnéticos em redor de diferentes manchas solares são tão fortes que se atraem uns aos outros. Os campos magnéticos então desaparecem e são aniquilados. Tais campos magnéticos das manchas solares, segundo se afirma, têm mais de 10.000 vezes a força do campo magnético da terra. Por conseguinte, seu colapso libera tremendas quantidades de energia e matéria que é lançada no espaço.
   Durante a “explosão” de uma protuberância, que só leva alguns minutos para atingir o brilho máximo, trilhões de partículas dotadas de carga elétrica, e ondas eletromagnéticas, são lançadas no espaço. Aumenta a emissão das ondas de rádio. Às vezes, raios cósmicos solares são também produzidos e partem velozmente em direção à terra com velocidade quase igual à da luz.
As protuberâncias se compõem principalmente de gás hidrogênio ionizado. Trata-se de átomos de hidrogênio que perderam seus elétrons, deixando o núcleo do átomo de hidrogênio, o próton. Esta corrente de partículas eletricamente carregadas é lançada no espaço.
Estas, e outras partículas, liberadas durante as protuberâncias solares são todas adicionais às liberadas pelo sol em sua atividade regular.

Como a Terra É Influenciada

   As erupções de vários tipos de partículas e raios, resultantes das protuberâncias solares partem do sol em todas as direções. Algumas, naturalmente, viajam rumo à terra.
   Antes mesmo de a mais rápida das partículas atingir a terra, são precedidas pelas poderosas ondas eletromagnéticas, que incluem luz, calor, e ondas de rádio, bem como os raios ultravioletas e raios-X, todos fazendo o percurso em oito minutos, movendo-se à velocidade da luz.
   Assim, a atmosfera superior da terra já está “supercarregada” por volta do tempo em que os raios cósmicos e outras partículas, que vêm logo atrás, atingem o campo magnético da terra em cerca de oito minutos. Se cerca de meia hora depois, uma nuvem de partículas dotadas de cargas elétricas produzida pela protuberância atingir o campo magnético da terra, isto produziria violenta tempestade magnética que influiria nos aparelhos de navegação e nos ímãs não controlados pela eletricidade ou outras forças externas. Até mesmo bússolas comuns de bolso sofreriam a influência disso. Este efeito pode durar diversos dias, às vezes mais de uma semana. Esta ocorrência provoca violentas e extravagantes auroras, acendendo-se e apagando-se como um letreiro de gás néon, algumas sendo vistas tão alto quanto a 960 quilômetros acima da terra.
   Algumas partículas, impulsionadas a menores velocidades numa enorme nuvem de “plasma”, atingem a terra cerca de vinte e quatro horas ou mais depois. Quando tais partículas colidem, incitam os átomos de oxigênio e de nitrogênio na atmosfera da terra. Isto causa os usuais espetáculos da aurora, a aurora boreal e a austral. Estas reluzem simultaneamente pelo inteiro céu noturno tanto nos hemisférios setentrional como meridional em altitudes de quase 100 a 160 quilômetros ou mais. Os padrões são de cortinas, arcos e raios brilhantes vermelhos, verdes e azuis, semelhantes a uma chama.
   Outro resultado da nuvem de plasma é a interrupção dos sinais de ondas curtas de rádio. As comunicações de ondas curtas de rádio talvez se tornem impossíveis por várias horas ou dias. Também, a corrente elétrica pode aumentar na atmosfera, resultando na queima de fusíveis nas linhas telegráficas.
   Um efeito incomum da nuvem de plasma ao atingir a terra é que reduz o número de raios cósmicos que atingem a atmosfera da terra, provenientes de fora do sistema solar. 
   Os raios cósmicos se compõem das partículas de energia mais violentas e mais fortes conhecidas pelo homem. Dispõem de energias muitos milhões de vezes superiores às das partículas produzidas pelo maior dos aceleradores atômicos do homem. Tais raios cósmicos que provêm de fora do nosso sistema solar bombardeiam a atmosfera terrestre provenientes de todas as direções. Compõem-se principalmente de núcleos de diferentes elementos, principalmente de hidrogênio.
   Mas, à medida que a protuberância solar produz sua nuvem de plasma e esta atinge a terra, também ocorre a diminuição de intensidade daqueles raios cósmicos que vêm de fora do sistema solar. Aparentemente, muitos deles são desviados pelas linhas de força magnética de dentro da nuvem de plasma. E tal intensidade dos raios cósmicos não volta ao normal até que a nuvem solar passe além da terra.
Durante os anos de máxima atividade das manchas solares, há tantas protuberâncias solares que produzem nuvens de plasma que atingem a terra que a intensidade dos raios cósmicos na superfície da terra é reduzida a menos que a metade do nível normal. Exatamente que efeito isto causa na terra é uma das muitas perguntas cujas respostas o homem procura achar.
   Ao mesmo tempo que estes raios cósmicos de fora do sistema solar estão sendo desviados pelas nuvens de plasma, a própria protuberância solar que deu origem à nuvem de plasma às vezes produz seus próprios raios cósmicos. Estes são chamados de raios cósmicos solares e são um tanto mais brandos do que os que vêm de fora do sistema solar. Sua intensidade pode aumentar bastante durante, em especial, poderosas protuberâncias solares.

Perigo Para a Viagem Espacial

   Os cientistas se interessam especialmente na atividade das manchas solares, por causa das viagens espaciais. Enquanto os astronautas permaneceram na atmosfera e no campo magnético da terra (que se estende mais ou menos por uns 65 a 80 mil quilômetros acima da terra, no lado que dá para o sol, e vai mais longe no lado escuro) ficam protegidos das partículas e dos raios perigosos que resultam das protuberâncias solares. Tais viagens não teriam sofrido influência das protuberâncias solares, mesmo que estas ocorressem.
   No entanto, vôos tripulados ao redor da lua ou na direção dela são algo diferente, pois se sai desta proteção. Assim, os cientistas precisam predizer as erupções ou protuberâncias potencialmente perigosas do sol, produzidas pelas manchas solares. Mas, eles não podem fazer isso com exatidão no tempo atual. Por que não? Porque, ao passo que grupos de manchas solares parecem estar relativamente quietas, giram ao redor do sol. Do outro lado, longe da terra e invisíveis, talvez explodam em gigantescas protuberâncias. Assim, quando reaparecem no lado do sol que dá para a terra, talvez estejam então em erupção, lançando perigosas nuvens de partículas.
   Rumo à lua, os astronautas poderiam assim ser varridos por nuvens de plasma provenientes das protuberâncias solares que não estavam em evidência quando se iniciou sua viagem. E poderiam também ser atingidos pelos penetrantes raios cósmicos solares, bem como pelos raios cósmicos que vêm de fora do sistema solar. Se os astronautas ficarem expostos à radiação prejudicial, talvez não observem seus efeitos por muitos dias. Na realidade, os efeitos da radiação talvez não apareçam senão um ano ou mais depois. Isto depende da atividade solar por ocasião de sua viagem para fora da atmosfera protetora e do campo magnético da terra.
   Por isso, ao planejar a exploração espacial, não se pode ignorar o sol. Se fosse possível ao homem explorar o sistema solar, isso só poderia ser feito em certas ocasiões. As protuberâncias solares que ocorrem com freqüência em épocas de máxima atividade das manchas solares proibiria longas viagens aos planetas. Somente durante os anos do “sol calmo”, os anos de mínima atividade de manchas solares, poderia o homem chegar a ter esperança de explorar os planetas gozando certa medida de segurança.
Sim, as manchas solares e sua progênie, as protuberâncias solares, realmente influem sobre a terra, o lar do homem. Mas, a plena medida deste efeito ainda não é sequer conhecida. No entanto, já se sabe o suficiente para avaliar a provisão ímpar da atmosfera e do campo magnético da terra, que protegem o lar do homem, tornando possível a contínua existência da vida na terra.

Fontes: 
  
   *Texto: Revista Despertai! de 8 de janeiro de 1970 pp. 9-13.

   *Imagens: Google ((•)) Ouça este artigo
"Antes de você falar, ouça. Antes de agir, pense. Antes de criticar, conheça. E antes de desistir, tente." ((•)) Ouça este artigo

Luxúria - Lama

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terça-feira, 13 de setembro de 2011

O pessimista vê a dificuldade em cada oportunidade. O otimista vê a oportunidade em cada dificuldade. ((•)) Ouça este artigo

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Têm seus sonhos um significado oculto?

   HOUVE época em que esta questão não poderia surgir, simplesmente porque quase todo o mundo então cria que os sonhos tinham significado especial. “Os babilônios depositavam tamanha confiança nos sonhos que, na véspera de importantes decisões, dormiam em templos, esperando conselho. Os gregos que desejavam instruções quanto à saúde dormiam em santuários de Esculápio, e os romanos nos templos de Serapis. Os egípcios prepararam livros elaborados para interpretação de sonhos.” — Harper’s Bible Dictionary, 7.a ed., 1961, p. 141.
   Agora, com maior entendimento do fenômeno dos sonhos, muitas pessoas (mas nem todas, de forma alguma) afirmam que os sonhos não têm significado oculto. Os outros não estão tão certos. O que acha o leitor?

As Pessoas Dormem em Ciclos

   Os pesquisadores, com a ajuda de muitos instrumentos engenhosos, descobriram coisas interessantes sobre o assunto de sonhos. Por exemplo, sabia que, normalmente, todo o mundo dorme em ciclos, indo de quatro a seis por noite? Cada ciclo talvez consista em três fases: primeira, de sono leve, daí de sono profundo, acompanhada do que tem sido chamado de “sono paradoxal”. Esta última fase foi assim chamada devido a que certas condições físicas do corpo e da mente se assemelham ao estado de despertamento, todavia, a pessoa está bem adormecida. Um aparelho registrador ligado à pessoa mostra que, à medida que cai em sono leve, e aí em sono profundo, as batidas do coração e a respiração diminuem de passo, cai a temperatura do corpo, e descontrai-se a tensão muscular. Mas, daí, à medida que a pessoa passa para a terceira fase do ciclo, a atividade física do cérebro se acelera, enquanto os músculos corpóreos permanecem descontraídos.
   É durante esta terceira fase de cada ciclo que ocorrem a maioria dos sonhos, inclusive pesadelos, sonambulismo, e assim por diante. Tem-se também observado que o movimento do globo ocular por baixo das pálpebras fechadas se torna muito ativo durante o terceiro estágio. É este rápido movimento de olhos (abreviado RMO) que pode ser seguido, e assim avisa aos observadores de que a pessoa que dorme está sonhando. Cada sonho talvez dure de quinze a vinte minutos, atingindo de uma a duas horas por noite o tempo de sonhos. Outras duas a quatro horas são de sono profundo, e o restante duma noite de sono normal de sete ou oito horas é gasto em sono leve.
    Os homens e as mulheres têm mais ou menos a mesma quantidade de sonhos. Ambos vêem o mesmo tipo de imagens grotescas, tanto coloridas como em preto e branco, embora a sensação de cor seja uma das primeiras modalidades esquecidas. A ocupação e a educação parecem não ter influência alguma, mas parece que a idade é um fator — os mais jovens sonham mais que os mais idosos.
   Muitas pessoas, contudo, insistirão teimosamente que é raro sonharem, se chegarem a sonhar alguma vez. Isto se dá porque é muito curto o período de memória dos sonhos, e, a menos que a pessoa seja despertada quer pela excitação do sonho mesmo, quer por uma influência externa, na manhã seguinte muito pouco, se é que alguma coisa, será lembrado do sonho. — Jó 20:8.

Função Natural da Mente

   O ciclo rítmico do sono, com sua fase RMO de sonhos equivalente a cerca de 20 por cento do período total de descanso, parece ser, segundo demonstrado, uma experiência natural na vida de toda pessoa normal. Até mesmo quando uma pessoa adormecida se lembra de nomes de pessoas presumivelmente há muito olvidados, ou quando resolve os problemas que afligem o cérebro, e que não pôde resolver quando desperto, isto também nada mais é do que um aspecto especial da mente natural. Mostra que certas partes do cérebro se empenham num grande grau de atividades enquanto outras partes dormem. Isto não se dá por revelação divina ou por inspiração de deuses supernaturais, como muitos afirmam.
    A maioria dos sonhos comuns, contudo, são bizarras demonstrações de fantasia e de imaginação, distanciando muito do mundo real. Pessoas conhecidas assumem aparências estranhas. Os animais falam. Rochas e pessoas flutuam no meio do ar com a maior das facilidades. Ambientes e situações esquisitas, completamente distorcidas e diferentes da realidade, e em desafio às leis familiares, seguem-se continuamente umas às outras em rápida sucessão. E, ainda assim, nada neste mundo de sonhos às avessas parece desarrazoado, desnatural ou fora de foco para o sonhador, isto é, até que ele acorda. Será esta, também, apenas uma função da mente natural? Sim, pois quando os centros nervosos da razão e da lógica no cérebro, bem como a faculdade da memória, estão adormecidos, não há nenhum controle sobre as seções mais profundas do cérebro em que se realizam tais dramas loucos de sonhos.
   Os sonhos também revelam uma origem física, no sentido de que pensamentos, experiências e atividades diárias os influenciam grandemente. Uma pessoa faminta talvez sonhe que está comendo, o sedento que está bebendo água, mas ambos acordam dessatisfeitos. (Isa. 29:7, 8) Certas drogas talvez provoquem sonhos paradisíacos. O álcool pode dar origem a sonhos desagradáveis e atemorizantes, em especial de cobras e animais grotescos. As condições físicas, tais como uma deficiente circulação do sangue, a indigestão e a respiração inadequada, provocam sonhos atemorizantes. Se as crianças se tornarem excitadas demais antes de irem dormir, isto, também talvez faça que tenham terríveis pesadelos. Mas, nem todos os sonhos são experiências atemorizantes. Alguns são lindos e muitíssimo agradáveis. Outros são simplesmente situações incomodativas que o sonhador usualmente “resolve” dos modos mais ridículos.
   A suscetibilidade da pessoa que sonha a influências externas também mostra a natureza física dos sonhos. Um cachorro que late, um choro de criança, ou um barco ou trem que apite talvez seja incorporado no texto do sonho à medida que este progride. O zumbido dum mosquito se torna o zunido dum barco de corrida ou dum avião. Uma súbita dor na cabeça faz com que o sonhador grite, pois imagina que caiu e bateu com a cabeça no chão. Uma dor intestinal devido a gases se torna um chute no estômago na luta imaginária do sonhador contra um bandido. De início, a sonhadora pensa que está sendo perseguida por um garoto, mas, subitamente, este se torna um tigre. A caça se intensifica à medida que o sonho atinge alto nível de ansiedade. Por fim, a vítima é apanhada pelo braço e não pode escapar. Tudo é tão real, tão realíssimo, com efeito, que a sonhadora acorda, vindo porém a verificar que o braço dela ficou enroscado no lençol.
   Bem, será que devemos concluir disto que todos os sonhos sejam apenas exercícios mentais, produtos de causas naturais? O que dizer dos muitos casos na Bíblia em que Deus falou a homens por meio de sonhos?

Sonhos Significativos de Origem Divina
 
   Aquele que fez o cérebro do homem em primeiro lugar poderia de modo bem fácil dar à pessoa visões de Sua vontade e Seu propósito, em forma de sonhos. Não faria diferença se a pessoa era ou não adorador devotado de Jeová. (Juí. 7:13, 14) Quaisquer sonhos assim, naturalmente, seriam muito significativos. Poderiam ser grandes profecias de eventos vindouros, ou avisos importantes, ou talvez fossem dados como instruções e orientação.
   Deus avisou Abimeleque, rei de Gerar, num sonho, para que não tocasse na esposa de Abraão, Sara, resultando em que ela permaneceu imaculada. (Gên. cap. 20) Obedecendo ao ‘aviso divino num sonho’, os astrólogos que visitaram Jesus não voltaram ao Herodes assassino. (Mat. 2:11, 12) Em resposta à instrução angélica contida em sonhos, José tomou Maria como sua esposa legal, muito embora ela estivesse grávida, e, depois de a criança nascer, fugiu para o Egito com a família. Num sonho posterior, disse-se a José que voltasse do Egito, e se fixou em Nazaré, sendo isto cumprimento da profecia: “Ele [Jesus] será chamado Nazareno.” — Mat. 1:18-25; 2:13-15, 19-23.
   Alguns sonhos da parte de Deus foram dados para assegurar a Seus servos o favor divino que os apoiava, e para ajudá-los a entender como Ele os usava, como se deu no caso de Abraão. (Gên. 15:12-16) Em Luz (Betel), e de novo em Arã, Jacó recebeu similares sonhos divinos de instruções. — Gên. 28:10-19; 31:11-13.
  Como jovem, o filho de Jacó, José, teve sonhos proféticos que ele viveu para ver cumpridos. (Gên. 37:5-11; 42:1-3, 5-9) Mais tarde, lá no Egito, enquanto José estava encarcerado injustamente, teve oportunidade de indicar ao chefe dos copeiros e ao chefe dos padeiros de Faraó que só Deus podia interpretar os sonhos especiais que ele tivera. Esta experiência, por sua vez, serviu para trazer José à atenção de Faraó como alguém que tinha o espírito de Deus. — Gên. cap 40; 41:9-16.
    Os avisos e o elemento profético se combinavam em dois sonhos que o Faraó dos dias de José teve numa só noite. No primeiro, viu sete vacas gordas serem devoradas por sete vacas magras, e abatidas. No segundo sonho, sete espigas de cereais cheias e boas apareceram em apenas uma haste, vindo estas, porém, a serem engolidas por sete espigas de cereais murchas, mirradas, assoladas pelo vento. José atribuindo a Deus a interpretação, explicou corretamente que ambos os sonhos prediziam que sete anos de abundância seriam seguidos por sete de fome. (Gên. cap. 41) Era a forma de Deus de salvar a muitos da inanição, e, especialmente, a vida dos descendentes de Abraão, em cumprimento de Sua promessa feita àquele homem de fé. — Gên. 45:5-8.
   O Rei Nabucodonosor, de Babilônia, também teve dois sonhos proféticos da parte de Deus. Um foi de certa imagem de vários metais que foi destruída por uma pedra cortada duma montanha sem se usar as mãos. (Dan. 2:29-45) No outro, o rei contemplou grande árvore ser derrubada e seu toco ser cingido por uma “banda de ferro e de cobre” até terem passado “sete tempos”. — Dan. cap. 4.
Daniel foi outro que teve sonhos divinos. Em um deles, contemplou quatro enormes animais que saíam do mar, tais animais representando governos humanos. Em outro sonho, Daniel teve uma visão do Antigo de Dias, do qual “alguém semelhante a um filho de homem” recebeu “domínio, dignidade, e um reino”. — Dan. 7:1, 3, 13, 14, 17.
   Quando Jesus Cristo se pôs diante de Pôncio Pilatos para ser julgado, a esposa do governador romano lhe enviou uma mensagem sobre Jesus: “Não tenhas nada que ver com esse homem justo, pois eu sofri hoje muito, num sonho, por causa dele.” (Mat. 27:19) A Bíblia não declara que o sonho era de origem divina, mas, a evidência circunstancial indica que sim. Vindo naquele momento, era poderoso aviso para Pilatos de que lidava com situação especial e que precisava ser cuidadoso a fim de evitar ser culpado. E aconteceu que Pilatos preferiu ignorar a evidência, bem como o aviso, e, ouvindo o clamor da turba, entregou o homem inocente à morte.

Não Devem Ser Usados Quais Presságios
 
Desde os tempos apostólicos e o encerramento do cânon da Bíblia, não há evidência de que Deus tenha usado o veículo dos sonhos, como relatado acima, para se comunicar com a humanidade. Por outro lado, a influência demoníaca sobre o gênero humano tem aumentando, em especial desde que Satanás e seus demônios foram degradados à terra nestes “últimos dias”. (Rev. 12:7-12) A Bíblia avisa sobre a influência demoníaca manifesta por meio de “profetas de sonhos falsos”. (Jer. 23:25-32; 27:9, 10) A adivinhação por meio de sonhos, conhecida como oniromancia, é ‘fútil’, algo detestável a Jeová. (Zac. 10:2) Até mesmo se tais sonhadores de sonhos inspirados pelos demônios fornecerem um sinal, e mesmo que “se cumpra o sinal ou o portento”, ainda assim, sob o arranjo da Lei, tais pessoas deveriam ser mortas. — Deu. 13:1-5.
   Em vista da intensificada influência demoníaca atualmente, é muitíssimo perigoso atribuir significados a sonhos, como se fossem presságios e, então, tentar relacioná-los com o futuro. Procurar presságios é uma prática que a Bíblia liga ao espiritismo, que é detestável a Deus. (Deu. 18:10-12) Aqueles que brincam com o espiritismo ou que voluntariamente aceitam objetos de espíritas, segundo se tem sabido, sofreram influências adversas em seus sonhos. Certa senhora aceitou objetos dum espírita e começou a ter sonhos em que se via num caixão, e isso chegava cada vez mais perto, de modo que ela queria pular fora dele. Em resultado de tais sonhos, ela quase chegou a cometer suicídio. Obteve alívio quando livrou-se de todos os objetos recebidos da pessoa espírita.
Em vista de tais ocorrências, é insensato nos dias atuais buscar ver qualquer significado nos sonhos da pessoa. Não devem ser usados como presságios.
   Mas, por que as pessoas normais e saudáveis chegam a sonhar? Ao procurar a resposta, a ciência tem verificado que qualquer interferência no padrão de sonhos que Deus forneceu ao homem apenas produz resultados prejudiciais. Durante a fase RMO de sonhos, dá-se vital reação química no cérebro — há aumento do metabolismo, no fluxo do sangue, na temperatura, e na produção de hormônios e outras substâncias químicas do corpo — tudo o que é necessário para o bem-estar físico e mental. Como Edwin Diamond comenta: “Há evidência que sugere que é o estado de sonho — e não o próprio sono — que recupera as energias gastas e ajuda a assegurar o bem-estar físico e a saúde mental do homem acordado.” — Times Magazine de Nova Iorque, de 12 de fev. de 1967.

Fontes:


Texto: Revista Despertai! de 8 de janeiro de 1970 pp. 5-8.

Imagem: Google

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